As minhas reflexões sobre o caderno 2 são as seguintes:
Reflexão e ação 1 (pág.16)
Primeiramente é necessário compreender o jovem, seu pensamento. Para isso os jovens devem ter espaço na escola para expressarem suas experiências, saberes, desejos, suas expectativas em relação à escola. É fato que muitos jovens não visualizam um objetivo em suas vidas, um caminho que querem trilhar, uma meta que queiram atingir. Nitidamente para o último ano do Ensino Médio, muitos alunos não sabem o que fazer ou não foram estimulados e direcionados por seus pais ou pela sociedade sobre o quê fazer após formados. Isso reflete nos estudos, no emprenho insatisfatório ou regular nas disciplinas. Nesse sentido realmente eles não sabem muito bem para que serve a escola, não a veem como apenas uma etapa e que, após concluída, os estudos podem e deveriam prosseguir. Como foi citado, “a escola é percebida como obrigação necessária, tendo em vista a necessidade dos diplomas”. Um dos caminhos viáveis é trabalhar com os alunos nesse sentido, de fazer com que pensem mais alto, que tenham expectativas melhores, que sigam bons exemplos, que realmente criem um objetivo de vida e de pessoa.
Reflexão e ação 2 (pág.29)
Vejo que no ambiente escolar o ensino do currículo e dos conteúdos básicos de cada disciplina é prioridade. Acho isso correto já que ler os escritores clássicos da língua Portuguesa, compreender os momentos históricos, conhecer a geografia do país e do mundo, aprender cálculos matemáticos e etc, são muito importantes porque faz parte da cultura, de uma base educacional. Porém é nítido que falta aos estabelecimentos de ensino saber utilizar as ferramentas da internet e da cibercultura para enriquecer e facilitar a aquisição desses conhecimentos científicos.
Reflexão e ação 3 (pág. 44)
Sermos exemplos para eles. Exemplo de pessoa, mostrando-lhes dignidade, respeito e exemplos de profissionais, mostrando-lhes valores aos estudos. Também levar a eles palestrantes que conseguiram o curso superior que desejavam ou que se tornaram profissionais na área pretendida e que estudaram na escola pública.
Reflexão e ação 4 (pág.60)
Acho que seria interessante saber a opinião dos alunos em relação à escola em que estudam. Imagino que haveria opiniões diversas e não sei se seria possível chegar a uma unanimidade e maturidade de pensamento que poderia ser utilizada para promover alguma mudança no âmbito escolar.
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Diversidade, alteridade e escola.
O fórum levanta três questionamentos:
1) Como você e a sua escola têm considerado as características dos estudantes1?Considerando que o parecer do Conselho Nacional de Educação (CNE, 2011) fundamenta a centralidade dos jovens estudantes no processo educativo, na qual explícita a necessidade de uma “reinvenção” da escola de tal forma a garantir o que propõe o artigo III, ou seja, “o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico”, e também o artigo VII, “o reconhecimento e aceitação da diversidade e da realidade concreta dos sujeitos do processo educativo, das formas de produção, dos processos de trabalho e das culturas a eles subjacentes”, percebe-se uma grande dificuldade em colocar em prática esta instrução. Parte devido à distância de nós, professores, com a vida deste “jovem estudante”; parte devido à multiplicidade sociocultural dos jovens, onde acabam sendo individualistas, mas sem identidade, sem perspectiva; parte também da própria engrenagem do Estado que não permite que os professores atinjam a todos de maneira satisfatória. Deste modo, tanto a escola como eu tentamos tratar as característica de cada aluno com respeito e imparcialidade, mas muitas vezes não é oque acontece. Por exemplo, o colégio procura matricular os repetentes no período noturno, ocasionando uma explicita exclusão. Muitos professores, inclusive eu, acaba tratando e avaliando de maneira diferenciada um estudante que teve passagem pela polícia. Sabemos das dificuldades, mas muitos jovens se sentem excluídos por parte de outros colegas, muito mais que por parte do colégio ou dos professores. Por fim, nós, escola e sociedade, temos ainda muito que avançar para que o indivíduo em particular possa se sentir emancipado perante o âmbito coletivo através de suas características peculiares.
2) A escola reconhece a diversidade e o protagonismo desses sujeitos?Em parte sim. A escola reconhece a diversidade e o protagonismo, mas acaba não “conhecendo” as nuances desta diversidade. Como trata os autores do Caderno 2, a categoria dos jovens ganha:"contornos próprios em contextos históricos, sociais e culturais distintos. As distintas condições sociais (origem de classe e cor da pele, por exemplo), a diversidade cultural (as identidades culturais e religiosas, os diferentes valores familiares etc.), a diversidade de gênero (a heterossexualidade, a homossexualidade, a transexualidade) e até mesmo as diferenças territoriais se articulam para a constituição das diferentes modalidades de se vivenciar a juventude. Além das marcas da diversidade cultural e das desiguais condições de acesso aos bens econômicos, educacionais e culturais, a juventude é uma categoria dinâmica. Ela é transformada no contexto das mutações sociais que vêm ocorrendo ao longo da história" (p.15).Deste modo, como dito, a escola reconhece toda esta diversidade que circunda a escola. No cotidiano escolar percebe-se toda a multiplicidade inerente, não só nos jovens, mas dentre os próprios profissionais da escola, em todas as suas funções. Mas o fato de não conhecer acaba interferindo diretamente no próximo questionamento do fórum:
3) Ao reconhecer, a escola se organiza para atuar, promovendo tanto o respeito como a alteridade?Por não conhecer adequadamente a estrutura social do jovem estudante dificulta a realização, por parte da escola, de ações que buscam promover a alteridade. São feitos murais no pátio sobre questões étnico-racias, por exemplo, mas de maneira muito restrita. Portanto, o ponto de partida para o avanço é um conhecimento, uma aproximação com a vida do jovem, fazer trabalhos específicos sobre o pensamento do estudante com relação ao papel da escola e, assim, procurar introduzir atividades para que os próprios jovens respeitem-se reciprocamente. È um processo longo, que envolve várias instâncias, mas a escola deve buscar ser um modelo de inclusão e não de exclusão.