Breve análise - Temática I

          Ao analisarmos o história do Ensino Médio no Brasil percebe-se o forte caráter excludente com que o mesmo foi se constituindo. Alguns cursos ginasiais (anos finais do Ensino Fundamental) por exemplo, proibiam ao aluno a matrícula no ensino médio. Se a população em geral, por motivos sociais, econômicos, políticos e até religiosos tinham dificuldades de encaminhar e manter seus filhos em escolas primárias no Ensino Médio, essa oportunidade de ensino ia ainda mais se afunilando.
Atualmente existe legislação que garante o direito às crianças e adolescentes a cursar a Educação Básica, da qual o Ensino Médio é parte integrante, no entanto, a realidade social de cerca de 50% dos adolescentes em idade escolar, dificulta esse acesso e principalmente a permanência, uma vez que pesquisas contidas no próprio caderno I do MEC apontam, que grande parte desses jovens em idade escolar que estão fora da escola, estão no mercado de trabalho.

          O texto aponta para uma educação que supere a dicotomia: Ensino Técnico x Ensino Propedêutico. Uma educação que seja capaz de incorporar os conteúdos preparatórios para o ingresso no Ensino Superior mas que não negligencie o momento atual da vida dos alunos, suas necessidades reais nos campos econômico, cultural, social e político e que consiga trabalhar estes aspectos à luz de uma compreensão da sociedade contraditória e desigual em que vivemos, e qual é o papel social de cada um dentro dela.

          Com base nos dados apresentados no texto percebemos que os problemas educacionaois que os jovens enfrentam, não são meramente educacionais, são antes de tudo sociais.
A pesquisa revelou que estes 50,9% de jovens em idade escolar fora da escola estão inseridas no mercado de trabalho, logo, de menor poder aquisitivo. Portanto, não é possível desconsiderar a relação direta existente entre Bem Estar Social, como política de Estado e educação de qualidade para todos.

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Reflexão 1 - Caderno 1

Reflexão 1:

A partir da reconstrução histórica aqui apresentada, identifique — individualmente e em grupo — os desafios que permanecem para o ensino médio na realidade brasileira e levantem possibilidades de explicação para eles.

R: Em debate coletivo e reflexões individuais, sobre esta questão, constata-se que as dificuldades básicas frente ao ensino médio, em nossa realidade, se concentram no acesso, na permanência, no desempenho e na conclusão do curso.Observando nosso cotidiano escolar, verificamos que os jovens, ficam entre três vertentes ao longo do ensino médio. Alguns estão focados no aprendizado voltado a aprovação no vestibular. Outros estão focados, no findar do ensino médio, com vistas ao ingresso no mercado de trabalho (aqueles que ainda não estão nele), e outros, sem a mínima perspectiva, em busca de apenas concluir esta etapa da vida escolar.O aluno quando chega ao ensino médio, já deveria trazer consigo os conhecimentos sistematizados, que deverão ser aprimorados para a formação integral do educando, de forma a prepará-lo para a vida, para os bancos universitários, e para o mercado de trabalho. Porém a realidade é totalmente diferente. Os alunos têm chegado ao ensino médio desinteressados, e sem perspectivas. Sem saber “a que vieram”.Esta realidade é muito comum, tendo em vista que muitos jovens não veem a necessidade em cursar o ensino médio, e ingressam no mercado de trabalho, para adquirir renda e contribuir com o sustento da família, e só se dão conta desta necessidade anos depois.

Outro problema verificado no ensino médio, é que os pais se tornam menos presentes na vida dos filhos nesta etapa de escolarização, por acreditarem que o filho, já é “adulto” o suficiente para necessitar dos pais na escola.

Além disso, muitos alunos, também não compreendem o porquê estudar determinados conteúdos. Verifica-se que muitos fazem sempre o seguinte questionamento: “onde vou usar isso em meu trabalho? Pra que serve isso?”, por não entender que estes conteúdos serão necessários na universidade e em profissões que necessitam de conhecimentos mais específicos. Retratando a falta de perspectivas para o futuro.

Outro fator que contribui para a desvalorização do ensino médio na escola pública brasileira é o próprio sistema adotado. As provas criadas para análise do ensino demonstram que 90% dos alunos não têm o conhecimento mínimo esperado para a fase. Porém, verificamos que o sistema de ensino adotado hoje em dia, se restringe a reprovação dos alunos sem conhecimentos suficientes. Sem o preparo adequado, os alunos, vão sendo “empurrados” desde o ensino fundamental para outras séries, e não é no ensino médio que o problema terá um fim, mas, sim onde o problema é mais visualizado.Para tanto, a partir dos problemas levantados, observa-se que a solução do ensino médio se concentra em especial:• Nas mudanças da base, desde o ensino fundamental, com um ensino diferenciado e um currículo mais aprofundado em todas as disciplinas, em especial nas disciplinas da área de exatas;• A aprovação deve acontecer apenas com os alunos que de fato adquiriram os conhecimentos necessários. O índice de qualidade de ensino não deve se basear em percentuais de reprovação, mas, sim, em qualidade de ensino e aprendizagem;• Os pais devem participar mais da vida escolar do aluno. O papel de educar deve ser da família e não da escola. À escola cabe à função de transferir os conhecimentos;• O ensino nesta fase escolar deve ser explorado com conteúdos mais dinâmicos, voltados para esta idade de mudanças e descobertas por parte dos educandos. Vivemos na era das tecnologias, e a escola, deve contemplar os recursos tecnológicos que o aluno tem fora da escola. Segundo Lacerda (2014) no geral, se observa que as escolas continuam usando as mesmas ferramentas e instrumentos dos anos 50, do século passado. O quadro negro, giz, copiar, um [aluno] sentado atrás do outro, usando apenas o livro e o caderno, e aí há esse divórcio entre o que a escola acha que é bom e o que os alunos precisam. A escola tem que responder ao desafio da contemporaneidade.• O currículo deve contemplar disciplinas técnicas que englobem outras áreas de conhecimento, como teatro, musica, atividades esportivas, e disciplinas técnicas que preparem para o mercado de trabalho.• Deve haver um maior preparo do professor, a fim de que o mesmo esteja capacitado para atender o aluno do Século XXI. O preparo deve vir, desde o ensino das universidades.

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