BRAGANEY – PR - CEJA - REFLEXÕES SOBRE A ÁREA DE LINGUAGENS- Caderno IV- Etapa II

BRAGANEY – PR - CEJA - REFLEXÕES SOBRE A ÁREA DE LINGUAGENS- Caderno IV- Etapa II
Professores:
Adriana Aparecida Sasse
Aparecida de Lourdes Citron
Clediane Procópio
Lucimar Bilibio Macedo
Marcelo Sasse
Mariane Toffoli Stocker
Matheus Casanova
Sonia P. Fernandez
Orientadora de Estudos:
Salete Cristina Helker Senn

O caderno IV do MEC sobre a área de linguagem inicia-se, com um epígrafe do livro Esaú e Jacó de Machado de Assis o qual nos faz refletir em torno das questões da linguagem e o quanto nos definimos e nos posicionamos com seu uso; ou seja, o renomado autor com sua forma de escrever nos mostra que a linguagem se constitui e é constitutiva da prática social, mostrando nossas identidades. Vejamos um pouco do que foi escrito sobre a referida obra:
Ao acordar de manhã não soube logo do que houvera na cidade, mas pouco a pouco vieram vindo as notícias, viu passar um batalhão, e creu que lhe diziam a verdade os que afirmavam a revolução e vagamente a república. A princípio, no meio do espanto, esqueceu-lhe a tabuleta. Quando se lembrou dela, viu que era preciso sustar a pintura. Escreveu às pressas um bilhete e mandou um caixeiro ao pintor. O bilhete dizia só isto: “Pare no D”. Com efeito, não era preciso pintar o resto, que seria perdido, nem perder a princípio, que podia valer. Sempre haveria palavra que ocupasse o lugar das letras restantes. “Pare no D”.
De acordo com o proposto nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio os componentes curriculares da área de Linguagens são: Língua Portuguesa, Língua Materna (populações indígenas), Língua Estrangeira, Arte e Educação Física. Nestas disciplinas de algum modo todos os componentes curriculares dão enfoque as representações de mundo, formas de ação e as manifestações de linguagens; ao mesmo tempo constituindo e sendo constituídas por práticas sociais.
No momento em que todas as práticas de linguagem, com todas as formas e diferenças na forma de contribuições, invadem o espaço escolar, dá-se início a constituição completa do sujeito, porque na escola depara-se com o saber sistematizado, onde todas as diferentes identidades de diferentes grupos sociais são trabalhadas, buscando um determinador comum que é organizar o conhecimento. Este tipo de organização chama-se atividade educativa, considerando os diferentes sujeitos na atuação de práticas sociais, considerando as mediações de linguagem presentes na sua vida diária.
Como se observa e vivencia a concepção da área de Linguagens é bastante recente, mesmo nos primeiros anos do surgimento das ideias, não havia discussão sobre a área e seus componentes curriculares. Na década de 90 é que começa a tomar forma. Em 2000 e 2002 nas PCNEM e PCN, é denominada como Linguagens, código e suas tecnologias. Em 2006, nas Orientações Curriculares para o Ensino Médio, a área aparece com a mesma denominação considerando os conhecimentos de Língua Portuguesa, Literatura, Línguas Estrangeiras, Espanhol, Arte e Educação Física.
Somente em 2010 a área passa a ser definida com o nome de Linguagens, sendo composta por: Língua Portuguesa, Língua Materna, para populações indígenas, Língua Estrangeira Moderna, Arte e Educação Física. Um dos pontos que todas as disciplinas desta área se convergem é o fato de terem como objeto a atuação de sujeitos em práticas sociais e também ter como componente curricular o fato de focalizarem práticas de linguagem no processo de ensino aprendizagem.
A área das linguagens apesar dos estudos serem recentes, abarcam práticas sociais diversas, abrangendo diversos modos de expressões artísticas e literárias, sendo os sentidos construídos de forma dinâmica nas relações sociais. “Carregam, portanto, interesses que marcam as posições assumidas pelos sujeitos que participam dessas relações e que, consequentemente, revelam relações de autoridade e poder entre eles.” Sendo estas relações nem sempre pacíficas, pois são construídos de acordo com as especificidades de cada cultura.
Pensando no ensino da área das Linguagens no ensino médio, é preciso atentar-se para um trabalho que se volta para a constituição do sujeito e que os conhecimentos favoreçam a interdisciplinaridade proporcionando uma aprendizagem significativa. Bakhtin, um estudioso da linguagem, afirma que é na interação do ser humano com outras vozes que ele se modifica, ou seja, é através da comunicação seja ela feita de qualquer maneira é que o homem torna-se heterogêneo e completo.
No caderno aparecem algumas sugestões de conhecimentos para o Ensino Médio que visam favorecer o desenvolvimento da aprendizagem. São eles: O conhecimento sobre a organização e o uso crítico das diferentes linguagens; O conhecimento sobre a cultura patrimonializada local, nacional e internacional; O conhecimento sobre a diversidade das linguagens; O conhecimento sobre a naturalização/desnaturalização das linguagens nas práticas sociais; O conhecimento sobre a autoria e posicionamento na realização da própria prática; O conhecimento sobre o mundo globalizado, transcultural e digital e as práticas de linguagem.
Analisando o exposto no parágrafo anterior, vale dizer que para favorecer o desenvolvimento da aprendizagem é preciso ir além das práticas cotidianas, refletindo sobre o que se está trabalhando em sala de aula, pois nossos jovens só se interessam naquilo que vêem sentido. “O conhecimento no processo de ensino e aprendizagem é conseqüente quando é mobilizado a partir da própria história de vida dos estudantes”.
A área das linguagens poderá ter início com o princípio da pesquisa, podendo desenvolver práticas pedagógicas que rompam com o senso comum. É necessário ir além dos discursos prontos e acabados; mas levar os jovens a reconhecerem o papel das ciências na construção/produção de novos conhecimentos. E a nós professores fica a tarefa de entendermos nosso fazer pedagógico como prática social, um fazer que esteja sempre em movimento.

Referências

ASSIS, M (1904). Esaú e Jacó. Disponível em: http://machado.mec.gov.br/images/stories/pdf/romance/ marm09.pdf Acesso em: 14/8/2014.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros curricula¬res nacionais: ensino médio: linguagens, códigos e suas tecnologias. Brasília: MEC/SEMTEC, 2000.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. PCN+: linguagens, códigos e suas tecnologias. Brasília: MEC/SEMTEC, 2002.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Orientações Curriculares para o Ensino Médio: Linguagens, Códigos e suas Tecnologias. Brasília: MEC/SEB, 2006.
BAKHTIN, M. Os gêneros do discurso. In: ______. Estética da criação verbal. Tradução de Paulo Bezer¬ra. São Paulo: Martins Fontes, 2006 [1953].
LIBÂNEO, J. C. As teorias pedagógicas modernas revisitadas pelo debate contemporâneo na educação. In: LIBÂNEO, J. C; SANTOS, A. (Orgs.). Educação na era do conhecimento em rede e transdisciplina¬ridade. Campinas: Editora Alinea, 2010.

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imagem de Dionizia Candida Correa Modolo

A Comunicação e as Linguagens

A área das linguagens tem como princípio fundamental a comunicação humana ou os diferentes tipos ou formas de linguagens, que faz com que os alunos tenham um olhar diferenciado sobre sua realidade. Neste sentido, o professor organizará suas aulas tendo como princípio os termos epistemológicos, considerando os diferentes tipos de linguagens com situações problematizadoras com o discurso como prática social. Assim o estudante constrói seu conhecimento no processo dialógico e com o uso das tecnologias e suas múltiplas linguagens representativas do cotidiano.

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imagem de Adriane Flávia Temp de Lima

Linguagens- Colégio Estadual Brasmadeira- Cascavel

               A linguagem é um dos principais instrumentos na formação do mundo cultural, pois é ela que nos permite transcender a nossa experiência. A línguagem é interação, pois proporciona ao indivíduo a possibilidade de exercer atividades sobre o outro, sobre si mesmo e sobre o mundo e independe de estímulos, portanto,  é uma atividade humana, histórica e social,podendo  ser uma aliada na luta contra os preconceitos sociais, pois  apartir dela compreendemos e interagimos com o mundo natural.

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imagem de letycia mendonça de godoi

Linguagens

A linguagem é indispensável nas práticas sociais, determinadas pela relação de poder, na qual os sujeitos se defrontam com a inevitável questão de seguir ou romper com as convenções estabelecidas. Nós educadores e nossos estudantes constantemente nos depararam com essas situações de mediação com a linguagem, uma vez que um esporte, a escrita de um texto, a forma como fotografamos e expomos essas imagens são formas de produção de sentido, ou seja, linguagem. Ela engloba o nosso mundo e sem ela o nosso cotidiano seria tão sem graça.

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imagem de Dilma Portes de Oliveira

Linguagem fundante em todas disciplinas

No decorrer da aquisição do processo ensino aprendizagem o uso da linguagem é de extrema importância e faz se necessária entre todas disciplinas do currículo, a qual é utilizada das mais variadas formas: oral, escrita, corporal, símbolos, discurso, entre outras.  Pois ela é constitutiva e fundante para a interação de todas disciplinas e assim amplia a visão de mundo e valores construindo o conhecimento. Faz se necessário articular corretamente a linguagem  para que o aluno possa interagir com todas as disciplinas, pois o estudante se constrói com o conhecimento. Sendo que o sujeito do Ensino Médio encontra se vinculado ao meio midiático, por isso a escola precisa  trabalhar de forma a abordar as mais diferentes metodologias empregando  assim os diversos tipos de linguagens, fazendo uso dos recursos tecnológicos inserindo os conteúdos para que estes venham  contibuir para a formação humana e integral do sujeito no intuito que este possa compreender  e ampliar a sua visão mundo.

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imagem de DOUGLAS MARCEL NARDELLI

linguagens

Com certeza a construção do conhecimento não é propriedade particular de um sujeito, sempre teve esse caráter de universalidade com o qual é compartilhavel nesse sentido têm sido muito importante esse trabalho de interdisciplinaridade onde revemos várias práticas e conceitos nos quais podemos ter muito em comum entre disciplinas e até mesmo com o senso comum.

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