ATIVIDADE FINAL - WIKI

PACTO NACIONAL PELO FORTALECIMENTO DO ENSINO MÉDIO

Colégio Estadual do Campo de Juvinópolis
Cascavel-PR
Orientadora: Jurema Matos Bubna

Cursista: Mara Salete Campestrini

 

O Ensino Médio no Brasil é resultado de uma trajetória histórica marcada pela dualidade, onde a elite tinha acesso à educação e os filhos dos trabalhadores, classe menos favorecida, não tinham as mesmas oportunidades. Não bastasse essa diferenciação, um grande problema que encontramos, nessa etapa de ensino, é a evasão escolar, uma vez que “as juventudes” que cursam essa etapa de ensino, ingressam no mundo de trabalho e abandonam a escola.

            Diante do exposto, entendemos que é necessário respeitar e valorizar o aluno campesino. Por se tratar de uma escola denominada "do campo" e estar de fato "no campo", ela estabelece práticas pedagógicas embasadas na Diretriz Curricular do Campo (PARANÁ, 2006). Tendo como princípio: pensar a educação de maneira política e pedagogicamente, em suas particularidades, seu vínculo com os sujeitos (identidades), bem como, seu tempo histórico.

            Para tanto, as DCNEM estabelecem um currículo que contempla os quatro eixos integradores: cultura, trabalho, ciência e tecnologia, sendo esses interligados, por fazerem parte do processo histórico do ser humano como ser omnilateral. Já  as DCE do Estado do Paraná,  têm como foco o processo histórico crítico (Vygotsky), dando ênfase à  interdisciplinaridade e à contextualização na proposta de encaminhamentos metodológicos desenvolvidos  em sala de aula, que  propicie ao educando uma percepção das disciplinas como um todo e não isoladas e/ou fragmentadas em sua estruturação. Formando assim um cidadão crítico podendo atuar  na sociedade e  compreendendo as questões éticas que estão relacionadas com o mundo.

Young (2007) afirma que é necessário levar em consideração a realidade em que o aluno está inserido sem torná-la uma base para o currículo, ou seja, deve haver uma formação integral do ser, onde deve-se ir além do que ele apresenta em sua comunidade, visando, desta forma, um currículo flexível, respeitando e valorizando as identidades, sem distanciar-se dos conhecimentos universais historicamente construídos pela humanidade.

            A nossa escola é do campo, valorizando a identidade do aluno campesino, que já é referenciado no PPP, porém sem excluir o conhecimento universal (científico).

            O currículo tem uma grande importância pelo fato de que o Ensino Médio deve preparar o educando para o trabalho e a cidadania, possibilitando a compreensão dos fundamentos científicos e tecnológicos nos processos produtivos, relacionando a teoria com a prática para que o estudante possa participar de maneira inclusiva na dinâmica da sociedade.

      O Ensino Médio tem por objetivo preparar o educando para o trabalho e a cidadania, possibilitando a compreensão dos fundamentos científicos e tecnológicos nos processos produtivos, relacionando a teoria com a prática para que o estudante possa participar de maneira inclusiva na dinâmica da sociedade.

            No início de cada ano letivo, os professores de disciplinas em comum sentam-se para elaborar seu Plano de Trabalho Docente (PTD) e conversam sobre trabalhos interdisciplinares que podem realizar ao longo desse período escolar, porém existe um grande problema no planejamento dessa interdisciplinaridade, uma vez que os professores não encontram-se periodicamente para debater sobre isso devido à não coincidência de hora-atividade.

            Além de estabelecer a interdisciplinaridade e relacionar o ensino com o mundo do trabalho, é necessário construir um ambiente democrático, o que não é tarefa fácil e, por isso, não é empreitada para um só. Quem ocupa cargos de liderança — como diretor e coordenador pedagógico — precisa despir-se da postura de chefe para criar um clima em que todos dêem idéias, façam e recebam críticas e aceitem consensos. O papel do diretor é de articulador de todos os envolvidos (instancias colegiadas), na gestão democrática compartilhada. Não há como pensar a escola independente da sociedade na qual ela se insere.

Na organização escolar, em que a participação é elemento inerente à consecução dos fins, em que se busca e se deseja práticas coletivas e individuais baseadas em decisões tomadas e assumidas pelo coletivo escolar, exige-se da equipe diretiva, liderança e vontade firme para coordenar, dirigir e comandar o processo decisório como tal e seus desdobramentos de execução.

Considerando as situações que poderiam ser objeto de discussões sistemáticas e de decisões tomadas coletivamente em nosso benefício, os espaços e tempos para o debate no cotidiano são garantidos em oportunidades tais como: reuniões pedagógicas, reuniões administrativas, conselhos de classe e escolar, reuniões de pais, reuniões de alunos, entrega de boletins, conversas por telefone, atendimento pessoal por professores, coordenação pedagógica e direção, construção do calendário com as datas e eventos na escola (semana cultural, jogos, reuniões pedagógicas, formação continuada), prioridades de compra de materiais de infraestrutura e de materiais didáticos e pedagógicos.

É possível observar, através das avaliações externas, uma melhora no desempenho do Colégio Estadual do Campo de Juvinópolis, demonstrando o bom rendimento de metodologias adotadas pela escola, como, por exemplo, ao reconhecê-la como Escola do Campo, direcionar os conteúdos e metodologias para esse aspecto social da comunidade.

Porém um fato que é importante ressaltar, é que não basta considerar uma escola do campo e direcionar a metodologia para a mesma, deve-se, ainda, formar os alunos para o mundo do trabalho, com uma visão crítica da sociedade. Neste contexto se faz necessário avaliar democraticamente, ou seja, supõe-se democratizar a relação professor-aluno, valorizando o diálogo, o diagnóstico das necessidades e a qualidade das intervenções a serem realizadas, para manter os alunos informados do processo ensino aprendizagem para que possam sugerir e até intervir na escola, nos meios, nos instrumentos e critérios dos processos de avaliação. Esta possibilidade sugere a necessidade de implementação de uma auto-avaliação do professor, aluno e toda comunidade escolar, caracterizando, uma avaliação democrática e formativa, ao favorecer o desenvolvimento de todos.

Uma avaliação externa importante para o Ensino Médio é o Enem, que além de avaliar possibilita ao aluno o acesso ao ensino superior. A escola procura se organizar de forma que o estudante esteja preparado para atuar de forma consciente na sociedade e não apenas visando o Enem, pois, para o mesmo, deveríamos dispor de aulas em contra turno para um melhor preparo dos alunos.

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wiki final

Thiago Varaschim Cenci

Colégio Estadual Rui Barbosa - EMP. Formosa do Oeste Pr

Núcleo Regional de Assis Chateaubriand Paraná

 

Após a leitura das Wikis de cada temática, construa um texto coletivamente, propondo ações para cada um dos temas:• sujeitos• gestão democrática• currículos• áreas• avaliação externa.

Por ocasião do Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio, Etapa I, os professores do Colégio Estadual Rui Barbosa Ensino Médio e Profissional, de Formosa do Oeste – Paraná,  se reuniram para estudos dos cadernos temáticos, no período de  julho a dezembro / 2014.A Recepção por parte dos professores participantes foi muito positiva, uma vez que como educadores preocupados com a melhoria da qualidade do ensino, puderam perceber no PACTO uma possibilidade de estarmos através desse grupo de estudo discutindo por meio dos materiais disponibilizados pelo MEC e pela SEED, possibilidades de nos atualizarmos de forma a enfrentarmos os desafios ora postos pela educação contemporânea.E dessa forma, melhorarmos nossa educação, oferecendo uma educação de melhor qualidade que venha de encontro com as reais necessidades de nossos alunos, fortalecendo seu interesse pelos estudos e consequentemente sua permanência no ambiente escolar, contribuindo assim para a redução da evasão escolar e consequentemente uma maior apropriação do conhecimento escolar.Nossos encontros contaram com a participação efetiva de todos com questionamentos e sugestões para realização das atividades propostas, o que motivou ainda mais a realização do presente grupo de estudos.Em nossos estudos do caderno II – Etapa I , O jovem como sujeito do Ensino Médio, do Pacto Nacional pelo fortalecimento do Ensino Médio, pudemos perceber a importância em estarmos nos aproximando de nossos alunos, produzimos então uma carta a fim de conhece-los melhor, seus sonhos, suas angústias, o que querem e esperam da escola, enfim se aproximar dessa diversidade de juventude com sua ampla pluralidade cultural e que frequentam o ambiente escolar, e embora tenhamos consciência dessa gana de diversidade de juventudes e pluralidade cultural, em muitos momentos tratamos a todos como iguais em suas necessidades, sonhos e objetivos de vida a curto, médio e longo prazo.Os estudos sobre o jovem oportunizaram ainda uma compreensão da necessidade de superarmos vários desafios que ainda permeiam o ambiente escolar, como é o caso da indisciplina, da evasão e da repetência escolar.Um dos caminhos a seguir na busca dessa superação passa pela condição de ouvirmos mais o jovem que frequenta nosso ambiente escolar para que se sinta parte de todo o processo educacional desenvolvido no ambiente escolar, o jovem precisa participar das decisões das atividades a serem desenvolvidas pelo estabelecimento de ensino sendo representado pelo ativamente pelo Grêmio Estudantil, de forma que se sinta ouvido em suas sugestões; precisa ter consciência e compromisso da necessidade de se estudar, respeitar o ambiente escolar os professores e funcionários. Precisa ainda ter as condições necessárias para não se evadir da escola por questões financeiras.Outro fator importante na superação dos problemas acima elencados, passa pela questão de investimentos por parte do Estado, pois diante de uma pluralidade cultural diversa e da diversidade de juventude no ambiente escolar, é necessário e urgente, políticas que permitam atender de forma também diferenciada essa juventude com projetos que venham de encontro com suas necessidades em tempo hábil; além de salas de aulas com menos alunos.As discussões oportunizadas pelo estudo sobre Gestão, foram muito produtivas e nos chamaram a atenção sobre a importância de como devemos nos mobilizar para uma participação mais efetiva quer por parte de nós educadores, quer por parte dos alunos e comunidade escolar, pois só com esse fortalecimento teremos uma gestão de fato democrática, ativa, participativa e realmente com poder de decisão com representatividade.. As instancias colegiadas com efetiva participação de seus representantes legais dão mais suporte à organização escolar e as tomadas de decisões, oportunizando a busca de melhorias junto a SEED,  para o ambiente escolar; como organização de salas de aulas com menor quantidade de alunos, cursos em contra turno que atenda as reais necessidades de nossos alunos,(ex. curso pré-vestibular/preparatório Enem), salas de recursos e apoio (em tempo hábil a necessidade dos alunos); e organização de tempo escolar (Reuniões dentro do calendário escolar) para discutir ações que visem melhorias a educação.Tais ações se tornam mais fortalecidas para serem aprovadas quando temos a união de todos em  torno dos objetivos a serem alcançados pela escola, onde com a participação ativa de todos possamos pleitear  tais melhorias.Percebemos que através desse fortalecimento temos a oportunidade de estarmos reivindicando melhorias a nossa escola de forma a oportunizar uma melhor educação aos nossos alunosO Estado por sua vez, precisa aceitar e atender as reivindicações das instancias colegiadas que são as vozes legitimamente representadas do ambiente escolar e que buscam soluções a situações adversas que visam a melhorar a condição da educação.Em nossos estudos sobre currículo, pudemos mais uma vez perceber a complexa tarefa enquanto professores preocupados com uma formação integral de nossos alunos em selecionar os conteúdos a serem trabalhados em nossas disciplinas escolares, haja visto que todo conteúdo selecionado é carregado de tendências quer ocultas ou explicitas em sua formação.Dai a dificuldade em estabelecermos quais os melhores e necessários conteúdos a serem desenvolvidos por nossa escola para a formação de nossos alunos.Para responder a tal questionamento, primeiramente necessitamos de uma ampla discussão com todo o colegiado da escola na busca da definição do tipo de cidadão que queremos formar, para então estarmos definindo quais conteúdos irão compor nosso currículo escolar.Tal definição, no entanto deve atender a uma formação integral do aluno conforme determina as DCNEM, ou seja uma formação para cultura, para a ciência, a tecnologia e para o trabalho, mas sem perder a dimensão de que essa formação deverá ocorrer dentro de uma estruturação curricular organizada por disciplinas de conhecimento, conforme determina as Diretrizes Curriculares Estaduais do Paraná.A nós educadores cabe a tarefa de fazermos um recorte de conhecimentos historicamente produzidos pela humanidade que constituirá o currículo escolar, de forma a oportunizar a formação de um cidadão ativo, participante, crítico e consciente de seus direitos e deveres.Ao formularmos o currículo da escola, devemos aproximá-lo da realidade do aluno, de forma que consiga relacionar o conteúdo escolar, com situações de seu cotidiano e através dessa aplicação possa valorizar ainda mais o conteúdo escolar. No entanto essa aproximação da realidade do aluno, não consiste no esvaziamento do conteúdo em seu contexto histórico e de sua construção social e cientifica da época.Nesse processo de estudos e seleção dos conteúdos que constituirá o currículo da escola, Um primeiro passo foi realizado por nosso grupo de estudos, com a elaboração de uma carta aos alunos procurando conhecer seus pontos de vista sobre os conteúdos ora trabalhados, no entanto é necessário tempo para discussões com todas as instâncias colegiadas da escola, daí a necessidades de reuniões durante o período letivo de forma a garantir a participação de todos os envolvidos no processo educativo.Nos estudos sobre as áreas do conhecimento e integração curricular, foi para nós professores uma questão duvidosa sobre como se daria a organização curricular do conteúdo escolar por áreas de conhecimento conforme determina as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio.Muitas questões ficaram em aberto e acreditamos ter faltado tempo para uma melhor discussão e aprofundamento sobre a proposta de se trabalhar o conteúdo escolar em forma de áreas de conhecimento, pois no estado do Paraná seguimos a uma organização curricular por disciplinas de ensino;  e a forma como foi apresentado no caderno o trabalho por área, deixou muitas dúvidas.A questão da avaliação externa realizada quer seja pelo Mec ou pela SEED, é de suma importância a toda instituição que realmente esteja preocupada em conhecer sua realidade escolar;  onde estamos em termos de conhecimento e onde podemos chegar.No entanto, as formas de divulgação dos resultados que oportunizam a realização de um rancking educacional por meio da mídia, é em muito prejudicial a educação, que necessita sim conhecer seus pontos positivos e pontos negativos e receber por parte dos gestores Federais, Estaduais e Municipais, investimentos e treinamentos, buscando a superação das dificuldades e a atingir as metas estabelecidas.Porém, da forma como vem ocorrendo a avaliação, sua divulgação e sua discussão no âmbito escolar, tem pouco contribuído para realmente promover uma transformação, pois hoje no ambiente escolar, tomamos conhecimento das notas, se discute um ou dois dias sobre, e para por ai, só se retoma novamente o debate em dias de cursos realizados pela Seed, sendo que os materiais a serem estudados e debatidos chegam na escola na véspera dos encontros; o que pouco contribui para uma efetiva transformação da realidade escolar buscando sua superação.(falta planejamento e investimento para superação)Diante dos resultados a escola precisa sim repensar sua proposta, se reorganizar curricularmente, mudar suas práticas educativas para então buscar sua superação, mas em que momentos a escola pode parar para isso?Nesta etapa de estudos, realizamos também uma consulta aos alunos em forma de carta, procurando saber a opinião deles sobre o modo de avaliação desenvolvido por nossa escola.Avaliar por avaliar não tem sentido. A avaliação só passa a ter sentido quando através dos resultados se promove investimentos humanos, físicos e financeiros e de tempo para transformar a realidade.É importante também considerar que os dados apurados não são suficientes para orientar a tomada de decisões. É necessário que cada sistema de ensino desenvolva pesquisas adicionais, contando com suporte técnico do Inep e das Universidades para desenvolver estudos que permitam elucidar melhor aspectos apontados pelo SAEB. Uma das ações que pode ser sugerida é um momento de estudo com o molde do pacto nacional do ensino médio levando em consideração os indicadores do SAEB, fazendo um planejamento que possa ser trabalhados os indicadores necessários não apenas nas disciplinas de português e matemática e sim de todas as disciplinas do currículo do ensino médio de forma interdisciplinar.É necessário que nós educadores, os jovens que frequentam a escola, e a comunidade escolar representada pelas instancias colegiadas compreendamos que a escola não é uma instituição de ensino à parte da sociedade, mas esta nela inserida e reflete em seu ambiente, todos os problemas sociais existentes na vida em sociedade.À escola, no entanto cabe a função de buscar formas de assegurar ao aluno o domínio do conhecimento historicamente produzido pela humanidade, mas que esse conhecimento só será possível  ser ministrado e compreendido em toda a sua dimensão, se o aluno perceber sua importância como forma de superação de sua condição social e ter o compromisso em compreendê-lo, percebendo assim o quão próximo a escola esta de sua realidade.As leituras e as atividades realizadas por ocasião do Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio tem oportunizado a nós educadores um novo olhar para nossos alunos e para a nossa escola, além de um pensar diferente sobre nossas ações enquanto educadores, o que vemos ser muito positivo, pois assim passamos a compreender melhor nossos alunos e a desenvolver melhor nossa função de educadores.

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