Atividade Coletiva Caderno III etapa II - Como ensinar Ciências? - Col. Carimã - Foz do Iguaçu

A discussão sobre o ensino de ciências levantou vários questionamentos entre colegas da área de ciências e de outras áreas de ensino. Todos, sem exceções, concordaram que todos os tópicos listados na atividade da página 21 da temática III, são o modo ideal ou infelizmente utópico para o ensino de ciências.
A realidade nas escolas estaduais do Paraná, está longe de propiciar que o ensino ideal de ciências se concretize. Seja pelo número excessivo de alunos em sala de aula, laboratórios sucateados, professores cansados pelo excesso de trabalho, falta de recursos financeiros, entre outros que dificultam a aplicabilidade do ensino ideal.
Para exemplificar os questionamentos e apontamentos realizados, resolvemos listar alguns tópicos da atividade, com os comentários dissertados sobre os mesmos.
•Estimular atividade intelectual e social dos alunos. (Pesquisas e estudos apontam o crescente desinteresse dos alunos pelas Ciências e a não aprendizagem dos conteúdos que lhes são ensinados.)
•Motivar e dar prazer pelo aprendizado. (A mudança no ensino de Ciências requer adotar não apenas novos métodos, mas novas metas e outra cultura educacional de ensino dessa área na escola.)
•Demonstrar que o conhecimento científico vai mudando à medida que novas informações e teorias levam a interpretações diferentes de fatos. (O desajuste entre a Ciência que é ensinada na escola e os próprios alunos é cada vez maior, refletindo uma crise na cultura educacional.)
•Estimular a imaginação, a curiosidade e a criatividade na exploração de fenômenos de interesse dos alunos. (Avaliações e pesquisas têm apontado que os alunos não encontram somente dificuldades conceituais, mas também enfrentam dificuldades no uso de estratégias de raciocínio e soluções de problemas próprios da pesquisa científica.)
•Dar condições para trabalhos práticos que permitam vivenciar investigações científicas rigorosas e éticas. (Os experimentos muitas vezes são vistos pelos alunos como situações de demonstração e não como de pesquisa. A atividade intelectual presente no trabalho de investigação científica é vista pelos alunos como uma atividade solitária permeada pelo esforço individual, e as conquistas, como mérito pessoal e não situações de cooperação, busca conjunta e aprendizagem coletiva.)
•Fazer os alunos decorarem termos que não mais serão usados durante o curso. (Uma das dificuldades está relacionada ao que podemos chamar de conteúdos sobre Ciências. São os conteúdos procedimentais das Ciências - o que precisam aprender e fazer com seus conhecimentos científicos -, nomeados de competências científicas por autores contemporâneos.)
•Priorizar na sequência do curso e das aulas o conteúdo sem levar em conta fatores que promovam a motivação e o interesse pelo mesmo. (A maneira de ensinar também passou décadas apoiada na reprodução dos mesmos padrões. Acreditava-se que os fenômenos naturais poderiam ser compreendidos com base apenas na observação e no raciocínio, bastando para isso que os estudantes fossem levados a conhecer todo o patrimônio científico produzido até então e a memorizar conceitos. A metodologia que tem no professor e no livro didático o centro da transmissão de saberes ficou conhecida como tradicional ou conteudista - e ainda hoje está presente nas salas de aula.)

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imagem de Janete Secco Bedendo

O trabalho no campo e os problemas relacionados a saúde.

RESUMOCom o intuito de abordar assuntos que se inter-relacionam ao cotidiano, será descrito o trabalho realizado com os alunos do primeiro ano do Ensino Médio do Colégio Estadual do Campo Nova União, trabalho esse que procurou através dos relatos do cotidiano e seus registros, associar ao conhecimento de Ciências da natureza o conteúdo: Fatores ambientais que afetam a saúde humana, focando as pesquisas que abordam iniciativas de projetos baseados em uma perspectiva interdisciplinar no contexto do processo do ensino e da aprendizagem.Palavra-chave: interdisciplinar, ciências da natureza, conhecimentoINTRODUÇÃO

            Nos dias atuais vivencia-se um desinteresse muito grande dos adolescentes pelo conteúdo escolar. Depara-se com situações que obrigam a criar estratégias que deem motivação para que os jovens tenham interesse nos estudos e não ficarem permanentemente numa logica propedêutica sem interesse de ampliar seus conhecimentos.            O trabalho do educador no processo ensino-aprendizagem é fundamental, cabendo a ele uma ligação entre a realidade imediata ócontexto teórico-social e as relações globalizadas do conhecimento.DESENVOLVIMENTO            O conhecimento científico deve ocasionar ao estudante o desejo de transformar, mudar o seu contexto, compreendendo seu papel na mudança da sociedade. As ciências da natureza são voltadas para o conhecimento físico, químico e biológico, proporcionam o envolvimento de diferentes disciplinas e a relação com o cotidiano, considerando a aprendizagem um processo aberto que permite levar o objeto dessa aprendizagem às aplicações práticas diárias.Fazenda (1994) caracteriza a sala de aula interdisciplinar como um espaço onde:a autoridade é conquistada, enquanto na outra é simplesmente outorgada. Numa sala de aula interdisciplinar a obrigação é alternada pela satisfação; a arrogância, pela humildade; a solidão, pela cooperação; a especialização, pela generalidade; o grupo homogêneo, pelo heterogêneo; a reprodução, pela produção do conhecimento. [...] Numa sala de aula interdisciplinar, todos se percebem e gradativamente se tornam parceiros e, nela, a interdisciplinaridade pode ser aprendida e pode ser ensinada, o que pressupõe um ato de perceber-se interdisciplinar. [...] Outra característica observada é que o projeto interdisciplinar surge às vezes de um que já possui desenvolvida a atitude interdisciplinar e se contamina para os outros e para o grupo. [...] Para a realização de um projeto interdisciplinar existe a necessidade de um projeto inicial que seja suficientemente claro, coerente e detalhado, a fim de que as pessoas nele envolvidas sintam o desejo de fazer parte dele (p.86-87).            O trabalho apresentado para os educandos foi buscar no cotidiano de cada um, de maneira que cada educando relate o seu trabalho diário no campo, e relatar também um fato que ocorreu na sua família que chamou sua atenção. Após o relato de cada educando, pediu-se que cada um trouxesse para a escola fotos do trabalho desenvolvido na família e então a partir das fotos colocadas no retroprojetor, levantaram-se várias discussões sobre a saúde no campo, como, cuidado com a pele, pois a maioria fica exposta ao sol sem protetor solar, a questão dos agrotóxicos utilizados de forma demasiada e o uso do EPI visando a segurança no trabalho. Os alunos ficaram motivados e muito interessados em buscar conhecer mais profundamente sobre os assuntos abordados. Em grupos os alunos irão pesquisar e apresentar para os demais alunos os cuidados que devem ser tomados no trabalho no campo.CONCLUSÃO            O trabalho deixou os alunos motivados e interessados em buscar conhecimento, saber cientificamente quais os problemas futuros que podem ser evitados, mas o prazer maior foi cada um mostrar o que faz e como faz. Os professores puderam observar o resultado do trabalho em diferentes disciplinas além das ciências da natureza, também observou-se a produção de texto e o uso da tecnologia no campo, entre outros.

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