Estudantes fazem protesto contra falta de estrutura em escola estadual

 

 

CIDADE OPERÁRIA

 

POR JULLY CAMILO

No início da manhã de ontem, alunos do Centro de Ensino Médio Operária I (CEM I), situado na Avenida Este, da Cidade Operária, protestaram contra a falta de infraestrutura apresentada nas dependências da escola, bem como a falta de professores de diversas disciplinas. Os alunos interditaram, por quase duas horas, os dois sentidos da avenida principal do bairro, além da via onde fica o colégio, o que provocou um congestionamento quilométrico por quase toda a Cidade Operária.

Segundo a aluna do 3º ano, do ensino médio, Rafaele Cristine Correia, de 18 anos, a escola funciona nos três turnos e tem aproximadamente 1.500 alunos. Ela explicou que há três anos os estudantes solicitam à Secretaria de Estado da Educação do Maranhão (Seduc), por meio da direção do colégio, providências que pudessem sanar os problemas apresentados. Porém, nunca houve um retorno. “Quase metade dos alunos não tem carteiras para sentar, e isso cria uma disputa acirrada entre nós. Apoiamos as provas nas pernas para podermos escrever, pois os braços das carteiras, que ainda restam, estão quebrados. Eu já sentei literalmente sob a mesa da professora para não ter que ficar em pé. A diretora Conceição nos disse que já havia enviado o abaixo-assinado, que fizemos ano passado, para a Seduc, mas até hoje aguardamos um posicionamento”, disse.

Pâmela Ribeiro e Silva, de 17 anos, estudante do 2º ano, contou que os ventiladores não funcionam, não há tomadas, nem aparelhos eletrônicos, como DVD, na sala de vídeo, e os professores trazem o material de casa. Ela pontuou que, sem cadeiras na biblioteca, a pesquisa dos estudantes se torna inviável. “Tanto no turno vespertino quanto matutino, faltam professores. Estimamos que há uma carência de, pelo menos, 14 docentes, e por isso somos sempre liberados antes do horário, pela falta de aulas. Na sala de informática, dos 10 computadores, apenas três funcionam; a quadra de esportes está caindo aos pedaços e não há material esportivo. Os banheiros estão em estado precário, só há um bebedouro com quatro torneiras, mas apenas duas funcionam e há ferrugem por toda parte. O telhado está cheio de goteiras e a fiação elétrica está praticamente toda exposta”, informou.

 

A aluna do 2º ano, Denise Rubens Ribeiro diz que "Assim como os professores têm o direito deles de protestar, nós como alunos tambem temos esse direito. Isso aqui não é baderna não. Nós somos o futuro do Brasil. Não é assim que se trata o futuro. A SEDUC precisa saber que o CEM Cidade Operária I Existe".

 

 

Os alunos afirmaram que a preocupação maior se dá com a proximidade do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e dos simulados que já começam a ser preparados pelas escolas. Os estudantes informaram que, se até o final da tarde de ontem, não obtivessem um retorno definitivo por parte da Seduc, fechariam novamente as avenidas do bairro na manhã de hoje (17). A direção do CEM – Operária I não quis se manifestar sobre o assunto.

Outro lado – Sobre o Centro de Ensino Cidade Operária I, a Secretaria de Estado da Educação (Seduc), por meio de sua assessoria de comunicação, informou que o Estado está concluindo processo seletivo para contratação de professores para atendimento da necessidade que, porventura, ainda possa existir na rede estadual de ensino. Reiterou ainda que a escola consta na programação para receber novas carteiras.

Com relação ao laboratório de informática, a escola dispõe de quatro computadores conectados com internet e solicitou a manutenção dos demais que sofreram desgaste. Sobre a infraestrutura do prédio, periodicamente são realizados reparos da estrutura física, tais como reformas nos banheiros, pinturas, entre outros, e caso haja necessidade, outras intervenções serão feitas.

Comunidades: