Ora como uma casa com portas e janelas abertas para um diálogo do indivíduo com seu próprio mundo reinventado pela sede do imaginar, ora como uma clausura da simples percepção e entendimento do mundo que nos cerca, a leitura vem sendo como um tesouro encerrado na rotina de grande parte daqueles que tem acesso.
O hábito da leitura pode trazer um indivíduo a reinvenção, não somente de sua visão acerca do mundo mas também de suas palavras e até mesmo de suas oportunidades no âmbito profissional. Isso porque ler, nos faz desenvolver nosso senso crítico e, aliado a isso, nossa compreensão dos problemas e a facilidade em encontrar soluções para os mesmos. Entretanto, esse costume vem sendo cada vez menos comum entre as pessoas.
Muitos foram se perdendo em meio as facilidades de acesso a informações e recursos digitais de pouquissima riqueza cultural. Muitos tem passado horas em uma sala de chat ou mesmo se divertindo com um game online, fomentando a pratica de erros gramaticais e tecendo um vocabulário cada vez mais pobre e uma paciência cada vez menor para a leitura. Nesse contexto, destacamos os jovens e crianças como principal alvo disso.
A criança que recebe dos pais, o incentivo para a leitura desde cedo, desenvolve uma maior tendência a ser um leitor assíduo, quando adulto. E os efeitos de um livro, são muito eficazes em sua capacidade de concentração, que reflete no sucesso que a criança terá em sua vida escolar e futuramente na profissional.
Diversos estudos comprovam a eficácia que a leitura traz no tratamento de doenças. Uma criança, quando mergulha no mundo de um livro, ela não se vê mais como uma pessoa doente. Ela vira um super herói, vira uma princesa de contos de fada, vira até mesmo um desafiador de gigantes! Algumas experiências de um contador de histórias do Instituto de Pediatria e Puericultura Martagão da Gesteira (IPPMG), falam das mais diversas situações em que a criança trocou o choro da injeção pelo brilho no olhar, pelo sonho, e por se acreditar forte. Uma delas retrata bem isso: um menino, que se chamava Lucas, que há pouco havia sido internado e a quem foi bem dificil conseguir convencer a ouvir uma história, teve tão grande encantamento de saber que o ‘João’ conseguiu derrotar o ‘Gigante’ na história de ‘João e o pé de Feijão’, que ele pedia todos os dias para que essa história fosse contada, porque dizia que ele mesmo era o João! Sua recuperação foi mais rápida, pois ele se vestiu de sua imaginação e pode desafiar e derrotar o ‘gigante’, que era a sua própria doença.
Então, vários são os efeitos que um livro e o hábito de te-lo como companhia provoca na vida de uma pessoa. Mas a certeza é que todos eles serão positivos, e proporcionarão momentos de crescimento e entendimento de, não somente as coisas que nos cercam, mas também de boa parte das coisas que fazem parte de nós.
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Laert Ferreira
Estudante de Engenharia Elétrica da UFRJ.
Contador de Histórias