O CURRÍCULO DO ENSINO MÉDIO, SEUS SUJEITOS E O DESAFIO DA FORMAÇÃO HUMANA INTEGRAL

O CURRÍCULO DO ENSINO MÉDIO, SEUS SUJEITOS E O DESAFIO DA FORMAÇÃO HUMANA INTEGRAL

Hoje o aluno que termina o ensino médio não está habilitado a nada, principalmente no que se refere ao mercado de trabalho. É fato que devemos ter uma reformulação do currículo visando buscar um melhor aprendizado para o educando. Pela proposta apresentada no texto teremos as disciplinas, estudadas hoje, integradas em ciências humanas, ciências da natureza, linguagem e matemática. Esse conjunto de tecnologia, de ciência, cultura e trabalho nos leva a pensar e atribuir sentidos experienciais vividos no espaço escolar e o desafio à formação humana em sua plenitude, menos fragmentada e mais integrada.Tanto as dimensões de trabalho, ciência, tecnologia e cultura são atribuídas como eixos de um conceito, teoria e ideia de modo a tomá-los culturalmente com vistas a potencializar capacidades interativas, criativas e produtivas com diversas formas de expressão.
Somos favoráveis à inovação e as novas iniciativas, porém não vemos que a unificação das disciplinas seja uma saída para o insucesso escolar. Entendemos que o estudo tem de ser dado de forma desintegrada porque em algum momento haverá necessidade de se ter todas as bases para formar o conhecimento integral.
Infelizmente para muitos jovens a escola é apenas um ambiente de socialização, ou seja, um lugar para fazer amigos, interagir com professores.
Os professores podem contribuir, mas a escola tem que reestruturar conteúdos, encontrar formas de reconhecê-los como jovens, reconhecer outras práticas educativas. Por isso a importância da formação da escola e do professor, para conseguir olhar esse aluno por outro ângulo.
Podemos observar que na nossa escola, bem como nas escolas pelas quais passamos, a maioria das finalidades da educação básica são contempladas. Aproveitamos os conteúdos disciplinares para trabalhar ou ilustrar situações reais que passam a ter significado na vida dos estudantes.
Quanto a pesquisa há um grande incentivo, pois através da pesquisa o aluno passa a construir a sua própria autonomia, o que levará como experiência de vida. Isso pode ser observado no momento da apresentação de trabalhos, no dia a dia de sala de aula e nas exposições na feira de ciências e tecnologias, onde é contemplada a oralidade, a pesquisa, a criatividade, a sociabilidade e o domínio dos conhecimentos científicos básicos nas diferentes áreas. 
A escola é um ambiente de ensino-aprendizagem responsável pela formação do cidadão de forma íntegra para atuar na sociedade exercendo a sua cidadania, sendo protagonista da sua história.
Desta forma a proposta curricular da escola deve receber esse aluno tendo como informação primordial o perfil dos jovens que ingressam no ensino médio da escola publica. Assim, os conteúdos a serem selecionados visam estimular o jovem a atuar no mundo do trabalho, instigar o individuo às práticas culturais, ao desenvolvimento da ciência e tecnologia.
Diante disso, deve-se valorizar os aspectos históricos-sociais que o aluno traz do ambiente em que vive; discutir se o formato da matriz curricular se identifica com a proposta da nossa escola; estabelecer conexões com a realidade do nosso ambiente pedagógico; propor um currículo que esteja em harmonia com o PPP da escola.
Essa organização curricular oferece uma proposta de inovação do ensino médio, porém, a maior discussão que se gerou, foi a questão relacionada à formação ofertada no ensino médio e a necessária para o aluno ingressar no ensino superior, bem como no mercado de trabalho. Questiona-se o que poderia estar sendo mudado, ou acrescentado na organização curricular, para adequá-la ou aproximá-la da realidade de nosso aluno. Outra questão discutida é a carga horária curricular, que é insuficiente para tantos conteúdo e atribuições. É preciso um estudo integral voltado para essa formação ideal do ser humano, de forma a englobar o preparo para o ingresso na universidade e no mercado de trabalho, bem como as instruções para a formação humana integral. No entanto, verificou-se a demanda de mais horas de estudo, frente a indisponibilidade e o pensamento imediatista da sociedade capitalista, o aluno do ensino médio, pertencente a classe trabalhadora, prioriza o emprego em detrimento à educação. Esses alunos não disponibilizam tempo para uma escola integral e aumentar a carga horária curricular com mais anos de estudo não seria uma proposta considerada atrativa para alunos que estão interessados em ter, o mais rápido possível, um diploma de conclusão de EM para interesses trabalhistas.
  Diante de tantos questionamentos e embates, chegamos a conclusão que o caminho de pesquisa e estudo da realidade escolar apesar de extenso é promissor, pois serão ponto de partida para a implementação de novos conceitos de metodologias e práticas de ensino.