O professor de História Johnson, do Instituto de Educação Clelia Nanci, explicava o mercantilismo e o sistema colonial numa noite de quarta-feira para os alunos do 1º ano. Era o primeiro tempo daquele dia, então, muitos alunos chegaram atrasados. A entrada deles provocava um desvio de atenção, o barulho de fora também.
Uma das outras três turmas da noite estava sem professor e conversava bastante animada. Mesmo assim, no geral, a atenção estava voltada para o professor de história. Ele tentava envolver os alunos usando os seus nomes como personagens para contar como era o comércio no século XVI.
Michelle de Almeida Martins assistia a aula de História com atenção. Ela tem 30 anos e é mãe de dois filhos. Trabalha durante o dia[img_assist|nid=489|title=Michelle de Almeida gosta de estudar no Clelia Nanci e não quer que o noturno acabe|desc=Luiz Guilherme Fernandes|link=node|align=right|width=100|height=67] como recepcionista e a noite estuda no colégio. Ela reclama que o tempo de aula é muito pouco. “Acabamos tendo apenas 30 minutos de aula”, lamenta. A diretora adjunta do noturno, Maria de Fátima do Amaral, explica que cada tempo tem 40 minutos e não há recreio para os alunos da noite justamente para que a aula termine mais cedo.
A aula do professor Johnson realmente passou muito rápido, obviamente o conteúdo ficou apenas no início. No melhor da história, chegou o momento de trocar de professor.
Michelle diz que a escola dos seus sonhos tem um número de aulas normal, alunos prestando mais atenção, professores que são mais rígidos na hora certa e o refeitório funcionando. “Eu não janto, mas tem gente que precisa jantar aqui”, diz.