No Rio de Janeiro, locais de prova do Enem adotam diferentes medidas

Estudantes na fila para o1º dia do Enem. Trânsito complicado atrapalhou chegada dos candidatosA mesma chuva que prejudicou a chegada dos estudantes na UFF, em Niterói, também os prejudicou no colégio MV1, na Tijuca, mas enquanto no primeiro local de prova houve tolerância, no segundo os portões fecharam cedo.

 Na frente da filial do colégio MV1 na Tijuca, zona norte do Rio de Janeiro, diversos estudantes desceram do ônibus e encontraram os portões da escola fechados. Havia passado sete minutos do horário limite e cerca de 15 pessoas foram impedidas de entrar. Indignados, alguns rapazes e moças ficaram em frente ao local de prova, discutindo os motivos que os levaram a chegar mais tarde, o principal, contam, foi a transferência do lugar em que prestariam o exame.

Aluno do Pré Vestibular Comunitário Almirante Negro, Tiago Alves, de 25 anos, mora na Praça da Cruz Vermelha, no centro do Rio de Janeiro. A carta do MEC que o estudante recebeu dizia que ele faria a prova também no centro da cidade. Porém, dias depois, ele foi informado que o local do exame havia mudado para o endereço na Tijuca, que Tiago desconhecia.

“Já cancelaram a prova uma vez por causa do roubo, agora que eu poderia fazer me transferiram para um lugar que, para chegar, eu peguei um congestionamento forte e não pude entrar por causa de 7 minutos”, reclama.

 Já a estudante Vanusa Silva Lira teve que andar ainda mais que Tiago. A menina mora em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio de Janeiro. Apesar de estudar na Tijuca, Vanusa conta que só vai de casa para o colégio e não conhecia a região, por isso se atrasou e chegou junto com os outros alunos, às 13h07, e não pôde entrar.   Enquanto isso, às 13:10 estudantes ainda corriam desesperados para alcançar o portão do campus do Valonguinho da Universidade  Federal Fluminense, em Niterói, outro local de aplicação do Enem. Para muitos dos candidatos que fizeram a prova no centro de Niterói, o 1º dia foi também de muita correria. Com a chuva fina, o trânsito que já seria ruim pelo grande movimento piorou , e muitos tiveram que descer dos carros, taxis e ônibus antes do ponto desejado e pegar um pique para conseguir chegar na hora.   José Candido, pai da candidata Taís Maia, engrossava o coro dos pais e professores que esperavam do lado de fora, pela manutenção dos portões abertos até que os atrasados, ofegantes, pudessem entrar. “Corre, deixa de ser mole”, gritava. “Vem, rápido”. “Isso, calma você conseguiu”, tentava tranqüilizar os candidatos. “Se fosse a minha filha que estivesse chegando atrasada, eu sei que outros pais fariam o mesmo, então, estou sendo solidário”, comenta.   Iris Delmar, mãe da candidata Winnie Delmar, de 16 anos, foi uma das mães que teve que sair correndo com a filha para alcançar os portões abertos. O percurso que seria de no máximo 20 minutos de carro entre a casa delas e o local de provas demorou mais de uma hora.   “Eu acho que o MEC deveria conversar com as autoridades locais para tentar organizar o trânsito”, sugere. Iris reclama também dos dois dias seguidos de exame. Para a mãe, entre uma prova e outra poderia haver uma semana.   Para a professora Daniele Almeida, que também aguardava a filha sair da prova, o Enem deveria ser aplicado na parte da manhã.   “De manhã, eles estão com a cabeça muito mais tranqüila, o trânsito estaria melhor, porque nesse horário e mais ainda nesta data está todo mundo saindo de casa porque já se aproxima o natal. Imagine a condição de um candidato que chega desesperado por causa do tempo”, argumenta.   Alunos reclamam do excesso de textos   A estudante Winnie, filha de Iris, quer cursar história na Universidade Federal Fluminense.  A candidata disse que a prova do 1º dia do Enem não foi muito difícil, apesar de ser cansativa pelo tamanho das questões. “Deu um soninho de tanto ler”, conta.   Vivian Rodrigues, 18 anos, também reclamou do tamanho da prova, mas disse ter feito todas as questões. Joel Silva, de 19 anos, tem a mesma opinião. “Tinha uma página que as questões eram tão grandes que só havia duas, em geral, eram quatro por página”, exemplifica.   Úrsula Alves, de 18 anos, considera que a prova não foi difícil. “Quem estudou, se saiu bem”, garante. A estudante ganhou um bebê há dez dias e ainda está com os pontos da cesariana, mas mesmo assim foi fazer o exame.    A mãe de Úrsula também a esperava ansiosa do lado de fora, preocupada com o estado de saúde da filha. A estudante realizou a prova no 6º andar e teve que subir tudo de escada. Na descida, segundo ela, havia elevador, mas na subida não.   "Nem sei se poderia subir por causa dos pontos, mas subi devagarzinho”, assegura.   Diferente de todos os outros estudantes com os quais o EMdiálogo conversou, Vera Lúcia Alves Barbosa, de 15 anos, achou a prova fácil. Ela está no terceiro ano do Ensino Médio e diz que o adiamento da prova a ajudou a concentrar mais os estudos para fazer o Enem.   “A prova cobrou muito raciocínio e interpretação, ou seja, você não precisava lembrar fórmulas e tudo mais”, conta a estudante, que pretende entrar para uma faculdade de História.   No 1º dia do Exame Nacional do Ensino Médio, os candidatos fizeram provas de Ciências da Natureza e suas tecnologias e Ciências humanas e suas tecnologias. Amanhã, o exame começa no mesmo horário, mas os candidatos terão uma hora a mais para realizar as provas com os conteúdos: Linguagens, códigos e suas tecnologias, matemática e suas tecnologias, e ainda a redação.    De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas  (Inep) – responsável pela aplicação do Exame – 4.147.527  pessoas de todo o Brasil se inscreveram para o Enem.     Para você, como foi o primeiro dia de provas? Opine em nosso fórum.
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