Jovens do campo se formam professores no Pará

 Yasmin Navarro/EMdiálogoNo último dia 22 de setembro, jovens paraenses concluíram o Ensino Médio no curso Magistério da Terra.  O projeto fez parte do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera)  e formou 86 jovens e adultos assentados em seis municípios paraenses.

Os municípios envolvidos foram: Tucurui, Goianésia, Breu-Branco, Novo Repartimento, Pacajá e Baião, com excessão do último, ambos localizados ao longo da Rodovia Transamazônica.

Os jovens concluíram o curso de nível médio na modalidade Magistério da Terra, desenvolvido através de parceria entre o Incra e a Universidade Federal do Pará (UFPA). O projeto foi coordenado pela Professora Heloisa Helena Barbosa Canali que é docente da Escola de aplicação da UFPA e mestranda em Educação na mesma universidade na área de Políticas Públicas.

Estavam presentes na cerimônia de colação de grau, realizada no centro de convenções de Tucuruí, representantes de movimentos sociais como a Comissão Pastoral da Terra (CPT), a Federação dos Trabalhadores em Agricultura (Fetagri), e a Cooperativa Mista da Agricultura Familiar do Sul e Sudeste Paraense (Coomafasp). Também participaram o diretor  e o coordenador da Escola de Aplicação da UFPA, respectivamenteos os professores Walter Silva Junior e  Gilmar Pereira da Silva, além dos secretários de Educação de cada município envolvido.

Os novos educadores acreditam que por meio da educação de qualidade e contextualizada, podem mudar suas realidades e ajudar suas localidades. A equipe do EMdialogo no Pará entrevistou alguns destes jovens para saber o que significou o Ensino  Yasmin Navarro/EMdiálogoMédio em suas vidas e quais suas perspectivas.
 
“Ter cursado o ensino médio pra mim foi uma conquista porque, principalmente, para nós que somos do campo, ter acesso a estas oportunidades é muito difícil”, declarou Gemina Costa, de 18 anos.

Para a recém formada professora, o aprendizado não termina por aí, ela disse que os jovens pensam em realizar um curso superior. 

“O meu projeto de vida é fazer o ensino superior de biologia e comunicação, e se tiver um ensino superior pelo Pronera [Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária] eu quero fazer porque é uma educação voltada para a realidade, e eu quero dar aula no campo”, completou. Gemina é moradora do assentamento Rio Gelado, em Vila Vitória da Conquista de Carajás, no município de Novo Repartimento, no Pará.

Roberto Ferreira, de 20 anos, também se formou no magistério da terra e, assim como Gemina, ressaltou o diferencial do curso – trabalhar com a realidade.

“ É realmente espetacular. Eu já estava terminando o Ensino Médio normal, ai eu parei para vir para cá porque na verdade aqui nós estudamos aquilo de que realmente precisamos na nossa realidade. É um sonho, é um começo de vida, algo que realmente abriu as portas para nós”, exclamou.

O jovem professor também planeja buscar um curso superior,só ainda não sabe qual: “o meu projeto de vida é bastante comprido, tenho vários sonhos e ainda não decidi qual vou realizar, mas estou  pensando em cursar Filosofia, Sociologia e Biologia, ainda não sei por qual das três vou me decidir, mas o mais importante é que uma dessas eu vou seguir em frente”, concluiu.

 

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