Estudantes da UEL (Universidade Estadual de Londrina) fizeram no início da tarde desta quarta (28), entre 13h e 14h, no RU (Restaurante Universitário), um protesto contra a homofobia, que reuniu 300 pessoas. Na manifestação, um grupo de 20 casais promoveu um "beijaço" contra artigo, publicado em boletim da Igreja Católica, que considera homossexualidade uma doença.
A manifestação foi organizada pelo Movimento Contra a Homofobia na UEL, que reúne centros acadêmicos de várias faculdades da Universidade. O movimento surgiu depois que o "Boletim Universitário" jornal editado pela Igreja Católica em Londrina (380 km ao norte de Curitiba) e distribuído para os estudantes da UEL, publicou artigo considerado homofóbico pelos estudantes.
O artigo foi publicado na sétima edição do "Boletim Universitário" e tratava de vocação matrimonial. Nele, a homossexualidade foi considerada uma doença, e a união de pessoas do mesmo sexo "um fato contra a natureza".
Jonas de Campos, 23, estudante de Ciências Sociais e um dos organizadores do protesto, disse que o movimento vai além do "beijaço". "Vamos organizar um novo protesto no centro de Londrina, para levar nossa indignação com a posição da Igreja para o público externo à universidade" . Segundo Campos, não está descartada a possibilidade de acionar o Ministério Público contra os responsáveis pelo boletim.
O padre Antônio Caiciliotti, que assumiu a autoria do artigo disse - em entrevista ao repórter Murilo Pajolla, da Rádio UEL FM (mantida pela Universidade Estadual de Londrina - não entender o motivo da revolta dos estudantes.
"Não sou homofóbico, respeito toda pessoa humana. Eu escrevi apenas que a homossexualidade é um desvio, uma anormalidade da natureza. Não quero dizer que um indivíduo seja diferente dos outros. É como se fosse uma doença", afirmou.
Segundo o padre, não existe preconceito no artigo, mas a constatação de que a homossexualidade é uma "doença" que pode acontecer com qualquer um.
A seguir, trecho do texto, no artigo do Boletim Universitário, que gerou polêmica.: "Essas uniões homossexuais de fato, são contra a natureza. A atração que certos indivíduos sentem para com as pessoas do mesmo sexo é uma anormalidade; é como se fosse uma doença. Essas pessoas afetadas por esse desvio não são culpadas, por isso não merecem ser desprezadas, rejeitadas ou condenadas. Seria uma falta de respeito à dignidade humana delas. Pelo contrário, merecem máxima compreensão".