ALGUMAS CONSIDERAÇÕES ACERCA DA ORGANIZAÇÃO DISCIPLINAR DO CURRÍCULO, INTEGRAÇÃO E CONTEXTUALIZAÇÃO DE CONTEÚDOS E AS RELAÇÕES INTERDISCIPLINARES
Adriana Aparecida Biancato
Ana Rita Machado
Cleonice Viccari
Cristiane Fatima Ciello Giraldelli
Daisy de Fatima Fernandes
Danielle Kutscher David
Débora Valero
Edu Lopes
Eliete Beatris Lupges Nesello
Evi Weber
Fabiani Liberali
Juliana Gobbi
Leonardo Catafesta
Lorena Lucietto
Michelle Scanagatta
Rodrigo José Lopes
Roseny Dalla Valle
Elementos que se articulam como o currículo, a gestão pedagógica, a importância da participação da comunidade, e, sobretudo, a compreensão dos sujeitos do Ensino Médio são reorganizados na perspectiva de como considerar todos eles nos documentos/elementos que compõem a Organização do Trabalho Pedagógico (OTP), daí a importância de se fazer essa articulação, para compreendermos a perspectiva colocada pelas DCNEM hoje e que precisa ser contemplada na prática pedagógica em sala de aula.
O Regimento Escolar, o Projeto Político Pedagógico (PPP), a Proposta Pedagógica Curricular (PPC) e o Plano de Trabalho Docente (PTD) devem ser dinâmicos e reescritos à luz das DCNEM, considerando a formação humana integral e os sujeitos do Ensino Médio, na perspectiva do trabalho como princípio educativo e da pesquisa como princípio pedagógico.
Nesse sentido, o Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio objetiva repensar a organização desta etapa de ensino, compõe-se de uma discussão nacional, visto que propõe essa reorganização, na qual todo o coletivo escolar precisa participar, incluindo aí o PPP, que representa a intencionalidade educativa do espaço escolar e também um contrato social, pois é elaborado/pensado por todas as pessoas que fazem parte da comunidade escolar.
As DCNEM destacam que a interdisciplinaridade e a contextualização devem permear o processo de ensino e aprendizagem do conhecimento de diferentes componentes curriculares, um trabalho pedagógico planejado sob esta perspectiva torna-se especialmente relevante, pois considera a escola um espaço para a formação de sujeitos com autonomia, capazes de planejar, elaborar, realizar, refletir e avaliar questões relevantes não só para sua formação, mas também para sua vida na sociedade. Logo, faz-se necessário lançarmos um olhar sobre o currículo e como ele foi e vem sendo tratado ao longo da história, seja nas áreas das ciências da natureza, humanas, linguagens ou da matemática.
Nesta perspectiva, a efetivação da interdisciplinaridade entre as áreas envolve reorganização curricular, planejamento, contextualização dos conteúdos, por isso, faz-se necessário formação inicial e continuada aos professores que considerem tal perspectiva, além de condições para planejar a atividade docente. Observa-se que trabalhar dessa forma exige uma postura do professor, pois é necessário que ele assuma uma atitude endógena e que faça uso de metodologias didáticas adequadas à prática pedagógica proposta. É por meio do ensino interdisciplinar, fundamentado na concepção da pedagogia histórico-crítica, que os professores possibilitarão aos seus alunos uma aprendizagem eficaz na compreensão da realidade em sua complexidade.
Acreditamos que alguns passos em direção a essa proposta, já foram dados mediante à realização da Formação Continuada para os Professores da Educação Básica que atuam no Ensino Médio no Paraná, como parte integrante do Programa Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio, que por meio dessa, fora possível uma melhor compreensão dos sujeitos da escola, dos documentos legais e estruturadores do currículo escolar, bem como das instâncias colegiadas e os processos avaliativos. Além disso, ainda propôs-se uma retomada na organização do trabalho pedagógico a partir do currículo disciplinar, a possibilidade de organização por áreas do conhecimento e a abordagem interdisciplinar no planejamento coletivo do trabalho docente por meio de eixos articuladores.
Sabemos que a prática educacional integrada, visando à socialização dos conhecimentos entre as diferentes áreas do saber é o que se tem buscado, mas em boa parte dos currículos das escolas brasileiras tem se observado um ensino fragmentado e tradicional, no qual cada unidade curricular trabalha seus conteúdos sem articulação com as demais áreas. É como Giotto (2004) destaca, que não há ação interdisciplinar quando um único professor aborda uma outra área do conhecimento, pois, para que ela aconteça faz-se necessário o ato de troca, de reciprocidade entre as disciplinas, ciências e/ou áreas do conhecimento.
Assim, para que se tenha êxito nesta prática é necessário planejamento e muita dedicação por parte de todos os educadores, tendo como propósito integrar os conhecimentos de sua unidade curricular em aulas interativas e dinâmicas, despertando nos educandos o interesse pelo conhecimento e instigando a formação de cidadãos críticos e reflexivos de sua realidade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO. Parecer n. 05 de 04/05/2011. Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. Brasília, 2011.
GIOTTO, J. M. M. Pressupostos Interdisciplinares do Conhecimento e do Saber. In. CÂNDIDO, C; CARBONARA, V. (Orgs.) Filosofia e Ensino: Um diálogo transdisciplinar. Ijuí: Unijuí, 2004
PARANÁ. SEED. DEB. Diretrizes Curriculares Orientadoras para a Rede Estadual de Educação do Paraná. (Versão impressa) Curitiba, 2008.