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INTRODUÇÃO
O programa de formação continuada de professores do Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio é uma iniciativa da Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação, desenvolvida em cada estado em parceria com nove Universidades Públicas (Federais e Estaduais) e com a Secretaria Estadual de Educação do Paraná.
Esse programa tem como objetivo o fortalecimento do Ensino Médio através do compartilhamento de reflexões, discussões e produções desenvolvidas pelo conjunto de participantes do referido programa de formação continuada de professores (coordenadores da formação, supervisores, formadores das instituições de ensino superior, formadores regionais, orientadores de estudo e professores das escolas).
O Ensino Médio do Colégio Barão do Rio Branco é composto de jovens com uma diversidade social, econômica e cultural, tanto pelo seu pertencimento social como também pela sua própria identidade como protagonista de sua própria história com um sujeito que ainda tem muito a construir, pois percebemos no cotidiano escolar que eles estão cada vez mais ativos e participativos buscando sempre alternativas que possibilitem seu reconhecimento como sujeito social e um direcionamento para sua formação educacional, cultural e também profissional rumo à independência socioeconômica e satisfação pessoal.
O currículo deve contemplar os saberes necessários articulando o conhecimento científico, filosófico não desprezando o conhecimento do senso do comum, que é necessário, pois precisamos partir dos conceitos já formados para a realidade existente contemplando o conhecimento local, o cotidiano e as vivências dos educandos.
De acordo com Marx, o trabalho é um processo histórico, mediante o qual o homem transforma a natureza e a si mesmo, torna-se humano, aprende através do mesmo.
O trabalho como princípio educativo é norteador dos processos de humanização e de atualização histórica do próprio homem, por ser práxis que comporta como um de seus fundamentos.
A gestão democrática nas escolas públicas visa integrar os envolvidos no processo de ensino-aprendizagem, bem como a equipe diretiva e os demais funcionários da escola.
A gestão democrática se desdobra na participação dos agentes em Conselho Escolar ou Colegiado, Grêmio Estudantil, Conselhos de Classe, Associações de Pais, Mestres e Funcionários (APM) Conselhos de Controle Social e demais instrumentos que levam a uma gestão participativa, que vai além da presença física nas reuniões que ocorrem nas escolas. Nesse aspecto a gestão democrática sinaliza para a maior participação de todos os implicados no ensino seja de forma direta ou indireta.
A avaliação tem sido muito discutida em nosso estabelecimento nos últimos anos, na busca de uma visão integradora desse processo, em que não se observem apenas os indicadores externos, mas igualmente o processo avaliativo realizado pelos professores nas relações diárias com os alunos.
Em relação às avaliações institucionais os dados, usados para apenas cobrar dos estabelecimentos medidas internas de melhorias, têm se mostrado inadequados e infrutíferos, pois a escola não tem condições, apenas por si, de resolver problemas estruturais do ensino.
É importante que as avaliações externas, mais do que focarem nos resultados, sejam usadas como diagnósticas para fundamentar as ações pedagógicas e políticas que precisam ser desencadeadas, dentro e fora da escola.
DESENVOLVIMENTO
Constata-se que os alunos se deparam com inúmeros conflitos e problemas sejam na esfera pessoal, profissional, social dentre outras que muitas vezes são ignorados pelo aparato burocrático escolar quanto pelos currículos das escolas. Na passagem da educação infantil para a educação do ensino fundamental e posteriormente para o ensino médio, tanto a escola quanto o professor deve estar ciente dos estágios de desenvolvimento dos seus alunos, tendo em vista que os mesmos apresentam um contexto social-cultural complexo e multifacetado.
Na ambiência escolar para edificar uma relação sólida com os alunos é basilar que o educador norteie a sua prática numa eticidade repensando constantemente o exercício pedagógico a favor de produção de experiências de aprendizagens significativas.
No processo ensino-aprendizagem o educador tem que criar condições onde a sua posição perante o aluno seja calcada em igualdade, respeitando a experiência, o saber, a singularidade, enfim os saberes diferentes dos educandos, promovendo uma interação entre professor-aluno e aluno-aluno em prol da construção do conhecimento.
Para Freire o ato de ensinar exige humildade e disponibilidade para o diálogo:
"... Nas minhas relações com os outros, que não fizeram necessariamente as mesmas opções que fiz, no nível da política, da ética, da estética, da pedagogia, nem posso partir de que devo “conquistá-los” não importa a que custo, nem tampouco temo que pretendam “conquistar-me”. É no respeito às diferenças entre mim e eles e elas, na coerência entre o que faço e o que digo que me encontro com eles ou com elas". (FREIRE, 2003, p. 135).
Em síntese, o educador ao ter uma atitude dialógica com os educandos proporciona o crescimento de ambos no processo de ensino/aprendizagem, em virtude de que emprega uma linguagem e método adequado conforme a turma e seu rendimento.
A educação, de um modo geral, e do Ensino Médio vai além da formação profissional, e atinge a construção da cidadania, é preciso oferecer aos nossos jovens novas perspectivas culturais para que possam expandir seus horizontes e dotá-los de autonomia intelectual, assegurando-lhes o acesso ao conhecimento historicamente cumulado e à produção coletiva de novos conhecimentos, sem perder de vista que a educação também é, em grande medida, uma chave para o exercício dos direitos sociais.
A elaboração de novas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio se faz necessária, também, em virtude das novas exigências educacionais decorrentes da aceleração da produção de conhecimentos, da ampliação do acesso às informações, da criação de novos meios de comunicação, das alterações do mundo do trabalho, e das mudanças de interesse dos adolescentes e jovens, sujeitos dessa etapa educacional.
Que a escola trabalhe essa formação de sujeito essas juventudes formação mais técnica ou ate mesmo acadêmica; ou seja, faca essa relação com as diferentes juventudes, identidades, cultura, necessidades e diversidades. .
Educação como direito de todos os brasileiros, aos poucos, deixa de ser uma teoria, para se tornar uma prática, com políticas públicas, nas esferas municipais, estaduais e federais de acordo com regime de colaboração. .
Nessa perspectiva, tem-se o desafio de engendrar um debate para definir nacionalmente os direitos de aprendizagem e desenvolvimento, garantindo-se as condições de igualdade para o acesso e a permanência na escola para todos os brasileiros.
Princípio pedagógico é importante, pois não se pode conceber o processo educativo escolar sem a pesquisa, visto que por intermédio dela é que professores e alunos deixam de ser apenas consumidores de conhecimentos, e passam a serem construtores de conhecimentos. A pesquisa como princípio pedagógico é condição para autonomia intelectual, pois instiga a busca de resposta, atitude de curiosidade, a critica, a produzir a relação dinâmica com conhecimento escolar.
O trabalho interdisciplinar segundo Frigotto (1995) se apresenta como uma necessidade imperativa pela simples razão de que a parte que isolamos ou arrancamos do contexto originário do real para poder ser explicada efetivamente. Os professores podem a partir do contexto social, político e econômico dos alunos, usar situações do seu cotidiano, da sua cultura, para elaborar aulas que incluam as diversas áreas do conhecimento, trabalhando assim de forma interdisciplinaridade.
A fragmentação das disciplinas tende a dificultar o aprendizado, contudo existem limites para uma interdisciplinaridade, pois existem determinados conteúdos que precisam ser abordados isoladamente em cada disciplina.
Pensamos que são possíveis professores, partindo do contexto social, político e econômico dos alunos, usando situações do seu cotidiano, da sua cultura, elaborar aulas que incluam as diversas áreas do conhecimento e dessa forma conseguir um princípio de interdisciplinaridade.
Um fator relevante em relação à gestão democrática é a concessão de espaços para a promoção do diálogo entre os atores educacionais, dentre eles, espaços para mediação de conflitos, onde os envolvidos, sejam alunos e professores, tenham ambiente para falar o que sentem sobre a situação, ouvir, serem ouvidos e entenderem um ao outro.
Espaço para comissões e círculo de debates, para levar o corpo docente a problematizar sua prática, visando à melhoria contínua. Nas relações entre a equipe diretiva e o corpo docente, poderia haver a preservação de práticas horizontais para as trocas de experiências e conhecimentos. Espaço do Conselho Escolar para os pais conversarem e se envolverem cada vez mais na educação de seus filhos. Segundo Gadotti e Romão (1997):
Há pelo menos duas razões que justificam a implantação de um processo de gestão democrática na escola pública: 1ª) A escola deve formar para a cidadania e, para isso, ela deve dar o exemplo. A gestão democrática da escola é um passo importante no aprendizado da democracia. A escola não tem um fim em si mesma. Ela está a serviço da comunidade. Nisso, a gestão democrática da escola está prestando um serviço também à comunidade que a mantém. (2ª) A gestão democrática pode melhorar o que é específico da escola; o seu ensino. A participação na gestão da escola proporcionará um melhor conhecimento do funcionamento da escola e de seus atores; estreitando o contato entre professores e alunos, o que aumentará o conhecimento mútuo e, em consequência, a aproximação entre as necessidades dos alunos e os conteúdos ensinados pelos professores.
A escola nesse aspecto deve estimular os alunos a participarem dos conselhos de classes, de grêmios ou meios que possibilitem a sua expressão e a sua contribuição para a qualidade do ensino.
Sendo assim busca-se uma comunicação aberta e transparente entre todos os indivíduos na gestão democrática, em virtude de que a prática democrática é manifestada no ato de conceder voz para todos os sujeitos, independente da sua condição, experiência e status. Ou seja, a relação hierárquica é diminuída, em virtude que há espaços para todos se manifestarem.
A avaliação precisa ser diagnóstica, contínua e processual. Diagnóstica para poder verificar o patamar cognitivo do aluno e suas dificuldades; contínua, pois, a todo momento precisa verificar se o aluno está acompanhando o processo de ensino aprendizagem e processual para que oportunize possibilidades de avançar para uma outra etapa educacional, um processo que leve o aluno a ir mais longe dentro das suas possibilidades.
Isso significa, na prática, muitos desafios, pois deve haver uma variação dos instrumentos de avaliação e um acompanhamento do aluno, mas diante das salas de aula do Ensino Médio, lotadas com até 45 alunos, isso se torna quase impossível. Estamos ainda diante desse sistema que quantifica a avaliação, deixando muitas vezes de lado o processo de crescimento cognitivo do aluno.
Dentro do sistema capitalista, a educação não é valorizada, logo temos por parte dos alunos uma falta de interesse, que se mostra mais forte nesta etapa, pois o aluno tem outros interesses imediatos, por exemplo, trabalhar para conseguir consumir, reproduzindo a lógica do sistema.
É preciso analisar a avaliação como um processo de aprendizagem que provoque a mudança do ato pedagógico. Mudança esta que deve ser do professor e do aluno, pois o docente necessita se auto avaliar sempre, para saber se o processo ensino aprendizagem está se consolidando.
Em relação às avaliações externas, elas são importantes, mas não da maneira como são realizadas, sem levar em conta o processo escolar, a situação estrutural da escola e de onde vêm os alunos que fazem essas avaliações, servindo somente para cobrar dos estabelecimentos medidas internas de melhorias. Estas têm se mostrado inadequadas, pois a escola não tem condições, apenas por si, de resolver problemas estruturais do ensino.
É importante que as avaliações externas, mais do que focarem nos resultados, sejam usadas como diagnósticas para fundamentar as ações pedagógicas e políticas que precisam ser desencadeadas, dentro e fora da escola.
A avaliação seria necessária o resgate da sua função diagnóstica, ou seja, deveria ser um instrumento dialético do avanço, um instrumento de identificação de novos rumos. A avaliação deve ser diversificada, apenas a prova escrita não é suficiente para diagnosticar o nível de conhecimento de nossos alunos. Levar em consideração o conhecimento trazido por eles também é importante, pois, nenhum conhecimento deve ser ignorado, mas sim desenvolvido. “Enfim, terá de ser o instrumento do reconhecimento dos caminhos percorridos e da identificação dos caminhos a serem perseguidos” (LUCKESI, 1995, p.43).
Os dados das Avaliações Externas são utilizados apenas para cobrar dos estabelecimentos medidas internas de melhorias, têm se mostrado inadequados e infrutíferos, pois a escola não tem condições, apenas por si, de resolver problemas estruturais do ensino.
A avaliação tem sido muito discutida em nosso estabelecimento nos últimos anos, mas na busca de uma visão integradora desse processo, em que não se observem apenas os indicadores externos, mas igualmente o processo avaliativo realizado pelos professores nas relações diárias com os alunos.
É importante que as avaliações externas, mais do que focarem nos resultados, sejam usadas como diagnósticas para fundamentar as ações pedagógicas e políticas que precisam ser desencadeadas, dentro e fora da escola.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Durante a primeira etapa do Pacto Nacional para o Fortalecimento do Ensino Médio, foram discutidas temáticas que possibilitaram uma reflexão mais aprofundada sobre a problemática que envolve o Ensino Médio, primeiro conversamos sobre a cultura, sobre o histórico do mesmo, suas características, depois discutimos sobre o jovem, e como ele se relaciona com a escola, quais são seus interesses e como podemos criar uma adequação das nossas aulas a esses interesses, com isso chegamos ao currículo, suas nuances e limitações, e como poderíamos buscar caminhos para adequá-lo as necessidades e interesses dos jovens que frequentam Ensino Médio.
Outro tema importante que foi abordado foi a gestão escolar, como tornar a escola um espaço democrático para a juventude, mesmo sabendo que a escola não dá conta de ensinar democracia, e que em muitos momentos não tem voz nas decisões politicas tomadas em relação a ela. E por fim a problemática da avaliação, pensar um avalição que não exclua o aluno, mas sim leve em conta o se processo de aprendizagem, que não seja somente classificatória, mas sim uma avaliação que provoque a emancipação do jovem brasileiro.
Essas discussões são muito importantes para a formação dos professores, para que possamos ter espaços, nos quais, seja possível conhecer melhor nosso ambiente de trabalho, suas limitações e como perpassar as mesmas, pois sabemos que os problemas começam, em geral, na formação do professor, que é resultado desta escola. Por isso momentos como esse devem ser frequentes, para que a formação dos professores torne-se contextualizada, e que possamos pensar na escola que queremos para os nossos jovens.
A partir desse estudo percebeu-se a importância desse curso com propiciou espaços para compartilhar resultados das atividades de Ação e Reflexão propostas nos cadernos da formação, de modo a possibilitar a socialização de experiências curriculares inovadoras e análises sobre as formas de enfrentamento das dificuldades encontradas nas escolas no processo de reestruturação curricular no Ensino Médio.
No colégio Barão percebemos que além de reconhecer essa diversidade e o protagonismo desses sujeitos o colégio busca através de projetos como Baroarte, Barão rosa, Mostra Cientifica entre outros, fazer com que esses sujeitos sejam protagonistas dos projetos onde são reconhecidos pelo todo da escola como sujeitos ativos e participantes do processo educacional em que estão inseridos, possibilitando assim um direcionamento para sua formação como cidadão participativo, criativo, critica e consciente.
REFERÊNCIAS
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. 17. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
GADOTTI, Moacir, ROMÃO, José E. (Org.) Autonomia da educação: princípios e propostas. São Paulo: Cortez, 1997.
Cadernos do Pacto Nacional pelo Ensino Médio no Paraná
LUCKESI, Cipriano C. Avaliação da aprendizagem escolar. São Paulo: Cortez, 1995.
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