wiki final
PACTO NACIONAL PELO FORTALECIMENTO DO ENSINO MÉDIO
COLÉGIO ESTADUAL PADRE ANCHIETA – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO.
WIKI FINAL
Repensar o Ensino Médio na atualidade requer refletir sobre a realidade do jovem estudante brasileiro, tanto aquele que frequenta a escola, e entre esses, os que tem sucesso e aqueles que são excluídos no decorrer do processo, e aqueles que sequer tiveram acesso ao Ensino Médio, já que é elevado o índice de jovens que não chegaram a frequentá-lo. Portanto, conhecer a sua realidade e principalmente, quem é o jovem que tem direito a escolarização é um principio fundamental para a reestruturação desta fase de ensino.
Na perspectiva de atender um jovem em toda a sua complexidade e/ou diversidade cultural, econômica e social, o currículo deve ser pensado e restruturado de forma a abarcar as necessidades e interesses dos mesmos; porém, o currículo deve ter como base o trabalho, a tecnologia, a ciência e a cultura como orientam as DCNEM.
Sem perder a unidade disciplinar, o processo de ensino/aprendizagem deve orientar-se pela interdisciplinariedade e contextualização dos fenômenos colocados pelos conteúdos curriculares afim de responder as questões que orientam o processo educativo.
Nesta perspectiva, também é necessário pensar a avalização como proposto nas DCNEM - diagnóstica, formativa e somativa, além de considerar as particularidades da escola e do aluno, assim como as avaliações externas que devem ser consideradas tanto no processo ensino/aprendizagem como na gestão escolar.
Pensar o Ensino Médio como fase escolar norteada por tais prerrogativas, requer uma escola onde a gesto prime por valores de participação e envolvimento de todos os segmentos da comunidade escolar, isto é, a gestão democrática, ainda que se considere as dificuldades a serem superadas.
Discutimos assim proposições que buscam alicerçar uma proposta de Ensino Médio organizada de forma a oferecer aos jovens, escolarização que garanta a formação humana integral.
- IDENTIDADES DO SUJEITO DO ENSINO MÉDIO
A escola e seus educadores têm o desafio de compreender o "ser jovem" no contexto das transformações sociais contemporâneas e da multiplicidade de caminhos existentes para a vivência do tempo de juventude ( BRASIL, 2013 ).
Pertence à escola o papel de proporcionar a todos um ambiente educativo que valorize sua relação com o local onde vive, com a cultura e com o trabalho, que valorize os conhecimentos já obtidos e a heterogeneidade entre os grupos; mas para que tudo isso aconteça é preciso o fortalecimento da identidade pessoal.
O maior desafio em relação aos jovens é torná-lo sujeito das mudanças que a sociedade exige. Fazer com que o jovem estudante reconheça e busque realizar seus sonhos e perspectivas, além de conhecer o "cenário" onde atuarão ou atuam para podermos orientá-los e serem mediadores para que façam o uso seguro e crítico na perspectiva de dominar o conhecimento.
Uma ação que pode propiciar ao jovem tais transformações passa pela escolha dos conteúdos contemplados no ensino médio. Eles, os conteúdos, devem estar atrelados ao seu dia a dia, de forma pontual e dinâmica. Devem ser concretizados por meio de suas ações não só na escola, mas também no trabalho e demais locais de convivência.
A escola também deve desenvolver ações que façam com que o indivíduo possa não somente identificar o problema, mas criar formas de resolvê-lo.
É papel do educador fazer de um conteúdo que, para o aluno, muitas vezes é figurado torná-lo real, usual, impírico, para que o nosso educando possa ser realmente construtor da realidade que o permeia.
– CURRÍCULO: APROXIMAÇÕES E DISTINÇÕES
As DCNEM e as Diretrizes Curriculares para o Estado do Paraná se aproximam em termos de base teórica porém são distintas em organização curricular. Desse modo os estudos e reflexões em torno da reestruturação do Ensino Médio tem sustentado na e pela finalidade de uma formação humana integral. As dimensões do trabalho, da ciência, da tecnologia e da cultura são base da proposta e do desenvolvimento curricular, uma maior carga horária para as escolas, ou o ensino em período integral são alternativas para tal formação. Para que a aprendizagem aconteça de fato, o ensino deve ser significativo para o aluno e não numa visão abstrata, portanto a seleção dos conteúdos deve ser voltada a realidade do aluno.
É preciso possibilitar a transformação social através conhecimentos historicamente sistematizado pelo currículo. Com objetivo de garantir o conhecimento científico e filosófico oferecido a fim de possibilitar a transformação em saberes para a emancipação intelectual do educando e que estimulem o domínio de conteúdos com significação, para o professor e para o aluno. O grande eixo nas mudanças em relação a identidade do Ensino Médio, na atual reforma, será constituída pedagogicamente com base em um currículo diversificado, flexibilizado e interdisciplinar.
A sociedade contemporânea aponta para a exigência de uma educação diferenciada, uma vez que a tecnologia está inserida nas diferentes esferas da vida social. Diante disso, a escola e o professor devem estar equipados e capacitados para garantir os objetivos que o currículo propõe.
Quando discutimos o que funciona e o que não funciona na escola é imprescindível pensarmos o currículo. É o que pode levar ao sucesso ou ao fracasso, claro que sempre valorizando e respeitando as realidades presentes, para tanto a seleção dos conteúdos e a interdisciplinaridade deve visar a aplicação vivencial dos conteúdos e transformação social
Conforme afirma Young, em seu artigo “Para servem as escolas”, o currículo deve garantir que todos possam caminhar, ao menos intelectualmente, para além de suas circunstâncias locais e particulares. No entanto, não podemos nos esquecer de que a implementação de um currículo inovador não se faz sem as devidas condições. Para que essa nova proposta curricular se materialize se faz necessário discutir outras dimensões do processo educativo, como a integração curricular, a avaliação e a gestão escolar.
– DISCIPLINAS CURRICULARES
O trabalho como princípio educativo e a interdisciplinariedade no incentivo à pesquisa como cunho pedagógico e a contextualização integradora do currículo no Ensino Médio.
O trabalho para o Ensino Médio deverá ser planejado através do currículo que tenha como base a interdisciplinaridade e a contextualização sócio-histórica da significância ao ato de aprender pois, o aluno começa a se reconstituir pelo questionamento sistemático da realidade, ele sente a necessidade de estudar o passado para compreendê-la e assim, poder transformá-la. Nesse processo os saberes se juntam para dar conta de explicar os fenômenos e indicar caminhos.
O currículo deve expressar, sempre, as necessidades da sociedade; necessidades essas traduzidas por conteúdos teóricos e práticos que vem ser repassados, de forma sistemática aos alunos. É necessário ultrapassar a meta de uma aprendizagem apenas de conceitos e de teorias, relacionadas com conteúdos abstratos e neutros, para um ensino mais global que proporcione uma melhor compreensão, apreciação e aplicação da ciência da tecnologia, levando em conta as questões sociais e entendendo, que tanto a ciência, quanto a tecnologia, são resultados do saber humano e que, portanto, estarão sempre presentes na nossa vida. Para isso o papel do educador será fundamental para que o aluno tenha consciência de definir um o objetivo, sendo responsável, criativo e ir em busca de sua realizações na vida pessoal e profissional.
Pois, o trabalho é a mediação concreta que acontece com o homem para a realização de projetos e transformação da realidade por méritos próprios, perpassa por um processo histórico no decorrer dos tempos, produzindo cultura e tecnologia. A pesquisa como princípio educativo, pode transformar a realidade do homem, desde que ele se aproprie dos conhecimentos e este tenha significados para praticá-lo na vida, e com perspectivas de um futuro melhor.
– GESTÃO ESCOLAR DEMOCRÁTICA
Faria a diferença se a Instituição de Ensino tivesse suas instâncias colegiadas formalizadas, legalizadas e atuantes?
Uma escola onde os órgãos colegiados são atuantes, as coisas acontecem de forma muito mais dinâmica e contundente. Toda comunidade tem a sua parcela de sucesso e de fracasso quando pensamos em educação. É pena que nem todos pensem assim e atribuam “as culpas” somente aos professores e o sucesso somente aos alunos.
A participação dos pais e alunos de forma efetiva e real transforma a educação porque é vista como interesse de todos.
Numa gestão democrática, as decisões são tomadas pelo coletivo. São decisões essenciais para o bom andamento escolar. A escola é o ambiente que deveria cumprir a democracia na íntegra, pois é dela que saem cidadãos críticos, autônomos, levando como bagagem a visão democrática de desenvolvimento intelectual.
O Grêmio Estudantil deve ser uma Instância valorizada nas escolas, pois é a oportunidade dos alunos demonstrarem seus potenciais, tanto na administração de uma ação, como em criar estratégias que façam com que o processo de aprendizagem se torne mais prazeroso.
Os diretores devem valorizar o potencial dos jovens. No entanto, sempre dão autonomia e nem disponibilizam professores para que tal aconteça. O gestor ou gestora escolar deve ouvir os representantes das Instâncias Colegiadas, ou seja, Conselho Escolar, Associação de Pais, Mestres e Funcionários e Grêmio Estudantil, e fazer a articulação entre eles, procurando traçar caminhos que levarão todos os membros da escola a estar cada vez mais unidos em relação ao trabalho pedagógico com a intenção de atender cada vez melhor os discentes. Tal desafio deve estar incorporado no Projeto Político Pedagógico, amarrado com a Proposta Pedagógica Curricular, sendo efetivado com a execução do Plano de Trabalho Docente de cada Professor.
– AVALIAÇÕES EXTERNAS
O maior desafio da avaliação externa é responder a realidade de cada escola, de cada aluno, não respeitando o potencial individual, como por exemplo, alunos especiais com Deficiência Intelectual, Transtorno de Déficit de Atenção e Dificuldades Acentuadas na Aprendizagem que são equiparados aos demais alunos. O cômputo dos resultados dessas avaliações externas como, por exemplo, o SAEB, generaliza o índice destas, inferiorizando o potencial revelador da qualidade de ensino ofertado pela escola.
Independente da avaliação externa, o desafio do Ensino Médio é o de conseguir avaliar o aluno sem ter que utilizar os instrumentos convencionais tais como: avaliação ou trabalho escrito; pois os educandos acreditam que provam sua capacidade através da prova escrita onde os mesmos esperam a nota em destaque. A avaliação é um dos meios de se averiguar se o que está sendo ensinado está sendo aprendido, é um termômetro para se verificar a necessidade de retomar um conteúdo, ou de mudança nas estratégias para um melhor aproveitamento do conteúdo trabalhado, levando o educando a compreender o conteúdo ensinado.
Os instrumentos de avaliação mais utilizados em nossas escolas são: avaliação em forma de prova escrita, trabalhos escritos, debates, pesquisas nos meios tecnológicos, exposições orais e seminários.
Quanto ao rendimento escolar do(a) aluno(a), os professores, juntamente com equipe pedagógica, reúne-se constantemente nas horas atividades para avaliar e discutir as dificuldades encontradas e procurar soluções para saná-las ou buscar meios para fazer com que esse rendimento seja o melhor possível. Ao encerrar cada bimestre, analisa e discute em Conselho de Classe, se o(a) aluno(a) teve progresso quanto ao seu aprendizado. Chegando ao final do ano letivo, o Conselho avalia se o educando em questão tem condições ou não de acompanhar o ano seguinte, sendo o mesmo aprovado ou retido.
Nas reuniões pedagógicas troca-se experiências e compartilha-se a busca por melhores soluções na aprendizagem dos alunos, sendo assim busca-se a melhor forma para que todos possam atingir os seus objetivos, os quais vão de encontro com as propostas pedagógicas do colégio.
A escola procura ofertar aos alunos oportunidades para que os mesmos tenham acesso e conhecimento dos meios avaliativos que são utilizados na educação para diferentes situações; esses resultados obtidos pelos alunos quando realizados tais avaliações são apresentados e discutidos para que os mesmos possam procurar melhorar seus conhecimentos e adquirir outros ainda não vistos, procuramos oferecer aos educandos condições para que os mesmos possam competir de igual para igual com alunos de outras instituições privadas ou públicas de ensino. A perspectiva dos alunos quanto ao resultado obtido no Enem é muito grande, pois os mesmos sabem que de acordo com o seu resultado melhor será suas oportunidades. Sendo assim o colégio preocupa-se em organizar-se e oferecer aos alunos oportunidades e condições para que os mesmos tenham acesso aos conteúdos os quais serão “cobrados” nas provas das Avaliações Externas.
- CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante das questões abordadas, a problemática levantada e ações propostas pelo grupo de estudos, os participantes do Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio se propõe a repensar e melhorar sua prática pedagógica afim de proporcionar uma educação de melhor qualidade que tenha como objetivo a formação humana integral. Nesta perspectiva, o educando estará melhor preparado pra enfrentar os desafios que a vida lhe propõe, sendo um cidadão atuante e transformador do meio em que vive.
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