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PACTO NACIONAL PELO FORTALECIMENTO DO ENSINO MÉDIO

Colégio Estadual do Campo de Juvinópolis
Cascavel-PR
Orientadora: Jurema Matos Bubna

Cursista: Daniela Angie Ferrando

 

O Ensino Médio no Brasil é resultado de uma trajetória histórica marcada pela dualidade, onde a elite tinha acesso à educação e os filhos dos trabalhadores, classe menos favorecida, não tinham as mesmas oportunidades. Não bastasse essa diferenciação, um grande problema que encontramos, nessa etapa de ensino, é a evasão escolar, uma vez que “as juventudes” que cursam essa etapa de ensino, ingressam no mundo de trabalho e abandonam a escola.

            Diante do exposto, entendemos que é necessário respeitar e valorizar o aluno campesino. Por se tratar de uma escola denominada "do campo" e estar de fato "no campo", ela estabelece práticas pedagógicas embasadas na Diretriz Curricular do Campo (PARANÁ, 2006). Tendo como princípio: pensar a educação de maneira política e pedagogicamente, em suas particularidades, seu vínculo com os sujeitos (identidades), bem como, seu tempo histórico.

            Para tanto, as DCNEM estabelecem um currículo que contempla os quatro eixos integradores: cultura, trabalho, ciência e tecnologia, sendo esses interligados, por fazerem parte do processo histórico do ser humano como ser omnilateral. Já  as DCE do Estado do Paraná,  têm como foco o processo histórico crítico (Vygotsky), dando ênfase à  interdisciplinaridade e à contextualização na proposta de encaminhamentos metodológicos desenvolvidos  em sala de aula, que  propicie ao educando uma percepção das disciplinas como um todo e não isoladas e/ou fragmentadas em sua estruturação. Formando assim um cidadão crítico podendo atuar  na sociedade e  compreendendo as questões éticas que estão relacionadas com o mundo.

Young (2007) afirma que é necessário levar em consideração a realidade em que o aluno está inserido sem torná-la uma base para o currículo, ou seja, deve haver uma formação integral do ser, onde deve-se ir além do que ele apresenta em sua comunidade, visando, desta forma, um currículo flexível, respeitando e valorizando as identidades, sem distanciar-se dos conhecimentos universais historicamente construídos pela humanidade.

            A nossa escola é do campo, valorizando a identidade do aluno campesino, que já é referenciado no PPP, porém sem excluir o conhecimento universal (científico).

            O currículo tem uma grande importância pelo fato de que o Ensino Médio deve preparar o educando para o trabalho e a cidadania, possibilitando a compreensão dos fundamentos científicos e tecnológicos nos processos produtivos, relacionando a teoria com a prática para que o estudante possa participar de maneira inclusiva na dinâmica da sociedade.

      O Ensino Médio tem por objetivo preparar o educando para o trabalho e a cidadania, possibilitando a compreensão dos fundamentos científicos e tecnológicos nos processos produtivos, relacionando a teoria com a prática para que o estudante possa participar de maneira inclusiva na dinâmica da sociedade.

            No início de cada ano letivo, os professores de disciplinas em comum sentam-se para elaborar seu Plano de Trabalho Docente (PTD) e conversam sobre trabalhos interdisciplinares que podem realizar ao longo desse período escolar, porém existe um grande problema no planejamento dessa interdisciplinaridade, uma vez que os professores não encontram-se periodicamente para debater sobre isso devido à não coincidência de hora-atividade.

            Além de estabelecer a interdisciplinaridade e relacionar o ensino com o mundo do trabalho, é necessário construir um ambiente democrático, o que não é tarefa fácil e, por isso, não é empreitada para um só. Quem ocupa cargos de liderança — como diretor e coordenador pedagógico — precisa despir-se da postura de chefe para criar um clima em que todos dêem idéias, façam e recebam críticas e aceitem consensos. O papel do diretor é de articulador de todos os envolvidos (instancias colegiadas), na gestão democrática compartilhada. Não há como pensar a escola independente da sociedade na qual ela se insere.

Na organização escolar, em que a participação é elemento inerente à consecução dos fins, em que se busca e se deseja práticas coletivas e individuais baseadas em decisões tomadas e assumidas pelo coletivo escolar, exige-se da equipe diretiva, liderança e vontade firme para coordenar, dirigir e comandar o processo decisório como tal e seus desdobramentos de execução.

Considerando as situações que poderiam ser objeto de discussões sistemáticas e de decisões tomadas coletivamente em nosso benefício, os espaços e tempos para o debate no cotidiano são garantidos em oportunidades tais como: reuniões pedagógicas, reuniões administrativas, conselhos de classe e escolar, reuniões de pais, reuniões de alunos, entrega de boletins, conversas por telefone, atendimento pessoal por professores, coordenação pedagógica e direção, construção do calendário com as datas e eventos na escola (semana cultural, jogos, reuniões pedagógicas, formação continuada), prioridades de compra de materiais de infraestrutura e de materiais didáticos e pedagógicos.

É possível observar, através das avaliações externas, uma melhora no desempenho do Colégio Estadual do Campo de Juvinópolis, demonstrando o bom rendimento de metodologias adotadas pela escola, como, por exemplo, ao reconhecê-la como Escola do Campo, direcionar os conteúdos e metodologias para esse aspecto social da comunidade.

Porém um fato que é importante ressaltar, é que não basta considerar uma escola do campo e direcionar a metodologia para a mesma, deve-se, ainda, formar os alunos para o mundo do trabalho, com uma visão crítica da sociedade. Neste contexto se faz necessário avaliar democraticamente, ou seja, supõe-se democratizar a relação professor-aluno, valorizando o diálogo, o diagnóstico das necessidades e a qualidade das intervenções a serem realizadas, para manter os alunos informados do processo ensino aprendizagem para que possam sugerir e até intervir na escola, nos meios, nos instrumentos e critérios dos processos de avaliação. Esta possibilidade sugere a necessidade de implementação de uma auto-avaliação do professor, aluno e toda comunidade escolar, caracterizando, uma avaliação democrática e formativa, ao favorecer o desenvolvimento de todos.

Uma avaliação externa importante para o Ensino Médio é o Enem, que além de avaliar possibilita ao aluno o acesso ao ensino superior. A escola procura se organizar de forma que o estudante esteja preparado para atuar de forma consciente na sociedade e não apenas visando o Enem, pois, para o mesmo, deveríamos dispor de aulas em contra turno para um melhor preparo dos alunos.