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Colégio Estadual do Campo Carlos Gomes – NRE: Cascavel

Orientadora de Estudos: Soeli Berton Pantano

Cursistas: Cleiton Fernandes Santos, Elenilce Sartori, Ivete E. C. Carrasco Rodrigues, José Roberto Ferreira, Luana Dams, Maria das Graças Ferreira Godoy, Martinho Lucas de Godoy, Rosemare Aparecido Alves, Santina Elza Inácio, Sonia Regina Carrasco de Oliveira e Valdenir Lisboa da Silva.

O jovem tem necessidade de se descobrir como parte do meio que está inserido e de que seu papel é ativo na construção da sociedade que pretende viver. No entanto, nem sempre tem maturidade para esta compreensão dos direito e deveres neste papel. Assim, os educadores precisam acreditar e ter clareza no trabalho a ser desenvolvido, partindo de uma pedagogia reflexiva-crítica-reflexiva. Preservando sempre o diálogo estará contribuindo com seu crescimento social, cultural e transformador.
Nossos alunos vivem uma grande parte do seu tempo nas escolas e, por estarem em uma idade de difícil diálogo com suas famílias, devemos aproveitar essa confiança que eles depositam em nós, professores. A partir dessa confiança, temos que aproveitar para dialogar e levá-los a reconhecer a importância de serem sujeitos na construção da sociedade atual e pensar a partir de agora um Ensino Médio inovador para que eles saiam preparados para a vida, buscando modificar sua realidade, visto que, grande parte dos alunos param no Ensino Médio, desafiando e explorando suas potencialidades para superar as adversidades.
A escola deve entender a diversidade de ideologias e culturas trazidas pelos jovens em seu convívio social, procurando inteirar-se de sua realidade e respeitá-las, porém nunca deixando de atuar como agente de preparação tanto para o mercado de trabalho, quanto para o relacionamento humano em sociedade, bem como, despertar no adolescente a percepção de sua capacidade de transformação, dele como pessoa e do meio em que está inserido. Auxiliá-lo a atuar na comunidade criticamente, sempre mantendo suas tradições e não deixando de lado seu papel decisivo frente aos desafios encontrados ao longo de sua vida.
Como as DCEs foram construídas coletivamente pelos profissionais da educação entre os anos de 2004 a 2007 e concluída em 2008, portanto, já se passaram alguns anos desde sua última versão. Sendo assim, é importante ressaltar as constantes mudanças ocorridas  nos últimos anos. Não estamos conseguindo acompanhar o conhecimento tecnológico dos nossos alunos. Torna-se imprescindível a nossa escola e educadores nesse momento estar atentos a mudanças que estão por vir e procurar nos fundamentar para saber como agir e compreender como se dará na prática o conhecimento escolar através, de capacitações voltadas para este fim. O desafio da escola é propiciar uma interação entre o conhecimento científico e os conhecimentos da sociedade, visto que, a sociedade está próxima dos conceitos científicos muitas vezes sem o auxílio da escola. 
Contudo, faz-se necessário, para que haja uma mudança real e produtiva, questionar, debater e opinar. Nosso currículo já foi discutido com todos os profissionais da educação recentemente. Devemos realizar outra mudança novamente e tão rapidamente? Uma nova proposta condiz com a realidade de todos nessa sociedade excludente?
Com esses questionamentos percebe-se que é um momento onde devemos fazer uma parada para analisar os avanços e retrocessos em relação ao que foi construído, e não fazer o contrário, abandonar nosso projeto e adentrar em outro. Nós professores estamos sempre tentando fazer o melhor para que tenhamos alunos com capacidade de pensar e refletir sobre sua própria aprendizagem. Tivemos o tempo de aplicação das Diretrizes e agora é o tempo de avaliação. Somente depois dessa revisão e adaptações dos pontos negativos em sala, poderemos saber se adotaremos uma nova teoria ou não.
Sendo assim, faz-se necessário uma avaliação ou uma reestruturação para acompanhar as mudanças que ocorreram desde então, principalmente relacionadas ao eixo integrador, formado pelas dimensões do Trabalho, Ciência, Tecnologia e Cultura.
O ensino médio deve formar cidadãos críticos e conscientes para viver em sociedade, este é o grande desafio, dar sentido aos saberes que são disponibilizados no decorrer dos anos letivos. Para isso, devemos adotar o trabalho como princípio educativo e a pesquisa como prática pedagógica, estes deverão nortear o planejamento e organização de conteúdos e metodologias do professor.
O trabalho como princípio educativo precisa ser entendido como uma ação de busca de valores inerente ao homem. É a forma que permite e possibilita que o ser humano conquiste meios necessários a sua sobrevivência.
Pesquisa como princípio pedagógico é uma ferramenta importante para o aprendizado do aluno desde que seja bem planejada, executada e coordenada pelo educador. Ela deve ser pautada na dualidade teoria e prática, pois uma abordagem bem elaborada é capaz de suprir defasagens de conteúdos, levando o educando a ampliar seu entendimento por meio de uma tomada de atitude responsável e por sua própria busca, por isso, ao mesmo tempo que amplia o conhecimento, atribui autonomia e permite um posicionamento mais crítico.
O Currículo deve ser a ponte entre a teoria e a prática dentro de uma perspectiva de organização curricular para  EM estabelecendo constante interação entre o que será aprendido e o que é proposto.
A interdisciplinaridade tem papel fundamental na formação do estudante, ela tem poder de entrelaçar os saberes. Para o educador demanda mais tempo para organizar com mais cuidado o planejamento de maneira a abranger outras matérias interligando os conteúdos.
"A interdisciplinaridade não dilui as disciplinas, ao contrário, mantém sua individualidade. Mas integra as disciplinas a partir da compreensão das múltiplas causas ou fatores que intervêm sobre a realidade e trabalha todas as linguagens necessárias para a constituição de conhecimentos, comunicação e negociação de significados e registro sistemático dos resultados." BRASIL (1999, p. 89).
Ao analisarmos nossas práticas pedagógicas é importante percebemos a contextualização dos fenômenos sociais, econômicos e culturais, princípios pedagógicos importante na formação dos estudantes. Sendo esta uma de nossa maiores preocupações ao fazermos o nosso planejamento, pois procuramos contemplar de forma integrada e dinâmica os novos saberes.
Ensino Médio integrador. No primeiro momento, ficamos assustados, pois é algo novo e a formação longa e demorada. Não se sabe ao certo o que exatamente se pretende, na realidade. Teremos que trabalhar com projetos ou teremos que trabalhar com diversas áreas do conhecimento?
O Ensino Médio Integrador objetiva articular os conhecimentos tecnológicos, científicos e culturais, visando o esclarecimento do aluno frente ao trabalho, à cidadania e à efetivação da democracia, além do conhecimento das diversas transformações ocorridas no mundo. Desta forma, não devemos contemplar as disciplinas de forma fragmentada, mas em um contexto, onde todas as áreas do conhecimento trabalhem de maneira contextualizada o mesmo assunto.
Sem dúvida, o trabalho interdisciplinar enriquece e dinamiza o processo de ensino aprendizagem, pois amplia as discussões e integra os diferentes campos do saber. No entanto, para que se efetive, será necessária uma maior integração dos professores, o que implicará em reunir tais profissionais num mesmo horário para que possam refletir, discutir e planejar as ações pedagógicas, consequentemente precisaremos de mais tempo para o planejamento de nossas aulas.  Como isso será possível, se nem ao menos conseguimos concentrar a hora-atividade de profissionais da mesma área? Quanto tempo teremos para nos dedicarmos ao planejamento dessas ações? O professor possui conhecimento tão amplo para seu trabalho? Será ofertado um aprimoramento de conhecimento? Estaremos preparados para um público diversificado, onde alguns possuem interesse e outros não, de acordo com os grupos com os quais convive?
Ao analisarmos a gestão democrática, percebe-se que nossa escola oportuniza de todas as formas a participação das instâncias colegiadas. Deu passos necessários para a  participação democrática dos sujeitos envolvidos, mas estes devem estar preparados para um envolvimento mais ativo nas decisões e soluções que irão surgindo.
A preparação cultural e social é um dos impasses para que o engajamento e o processo ocorram de maneira mais significativa, sendo assim, é muito importante que estes sejam comprometidos a participarem de formações e capacitações como seminários, fóruns e outros eventos regionais e na comunidade escolar para crescimento e poder atuar criticamente e democraticamente nas tomadas de decisões e ações da comunidade. Pois é necessário que os participantes dessa gestão democrática: diretores, professores, pais e alunos estejam cientes de suas responsabilidades e comprometimento com a escola. Além de exercer a liderança no ambiente escolar, o diretor deve incentivar novas lideranças, compartilhando compromissos e responsabilidades de forma criativa, visando à melhoria do processo e dos resultados educacionais. É importante que o(a) gestor(a) compreenda que o seu papel na escola deve ser o de líder democrático na coordenação dos processos pedagógico e educativo. Portanto, cabe-lhe a função de mediar a implementação dos espaços necessários às ações e das decisões compartilhadas.
A escola como um reduto de prática democrática oportuniza a participação da comunidade geral em todas as decisões e eventos promovidos. Manter um bom relacionamento entre escola e comunidade é imprescindível para o bom andamento da instituição. Sentimos que a forma com que a comunidade escolar se organiza vem de encontro com as necessidades e esclarecimentos para a construção de um ambiente democrático.
Podemos entender como trabalho democrático a maneira que as decisões na escola em si são conduzidas, mas em vários momentos em termos de estrutura por parte de governantes esta democracia deixa de existir, exemplo claro são os projetos que muitas vezes são colocadas de maneira arbitrária.
Nós como educadores que somos, sempre sonhamos com o modelo mais democrático possível, porém  constantemente percebemos a dificuldade  de isso acontecer, contudo pulsa em nossas veias  o desejo de participação de todos, mas sabemos que  esse desejo ainda está “engatinhado” em nossa comunidade escolar.
Uma das formas encontradas pelo governo de fazer uma avaliação geral da situação do sistema de educação foi, principalmente, a Prova Brasil e o ENEM. Atualmente os Estados têm procurado desenvolver seus próprios sistemas de avaliação estabelecendo metas e diretrizes específicas às suas realidades, no caso do Paraná, o Saep.
A grande problemática dessas avaliações externas é a falta de retorno, principalmente, da Prova Brasil e do ENEM. As escolas ainda não têm noção clara de como se dá essa nota final, prejudicando uma efetiva reflexão e mudanças decorrentes dos problemas encontrados. Muitas vezes nós professores nos vemos sem direcionamento nas disciplinas específicas, visto que, diante de inúmeros conteúdos, as matrizes de referência do SAEB e Prova Brasil não propõe conteúdos diretamente, mas se referem somente a aspec¬tos do conjunto das atividades escolares, como é o caso da leitura e da resolução de problemas. O currículo escolar é muito amplo e complexo e não apenas a priorização de algumas habilidades e competências consideradas relevantes neste contexto avaliativo.
Uma outra questão  é: o governo precisa distinguir que existem escolas que trabalham com público carente, com uma desigualdade social grande, para os quais, deveriam ter um olhar diferenciado no momento de analisar esses resultados, onde o desempenho das diversas escolas com clientelas e realidades diferentes são comparadas, sem levar em conta as regiões, culturas, classes sociais e outros fatores inerentes à educação.
Já no Paraná, através do Saep, o retorno dessas avaliações é um pouco melhor, pois mostra o resultado individual por aluno, quais questões tiveram mais acertos/erros, deixando a prova na escola para que a comunidade escolar realize uma leitura aprofundada. Contudo, também não leva em conta as realidades de cada município e a inclusão.
Em nossa escola é realizada uma análise bem aprofundada dos resultados dessas avaliações, constando no planejamento do professor de Língua Portuguesa e Matemática os conteúdos que mostraram as dificuldades de nossos alunos. Aliás, não difere muito do que já vem sendo trabalhado. O que deveria ocorrer seria uma avaliação de todas as disciplinas e não só de Português e Matemática, pois, mesmo refletindo todas elas, muitos professores não se percebem como parte dessas avaliações, recaindo, assim, a responsabilidade para essas duas disciplinas.
Embora sempre questionadas, essas avaliações em grande escala têm proporcionado iniciativas interessantes dentro da escola. Frequentemente percebemos professores dialogando entre os pares, seja da área ou no grande grupo sobre  a metodologia utilizada por determinado processo avaliativo. Essa experiência proporciona enriquecimento de ambos, tanto do educador, quanto do aluno. Através de análise criteriosa dos resultados, a escola e os educadores fazem a revisão de seus métodos e planejam novas ações visando suprir as defasagens do educando.  
As avaliações externas devem ser vistas com muito cuidado. Pois, apesar de representarem um instrumento importante para o planejamento de ações, refletem uma prática extremamente tradicional, que vai na contramão de tudo o que a escola tem se esforçado para superar. Como por exemplo,  avaliações pontuais e padronizadas, que não levam em conta as especificidades de cada aluno, nem realizam as tão cobradas flexibilizações. A escola se esforça para garantir o aprendizado de todos, fazendo flexibilizações curriculares para atender necessidades específicas de alunos com algum tipo de dificuldade de aprendizagem, realiza avaliações processuais, considerando o crescimento que aquele aluno apresentou ao longo de um ano inteiro de trabalho. Além disso, não podemos esquecer que o processo avaliativo depende do professor e aluno.  Muitas vezes nessa sociedade tecnológica, com suas informações imediatistas e descartadas a seguir, traz problemas aos alunos em sala, que não tem paciência para uma aprendizagem prolongada, não refletindo somente a dificuldade em si. No entanto, no momento da avaliação externa, nenhum desses critérios é considerado, todos os alunos são avaliados de forma igual.
Referências:
BRASIL. Ministério da Educação - MEC, Secretaria de Educação Básica. Orientações Curriculares para o Ensino Médio: Ciências da natureza, matemática e suas tecnologias. Brasília, 1999.