TURMA DO COLÉGIO ESTADUAL SANTO AGOSTINHO – PALOTINA PR CADERNO 2 – O JOVEM COMO SUJEITO DO ENSINO
PACTO NACIONAL PELO FORTALECIMENTO DO ENSINO MÉDIO
TURMA DO COLÉGIO ESTADUAL SANTO AGOSTINHO – PALOTINA PR
CADERNO 2 – O JOVEM COMO SUJEITO DO ENSINO
Cursistas da orientadora: Danusa Iung da Silva
A escola não é apenas um local de aprendizagem, mas um lugar social de vivências e experiências. Conhecer melhor nosso jovem é o primeiro passo para melhorar a relação professor /aluno. Vejo que esse não é o maior problema que enfrentamos no ensino médio. Temos outros grandes desafios como a falta de interesse do aluno, a evasão escolar em decorrência da inadequação da escola oferecida, questões socioeconômicas e a busca do jovem pela sua independência. Encontrar o culpado não é o foco, mas encontrar formas de solucionar esses desafios.
De modo geral os jovens percebem a importância da escola para seu futuro, para um emprego e para o Ensino Superior. Percebem na escola uma oportunidade de vida. Parte possui emprego, e outra parte se dedica somente aos estudos. Todos objetivam o ingresso no Ensino superior.
Sobre o que gostam de fazer, responderam “ouvir músicas, sair com os amigos, dançar”. Os meninos ainda responderam praticar esportes como o futebol.
Buscar perceber como os jovens constroem o seu modo próprio de ser é um passo para compreender suas experiências, necessidades e expectativa.
Ao buscar compreender essa realidade, é constatar que a relação da juventude com a escola não se explica em si mesma, o problema não se reduz apenas aos jovens e a escola e ao professor. Não podemos esquecer que a instituição escola, não parte integralmente da sociedade e expressam de alguma forma os problemas e desafios sociais mais amplos.
As pesquisas apontam que uma das coisas que os jovens mais fazem na internet é conversar. Graças ao desenvolvimento técnico científico dos últimos séculos, a humanidade tem multiplicado suas dimensões, não apenas em número de indivíduos, mas também em realizações.
A existência de grupos de afinidade dentro de uma sala de aula sempre existiu, independente da época, vestimentas, adornos, gostos de música etc... e a tecnologia é só mais uma nova “categoria’ que surgiu. Conhecer o que os alunos gostam, acessam compartilham é até de certo modo muito fácil, mas como incorporar esse conhecimento no conteúdo da disciplina. Será que é só trocar o giz por arquivos digitais? Será que é a didática que causa tanto desinteresse em sala de aula?
Enquanto a sociedade não reconhecer o papel de cada um na Educação, será muito difícil "mudar o jogo".
O Estado, a família e a escola são responsáveis pela educação e o ensino dos cidadãos. Atualmente, temos percebido que todos os problemas devem ser resolvidos pela escola, como se isso fosse possível.
Não faz sentido nenhum dizer que os professores e os alunos não sabem para que serve a escola nos dias de hoje. Sabemos sim, mas enquanto houver uma política de cortar gastos e passar alunos sem condições para acompanhar a série seguinte, esse quadro não vai mudar. É muita gente com o diploma na mão, sem saber o que fazer, sem saber como agir, sem realmente entender como resolver um problema ou uma situação.
Deve haver um real interesse em investimentos na educação e não um faz de conta!
Durante uma conversa com alunos do Ensino Médio de uma determinada escola, foi possível perceber que os mesmos reconhecem o papel tanto do educador quanto do aluno. Conseguem estabelecer uma relação entre a importância da integração entro si e a responsabilidade de cada um no grupo. Percebeu-se a importância do dialogo entre todos, para que de forma tranquila eventuais situações do cotidiano possa ser resolvidas sem transtornos.
Ao propor um debate sobre o uso das tecnologias no dia-dia do jovem, foi possível perceber que a mesma está presente na vida da maioria deles. Seja através do celular ou computador diariamente estão conectados com pessoas dos mais diversos lugares do mundo. Durante suas conversas abordam os mais variados assuntos e se sentem totalmente a vontade para bater papo com pessoas que muitas vezes nunca viram pessoalmente.
A internet passou a ser um meio mais fácil de comunicar para os jovens, é a forma que eles encontraram de se expressar, colocar sua opinião, buscam um grupo o qual tenham afinidade, para que se sintam da mesma categoria.
Quanto ao uso da internet para a conversa, são vários caminhos de que se utilizam, e também são experts em migrarem para uma nova tecnologia que faz com que tenham acesso mais rápido a informação. Geralmente se comunicam mais pela internet até mesmo em função da vida corrida que levam muitos em função do trabalho. Quanto a importância da comunicação ou pela internet ou cara a cara a maioria tem noção de que o que é importante deve ser falado olho no olho, a internet é mais para conversas diversas sem muita importância.
Os alunos/as alunas afirmam gostar de frequentar a escola, mas não de estudar. Gostam dos amigos, das conversas da troca de experiências, do movimento da escola em si. Muitos afirmam que a escola pode contribuir positivamente em suas vidas, mas que ainda assim estudam o mínimo para que isso se torne realidade.
Acredito que os professores procuram conhecer o que os alunos fazem fora da escola, tanto em ambientes públicos quanto virtuais. Mas esse conhecimento não irá garantir o sucesso da aprendizagem dos alunos. É válido trabalhar com sua realidade, seus gostos como é o caso da dança do passinho, mas e aí? Fica só no que o aluno já conhece? A escola deve valorizar a realidade, a partir da realidade, mas se ficar somente nessa realidade de ir a escola. A escola deve expandir o horizonte de conhecimentos dos alunos.
Na concepção de juventude, podemos dizer que a grande maioria de nossos jovens já sabe o que quer da vida. Conhecem suas origens e até têm grandes perspectivas de futuro. Têm-se uma visão de que o jovem está desorientado, não totalmente, alguns carregam o peso da responsabilidade por suas famílias; estão cansados, mas encontram ânimo para desempenhar suas atividades. Grande parte deles não culpa a escola ou professores, mas sim o sistema e a sociedade pelas dificuldades encontradas.
Hoje muitos professores já se relacionam com seus alunos através das redes sociais. Os que talvez não tenham coragem de expressar em sala o fazem pela internet, tanto com os colegas como com os professores. Os alunos estão tão carentes que qualquer brecha que se dê, eles irão aproveitar. Essa carência bem explorada pode fazer com que as relações entre professores e alunos tornem-se efetivas. O desafio é fazer com que elas perdurem pelo menos até a saída destes da escola. No entanto algumas perduram além da escola.
Na sua maioria, os jovens sentem certa apatia pela escola, mas sabem que a é necessária. O interesse pelas tecnologias é maior porque não exige muito esforço, basta um toque e as coisas aparecem, a escola apresenta conteúdos os quais devem ser pesquisados, discutidos, memorizados e os resultados devem aparecer através de provas e trabalhos.
As respostas fornecidas pelos alunos permitiram concluir que existe uma heterogeneidade muito grande de interesses e expectativas. Entre os alunos há os que pouco ligam para o conteúdo, resumindo seu interesse à nota suficiente para ir adiante. E existe um pequeno número daqueles que realmente se dedicam ao estudo porque buscam a compreensão do conteúdo. Esse pequeno grupo fica em segundo plano porque o professor precisa dedicar a maior parte de seu tempo aos alunos mais relapsos que, justamente por não estudarem, exigem acompanhamento mais constante.
Assim, a necessidade de o professor atuar como psicólogo, pai ou mãe diminui o tempo de que dispõe para se dedicar a transmitir o conteúdo, sua função principal. Infelizmente, num panorama em que a nota do IDEB é a que mais interessa, o professor tem pouco tempo para procurar compreender as particularidades de cada aluno. Em muitas situações o aluno chega à escola carente de amor e de afeto, mas o professor, por possuir uma grande carga de problemas a resolver, não pode ser a referência que o estudante espera.
A escola como um todo, passa por uma crise de sentido, os alunos não sabem por que vão à escola, a falta de significação do que é estudar, a evasão, a reprovação e a violência que existem nas mais diferentes formas acabam por transformar essa relação professor-aluno, ainda mais conflitante e difícil de ser trabalhada.
Acho que quem propôs esta questão, pensa que a escola é só dança e computadores. Será que já enfrentou uma sala de aula com 30 ou 40 jovens de todas as classes e religiões ou sem elas? É isso que querem para nossos jovens, só reggae, funk, futebol, internet, com palavras abreviadas, onde não importa se a escrita esta correta ou não? E a educação séria, o conhecimento verdadeiro, embasado? Quando vai ser dado, cobrado?
Acho que esta na hora de perguntar o que é que nossos jovens estão querendo fazer. O que eles mais sabem são seus direitos, isso não precisamos falar. Mas e os deveres? Isso eles não querem nem saber. Também para que? Eles não são responsabilizados pelos seus atos, tem-se desculpa para tudo, ou por que são menores, ou porque são dependentes, ou porque tudo pode neste país, e para todo o problema, ao invés de dar solução rápida, cria-se uma “CPI”, que nunca dá em nada.
Se dependesse da opinião da maioria dos jovens, com relação aos problemas crônicos de relacionamento com os demais componentes da instituição “Escola”, poderiam fechar as portas. Pois em sua grande maioria, não estão interessados em nada, muito menos em estudar. Preferem as facilidades e novidades tecnológicas, do que obterem o conhecimento necessário para mais tarde ser alguém na vida.
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