Texto Final do Pacto Nacional pelo Ensino Médio Capitão Leônidas Marques Pr

COLÉGIO ESTADUAL ANTÔNIO DE CASTRO ALVES
PACTO NACIONAL PELO FORTALECIMENTO DO ENSINO MÉDIO

CURSISTAS:
1.Adriana Ragadali
2.Beatriz Batista Numes
3.Cláudia Luzia Turatto
4.Denise Casola Nascimento
5.Géssica  Micheli Jacques
6.Maria Glória Debona
7.Marinês S. Kanieski
8.Neuza Gnoatto
9.Neide Francschini
10. Nivaldo Fontanelli
11. Noely Maria Ost
12.Sandra M.S.Favretto
13. Sandra Luzia Parolin
14.Sandra Pavan
15. Sonia Helena da Silva
16. Solange Grosseli
17. Tereza Cristina Magnabosco

Orientadora: Maria das Graças Pilger

TEXTO COLETIVO DOS CURSISTAS
As múltiplas dimensões das identidades dos sujeitos do Ensino Médio fazem com que nós, educadores tenhamos que pensar essa modalidade com ousadia e muito estudo e reflexão. Ter propostas de ações afirmativas e estar buscando estratégias diferenciadas a fim de suprir os desafios identificados.
De acordo com Leccardi (2005) é preciso que a comunidade escolar esteja atenta a esses jovens estudantes e busque na coletividade novas formas de construção de conhecimento, pois um novo tempo histórico de aceleração temporal estaria criando uma nova juventude.
Sabe-se que no âmbito educacional há riscos e incertezas provocados por um processo de globalização marcado pela desigualdade de oportunidades e pela fragilização dos vínculos institucionais. O indivíduo vai se descobrindo, observando as possibilidades em todas as instâncias da vida social, desde a dimensão afetiva até a profissional.
Corroborando com Teixeira (2007) quando afirma que nós educadores devemos compreender que as relações culturais, econômicas, dos alunos influenciam o seu comportamento e os seus propósitos dentro da sala de aula, porque é uma extensão da sociedade e é ali que nós estaremos interferindo e auxiliando para buscar crescimento e desenvolvimento intelectual para desenvolver as habilidades individuais, criando laços de proximidade com esses jovens, ajudando-os a analisar e mostrando a eles várias possibilidades, desenvolvendo neles a tomada de decisão consciente, podendo ajudar a construir uma sociedade mais justa e igualitária.
Desta forma, o conhecimento e o entendimento das condições  econômicas, sociais e culturais são alternativas de estarmos compreendendo as diferentes juventudes em nossa escola.
Vale ressaltar que o nosso maior desafio, como educadores, hoje é conseguir trazer os jovens para a escola  que eles permaneçam e concluam o Ensino médio, sendo a escola um espaço de  socialização e inclusão com qualidade, onde se valoriza o ser humano em todos os seus aspectos e dimensões. Outro fator essencial é em relação ao planejar nosso trabalho a partir da observação de nossa realidade e de nossos alunos, deve ser uma tarefa constante.
Algumas considerações subjetivas a respeito dos alunos podem contribuir muito para a construção de novos saberes, sabendo como se relacionam com a escola, família e amigos. Conhecer a territorialidades destes sujeitos a diversidade cultural, levando em consideração suas habilidades para poder ajudá-los a transpor obstáculos e alcançar com isso uma aprendizagem mais significativa.
Segundo Carrano (2007) a escola e seus educadores têm o desafio de compreender o “ser jovem” no contexto das transformações sociais contemporâneas e da multiplicidade de caminhos existentes para a vivência do tempo de juventude.
Como educadores, não podemos negar que a presença das mídias no mundo contemporâneo tem incidido significativamente na forma como nossos estudantes elaboram suas identidades e se relacionam com informações e saberes. A escolarização, nesta etapa do ensino, para ser efetivada, não poderá ignorar as novas configurações subjetivas desses sujeitos e as novas tecnologias utilizadas por eles.
Diante dessa realidade, a utilização das novas tecnologias no espaço escolar como estratégias metodológicas decisivas, devem fazer parte de nossa prática  pedagógica no cotidiano escolar.  Pois, a era da informação assumiu a condição de elemento essencial e principal do nosso cotidiano social, econômico e cultural. Desse modo, as tecnologias de armazenamento, processamento e transmissão das informações devem  estar constantemente  contribuindo  com a construção do conhecimento e  o respeito  aos valores de maneira que favoreça a interação e a cooperação, esses fatores são necessários, e os mesmos serem uma obrigatoriedade a todos os envolvidos no processo educativo.
Não podemos negar que a escola é um dos ambientes em que mais surgem conflitos gerados pelas diferenças, porém é também o ambiente que mais promove ações voltadas à compreensão e respeito aos diversos.
Nesta diversidade, o currículo segundo (Silva, 2012) deve expressar uma proposta pedagógica definida coletivamente na qual se explicitam as intenções de formação, bem como as práticas escolares as quais deseja realizar com vistas a dar materialidade a essa proposta.
Em relação ao currículo, consideramos pensá-lo de forma menos fragmentado e mais integrador, superando as dicotomias entre humanismo e tecnologia, com ausência de hierarquias entre saberes, áreas e disciplinas, envolvendo as quatro dimensões: trabalho, ciência, cultura e tecnologia, organizada por áreas de conhecimento.
Neste sentido, estaremos organizando o Plano de Trabalho Docente, organizado por área do conhecimento, objetivando a integralidade e a transdisciplinaridade dos conteúdos. Buscar-se-á na função básica da escola para garantir a aprendizagem de conhecimentos, habilidades e valores necessários à socialização do indivíduo formando cidadãos críticos, reflexivos, autônomos, conscientes de seus direitos e deveres, capazes de compreender a realidade em que vivem preparados para participar da vida econômica, social e política do país e aptos a contribuir para a construção de uma nova sociedade.
Assim, a cooperação, diálogo, reflexão e uso racional do tempo são ações necessárias para organizar um currículo, um plano de trabalho e um planejamento eficaz. Logo, as questões curriculares serão discutidas e analisas para que ganhem mais espaço e participação. Por isso, priorizaremos questões realmente importantes: o que, como e porque ensinar, tendo a articulação como palavra-chave na concretização de metas a serem alcançadas.
Com isso, é essencial problematizar e  rediscutir o papel do professor, assim como sua postura em relação à construção do conhecimento (DEMO, 2006), pois o currículo deve ser capaz de atribuir novos sentidos à escola, de dinamizar experiências oferecidas aos jovens e de ressignificar os saberes e experiências com os quais se interage nos espaços escolares, ou seja, coloca-nos diante da necessidade de pensar uma escola na qual não se limite aos interesses mais imediatos, mas que acolha o desafio de pensar a formação humana em sua plenitude.
Estaremos, portanto, organizando um currículo de trabalho pedagógico, que levará em conta as dimensões do trabalho, das ciências da tecnologia e da cultura que objetiva a formação humana para um Ensino Médio de qualidade. Estas questões não podem ser trabalhadas separadas, mas sim inter-relacionada, numa totalidade, por meio da leitura e da problematização potencializar os processos de ensino e aprendizagem. Estaremos trabalhando questões de forma articuladas e inter-relacionadas, numa totalidade. Com os eixos metodológicos, com fundamentos de base de raiz, que possam explicar o tempo real, histórico e dialético, possibilitando e ampliando o conhecimento adquirido, transformando-o em conhecimento  científico.
De acordo com Ramos (apud PARANÁ, 2010) o processo de ensino-aprendizagem contextualizado é um importante meio de estimular a curiosidade e fortalecer a confiança do aluno. Por outro lado, sua importância está condicionada à possibilidade de [...] ter consciência sobre seus modelos de explicação e compreensão da realidade, reconhecê-los como equivocados ou limitados a determinados contextos, enfrentar o questionamento, colocá-los em cheque num processo de desconstrução de conceitos e reconstrução/apropriação de outros.
A escola, portanto, propiciará uma prática pedagógica de  aprendizagem significativa (de interesse real dos alunos) que possibilite ao aluno a sua não   passividade em relação ao processo ensino aprendizagem, indo além do conteúdo conceitual, aos procedimentais e atitudes que crie um ambiente motivador, auxiliando no desenvolvimento das competências.
É necessário organizar um currículo de modo que e promova o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico, possibilitando  a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos  e dos processo produtivo, relacionando a teoria e a prática.
Além disso, levando em consideração as dimensões do trabalho e da pesquisa que são aspectos fundamentais no processo de formação do educando. Esta organização será realizada por áreas do conhecimento que definirá o currículo, onde deverá ser contemplado as áreas da linguagem matemática, ciências naturais e humana, buscando através da articulação dos conteúdos romperem com um ensino único e padronizado.
Para Arendt (1995) a educação cumpre o papel do processo de democratização ao contemplar os alunos com os instrumentos que lhes são indispensáveis e pertinentes, possibilitando que todos os sujeitos se apropriem desses meios através da preparação para o trabalho e participação crítica na vida social, na busca pela realização pela liberdade, dignidade humana e da ação política democrática e consciente.
Na busca pela qualidade do ensino, a gestão democrática deve ser entendida como processo de construção social que requer a participação de diretores, pais, professores, alunos, funcionários e entidades representativas da comunidade local como parte do aprendizado coletivo de princípios de convivência democrática, de tomada de decisões e de sua implementação (CF 1988 e LDB 1996).
Assim, para construir em nossa escola uma Gestão Democrática de forma organizada e pública, deve ser constituída pela comunidade escolar num processo constante, para superar os percalços que impedem ou dificultam a efetivação da qualidade nas relações de ensino aprendizagem deve ser organizadas reuniões periódicas, estudos e reflexões com a comunidade escolar, para que  seja feito uma coleta de dados e as possíveis soluções.
Portanto, é possível a organização da escola pública, a partir da nossa  observação do contexto social, político e econômico, onde a escola está inserida, compreendendo-a como mediadora de conhecimento, que se busca entender a valorização do sujeito e a sua importância na construção da sociedade, como forma de que os envolvidos na comunidade escolar assumam responsavelmente as decisões implica criar condições para que o façam. 
A gestão democrática para se efetivar precisa ser repensada na importância da sua prática democrática que requer tempo e envolvimento o que na maioria das vezes não acontece. A comunidade se reúne apenas nos intervalos de forma aligeirada, reuniões esporádicas e nem sempre com a presença de todos o que compromete a discussão e a tomada de decisões.
  Precisamos resgatar o papel da gestão escolar participativa na escola, com isso toda comunidade sai ganhando e com certeza haverá um clima de satisfação por todos os envolvidos neste processo. Já tivemos época em que este processo já estava acontecendo de forma mais segura e consciente. Já tivemos inúmeros avanços com essa prática, precisamos resgatá-la com urgência e de forma mais salutar. É necessário estarmos constantemente nos motivando e nos comprometendo, procurando colocar nas direções de escola pessoas com perfil de gestor democrático, que saiba articular e conduzir seu colegiado rumo a conquistas mais significativas. Através do diálogo constante e aberto com toda comunidade, trazendo os pais para escola. Para auxiliar na promoção de ações e de sua execução. Fortalecendo o Grêmio Estudantil , APMF e Conselho Escolar com subsídios teóricos e práticos como forma de desenvolver a autonomia e o comprometimento.
A concepção de educação é a de que Avaliação Escolar deve ser vista como um acompanhamento do processo ensino aprendizagem e contínuo na identificação e no mapeamento das conquistas e das dificuldades enfrentadas pelo aluno em seu desenvolvimento. Dessa forma, tem caráter, cumulativo, processual, criteriosa e qualitativa.
Assim, ao invés de estar a serviço da nota, a avaliação passa a contribuir com a função básica da escola, que é promover o acesso ao conhecimento. Por isso estaremos considerando a avaliação que deve ser considerada um processo interativo através do qual, os educadores e os educandos possam refletir o resultado das práticas pedagógicas e reorganizar novo procedimento. O professor fazer registro das dificuldades, sucesso e fracasso de cada aluno que apresente dificuldade, propondo novas intervenções a cada caso, porque se avalia para saber se metodologia de ensino foi eficiente, ou não. A prática pedagógica deve ser embasada na inclusão e propondo a flexibilização e adequação dos conteúdos curriculares reconhecendo os sujeitos em sua individualidade.
Dessa forma, segundo o P.P.P. da escola os critérios de avaliação escolar estão de acordo com a proposta das Diretrizes Curriculares e do Regimento Escolar. Após cada conteúdo trabalhado, o professor instigar os alunos com atividades avaliativas para verificar o grau de aprendizagem e retomar o conteúdo se necessário. O retorno para os alunos, sobre os resultados corretos ou esperados, é parte inseparável da prova: cada aluno precisa saber em que e por que acertou ou errou.
Cabe ao professor, oportunizar variadas metodologias para o esclarecimento de dúvidas e avanço na construção da aprendizagem pelo aluno. O estabelecimento de Ensino, de acordo com o P.P.P. oferta o processo de recuperação da aprendizagem quando o aluno tiver necessidade ou não atingir o objetivo proposto. Priorizando os aspectos qualitativos da aprendizagem sobre os quantitativos e para isso a escola oportunizará: A cada avaliação realizada o aluno ter oportunidade de Recuperação, caso não tenha atingido media.
Analisando as avaliações externas verificou-se que a taxa de rendimento da escola – IDEB - em 2011 foi de 49; em 2013, de 45, quando a meta era de 52. Para 2015, a meta da escola é de 55. Percebe-se um acentuado declínio no processo de aprendizagem, por isso, devem-se buscar os motivos que levaram a esse regresso e traçar ações coletivas de superação. O que deve ser feito é valorizar as avaliações externas  como parceiras.
O que deve ficar claro, que ainda não temos clareza do processo ensino aprendizagem, fica evidente que nosso processo ainda esta mais para a exclusão do que para a aprendizagem. Falta compromisso coletivo e articulação por parte de quem gesta este coletivo. A Equipe Pedagógica tem demonstrado extrema preocupação. Porém ainda há muita resistência, por parte de alguns professores, em achar que a escola boa e de qualidade tem que ter reprovação.
Diante disso, está-se realizando no final do ano letivo uma avaliação dos trabalhos realizados para que sejam analisados os resultados para traçar o Plano de Ação para o ano letivo de 2015.
Em todas as ações e reflexões realizadas deparamos com a necessidade de analisar nossa prática pedagógica, a proposta curricular  e os planos de ação escolar. Também verificamos que é preciso " caminhar"  juntos e estabelecer metas em conjunto, proporcionar a integração dos conhecimentos, a contextualização dos saberes. Estamos vivendo numa era de tecnologias e com uma juventude com novos anseios, logo não se pode fechar os olhos diante dessa realidade. O gestor, diante dessa realidade, precisa articular estratégias para concretizar um plano de ação integrador, ou seja, criar momentos para a discussão e elaboração de metas. Cabe assim a ele e a coordenação pedagógica identificar pontos negativos e positivos trazendo-os para as discussões e promover a gestão não só de pessoas mas de todos os elementos da gestão. Um currículo e uma proposta pedagógica com possibilidades de sucesso são aqueles elaborados com a participação de todos. Isso poderá ocorrer através de sistemas de avaliação interna em que todos participem, não só na tomada de decisões, mas também na avaliação das mesmas. Temos que ter cuidado com a integração dos conhecimentos, a contextualização, para não incorrermos na repetição em demasia de certos temas que podem levar também a indiferença e falta de interesse por parte de nossos jovens. Uma das formas de elaborar um plano de trabalho emancipador seria aquele feito depois de se conhecer o aluno. Sugiro que o aluno possa apontar, a partir de uma atividade diagnóstica (questionário com conteúdos e situações a serem abordadas no ano letivo), alguns conteúdos e conhecimentos que tem anseio em aprender. Que ao final de cada bimestre ou período de avaliação se faça uma avaliação por turma ( cada professor em sua disciplina) das situações e conhecimentos aprendidos destacando os pontos positivos e negativos. 
Salientamos que este texto coletivo elaborado pelos cursistas que compõe o Pacto Nacional pelo fortalecimento do Ensino Médio, será estendido e divulgado para a comunidade escolar a fim  de que se cumpra o exposto.