Texto Final COL. EST. DARIO VELLOZO - NRE TOLLEDO
Cursistas:
André Luiz reolon, Celia J. Jacobs, Cladesnei Estefania S. Thiele, Davi dos S. Ferreira, Eliane Suzete Pereira, Euclides J. Freese,
Josiane Aparecida S. F. Benvenutti, Luciana Emilia R Zanchet, Paulo Catuzzo, Rosan Luiz do Prado, Rosmari Gatto Bordignon, Simone C. de Matos.
WIKI FINAL
Os sujeitos que frequentam a última etapa da educação básica estão passando por várias nuances, tanto culturais como sociais, tecnológicas, psicológicas que permeiam seu cotidiano. Nem sempre apresentam autonomia para tomar decisões, fazer escolhas, assumir responsabilidades e riscos e muitos estão buscando sua identidade, escolha da profissão e a necessidade de pertencimento a um grupo ao qual se identifica.
Nossos jovens estão saindo de um estado de passividade e passam a agir, expressar seus sentimentos, pensamentos, desejos, construindo sua cidadania, buscando mudanças sociais, reivindicando seus direitos de participação na sociedade. Neste contexto e diante da complexidade da relação entre a educação e o mundo do trabalho, as novas formas de produção do conhecimento, o avanço tecnológico surge a necessidade de aprimoramento profissional para atender esse novo perfil de estudantes que estão em nossas escolas, rodeados de tecnologia e informação.
Outra questão é a realidade do Ensino Médio do período noturno que se apresenta diferente do período diurno, pois a grande maioria dos alunos que estudam à noite já estão inseridos no mercado de trabalho e, às vezes chegam cansados, desmotivados, exigindo uma proposta diferenciada que possa motivá-los a aprender e evitar a evasão.
O que a escola pode fazer? Como enfrentar este problema? Que propostas de currículo diferenciado ou processo de ensino poderia ser apresentada? Cabe ao professor, em conjunto com toda a equipe escolar, propor estratégias didáticas e metodológicas voltadas para as particularidades culturais e sociais desse público.
Não há dúvida que um método, um caminho, para chegar a algum lugar previamente planejado, precisa ser discutido, redirecionado e constantemente ser objeto de intervenção de todos os envolvidos apresentando propostas que alcancem objetivos educacionais efetivos. Entende-se que o foco principal do trabalho da escola deve ser a reflexão, contribuindo para a visão crítica das situações e dos problemas. O desenvolvimento da autonomia e capacidade de escolha dos adolescentes envolvidos no processo de aprendizagem devem ser provocadas constantemente pela mediação pedagógica do profissional da educação. Desta forma permitindo que os mesmos sejam protagonistas de sua história, capazes de realizar suas escolhas e contribuir para a transformação social.
Quanto ao currículo, acredita-se que a educação escolar se destina à formação da autonomia intelectual e moral e desta forma institui-se como finalidade do projeto educativo, voltado para a formação humana integral. O papel da escola é de subsidiar o acesso aos conhecimentos científicos, provocando reflexões que instiguem a pesquisa como princípio pedagógico que é capaz de provocar no estudante atitudes de curiosidade e de criticidade, onde ele é instigado a apreender e produzir novos conhecimentos.
Para que a pesquisa seja de âmbito tecnológico, o Estado deveria garantir condições materiais e humanas para a escola. A pesquisa é um processo de descoberta, em que há metodologia e fundamentação teórica e tanto o docente quanto o discente, envolvidos numa proposta como esta, experimentam o sabor da descoberta e, desta forma, o envolvimento de ambos será maior.
Essa é uma proposta metodológica e didática a ser pensada por todos. Desta forma sugerimos que em cada grande área do conhecimento, seja humanas, exatas ou biológicas, estivesse presente a pesquisa como parte do currículo estruturante a partir do eixo comum: trabalho, ciência, tecnologia e cultura. Nesta linha de pensamento, existe uma aproximação em relação aos conteúdos, mas uma distinção no encaminhamento teórico-metodológico que orienta esse ensino. Assim, para adaptar o ensino ao mundo de hoje, precisamos de uma formação mais crítica e cultural.
Para tanto, uma nova organização curricular pressupõe articulação interdisciplinar para melhoria da qualidade do Ensino Médio nas escolas públicas, exigindo um Currículo Inovador com a oferta de uma aprendizagem significativa para jovens e adultos com reconhecimento e priorização da interlocução com as culturas juvenis. Conforme Sacristán (2000,p.15)" O currículo é uma práxis antes que um objeto estático emanado de um modelo coerente de pensar educação ou as aprendizagens necessárias das crianças e dos jovens, que tampouco se esgota na parte explicita do projeto de socialização cultural nas escolas". A mesma deve ser consistente, com compromisso político e competência técnica dos professores, respeito às diversidades dos estudantes e garantia de autonomia responsável das instituições escolares na construção de seu projeto político-pedagógico. Cabe a própria comunidade escolar buscar novas formas de organizar as disciplinas, articuladas com atividades integradoras nos eixos do trabalho, da ciência, da tecnologia e da cultura, tendo o trabalho como princípio educativo. Para o governo federal fica o compromisso de criar as condições materiais e o aporte conceitual que favoreçam as mudanças necessárias.
Uma organização curricular que promova o uso de metodologias que atendam as necessidades dos alunos e as demandas sociais devem estimular a capacidade de analisar, explicar, prever e intervir, objetivos estes, que são mais facilmente atingidos se as disciplinas estiverem integradas em áreas de conhecimento, para o estudo de um problema comum, ou para o desenvolvimento de projetos de pesquisas. Assim, a organização do currículo em disciplinas e áreas de conhecimento coloca-nos diferentes possibilidades de analisar e definir quais conteúdos são relevantes para o aluno do ensino médio.
Diante destas novas demandas do Ensino Médio surge a necessidade de reelaboração dos documentos legais das escolas que facilitem e possibilitem o acesso de todos a uma educação de qualidade. Isto requer o envolvimento e comprometimento de todo o coletivo escolar, desde a equipe gestora, como professores, alunos, pais, em que o diálogo deve estar presente nas decisões em busca de construção de projetos onde seja possível dialogar e deliberar coletivamente sobre questões importantes para o funcionamento da escola e para as pessoas que nela estudam e trabalham. Contudo se percebe que ainda está faltando maior envolvimento e participação das famílias na vida escolar dos filhos e também uma tímida participação e atuação do Grêmio Estudantil, pois estes demonstram interesse em organizar promoções e eventos ao invés de participar no enfrentamento de situações reais da escola. Para que haja mudanças neste sentido será necessária a participação de todo o coletivo em busca de formação para o protagonismo, a consciência social e política dos nossos jovens para torná-los capazes de participar em todos os processos de decisão na vida da escola buscando o fortalecimento das instâncias colegiadas: Grêmio Estudantil; APMF, Conselho Escolar que podem contribuir para um pensamento mais sistêmico, aberto e complexo sobre a comunidade escolar onde todos podem opinar e ter voz para decidir sobre questões do cotidiano da escola.
Com referência a avaliação, um dos grandes desafios é o consenso por parte de todos os professores sobre os critérios e instrumentos de avaliação. A avaliação deve ser entendida como um processo em que devem ser verificados os avanços do estudante, um possível método de intervenção para seu sucesso na aprendizagem.
Ainda há a necessidade de amadurecer quanto a coerência entre as avaliações da aprendizagem que acontece no interior da escola e as avaliações externas em que se percebe que em algumas situações há uma lacuna entre o que a escola está priorizando enquanto currículo/conteúdos e as questões apresentadas nas avaliações que ocorrem fora dela.
Para superar estes problemas a instituição propõe que os estudantes tenham a possibilidade de refazer no contraturno apenas as matérias que os mesmos não obtiveram êxito. Uma proposta é a ampliação da jornada escolar, através de um sistema de monitoria para os alunos com dificuldades de aprendizagem em determinadas áreas do conhecimento.
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