TEMÁTICA/CADERNO VII - WIKI FINAL

COLÉGIO ESTADUAL DO COMPO DE RIO DO SALTO - CASCAVEL

WIKI FINAL - CADERNO VII - 1ª etapa

Orientadora de Estudo: Marines

Professores cursistas: Angela Perini; Adelmo Iurczacki; Cleverson Bernardini; Gilmar Dutra; Gilmar Liberali; Maria do Carmo Amaral; Marisa Stachelski; Marta Dutra; Noeli Iurczaki; Sandra Cristina Liberali;Vilson Pruzak; Wagner Reatti.

 

Wiki Final – Pacto do Ensino Médio – I etapa

Durante esses meses de estudo tivemos a oportunidade de debater sobre muitos assuntos relevantes, abordando tanto o âmbito escolar, quanto os sujeitos que o compõe, e isso ocorreu por meio de textos e vídeos institucionais, que em suma, fundamentaram nossas reflexões.

No início dos estudos, no caderno I, compreendemos que o Pacto Nacional pelo Ensino Médio é um programa destinado a repensar os indivíduos que estão inseridos nessa modalidade de ensino, contemplando a todos, tanto alunos e professores, quanto funcionários, diretores e Associação de Pais e Mestres(APM). Isto ocorre por saber que o processo educacional não se faz de forma isolada, fragmentada, mas sim com o apoio de todos. Desse modo, podemos afirmar que o sucesso ou não do trabalho efetivado compete a todos os sujeitos participantes do processo educacional.

No caderno II pudemos observar que há um conflito de nas relações interpessoais entre alunos e professores, onde estes anseiam por jovens estudiosos, comprometidos com o estudo, e aqueles com o intuito de que a escola se adéque a sua realidade e a seus anseios. Com isso surgem algumas indagações, como, será que todos os sujeitos que estão inseridos no ambiente escolar estão dispostos a aprender e mudar sua própria realidade?

Com base nesses questionamentos, com o apoio da leitura do texto base acima referido e com o vídeo de debates, podemos constatar que a escola é um ambiente social complexo, pois há várias questões sociais que a tornam como tal, como por exemplo, a diversidade étnica racial, a diversidade de gênero, diversidade cultural, entre outros. Desse modo, surge o seguinte questionamento, há como se pensar em um único modelo de jovem no ambiente escolar? Impossível. E isso se deve pelo simples fato de que todo o sujeito é singular, com concepções históricas, filosóficas, religiosas, e sociais que permeiam a sua realidade.

Assim, podemos concluir que, o desafio do Pacto Nacional do Ensino Médio é levar a compreensão aos educadores que a escola é um espaço social e histórico, e que deve proporcionar aos sujeitos que a frequentam o acesso à cultura, ao esporte, e a educação, independentemente de sua diversidade. Para isso é necessário que a escola promova algumas ações, como pesquisas e debates, com professores e alunos sobre a diversidade existente tanto na escola quanto na comunidade, proporcionando a todos a participação cidadã na construção do próprio indivíduo como sujeito histórico.

Já no caderno III observamos que a educação não é algo a parte ou isolado da sociedade, ela se reproduz e produz nas relações sociais que a engendram. Nesse sentido, cada época histórica possui um sistema próprio de educação, uma forma de transmitir as gerações futuras parte do legado do passado, necessário para viver em sociedade, ou seja, os conhecimentos, os valores, necessários para produzir minimamente sua existência em cada forma social.

Também entendemos que na sociedade capitalista, a educação hegemonicamente atende aos interesses da classe burguesa. E que foi nessa forma social que a escola passou a ser difundida para as classes dominadas, nascendo como uma necessidade de ajudar a formar e disciplinar as pessoas para viverem e produzirem no capitalismo. Isso se remete a meados do século XIX na Europa central, período este em que teve início um processo acelerado de industrialização. Desta forma, a difusão da escola está atrelada à difusão das fábricas e das cidades, voltando-se, desde a origem, em atender a “clientela” urbana, visto que, era a população que realizaria o trabalho nas indústrias, ignorando, primeiramente, a população que vivia no campo.

Assim, quando nos deparamos com a educação, que é ofertada na atualidade, observa-se que ela é uma conquista da classe proletária, mesmo que essa seja carregada de ideologias capitalistas e que limita a emancipação humana.

Com isso, nos surgem os seguintes questionamentos: O que ensinar? Para que ensinar? Para responder tais questões temos que primeiramente entender qual a finalidade desse aprendizado, pois para cada um deles há um método diferente de se ensinar. Desse modo, quando olhamos para o texto “O currículo do Ensino Médio, seus sujeitos e o desafio da formação humana integral” percebe-se que há proposições referentes à finalidade do ensino, as quais estão fundamentadas em ensinar para a formação tecnicista, para o curso superior ou para a emancipação humana?

Vale lembrar que, em relação ao curso técnico e o curso superior pode-se perceber um embate de classes sociais, onde o curso técnico é voltado à formação rápida e mão-de-obra barata, a qual se destinada à classe trabalhadora, e o curso superior voltado à formação da elite. Mas, não podemos deixar de ressaltar que, nos últimos anos, com as políticas de afirmação como as cotas, o Prouni, o Fies, está sendo oportunizada a classe trabalhadora a formação nos cursos superiores, diminuindo a distância educacional entre pobres e ricos.

O grupo, também, percebeu que temos de ter uma direção clara e objetiva do que queremos ensinar e para que ensinar. E com isso, surge a proposição que todos os educadores têm de ler, reler, e entender a Proposta Política Pedagógica do nosso colégio, pois se não compreendermos o nosso PPP, jamais conseguiremos chegar a um único objetivo educacional.
E ainda, o texto nos fez refletir sobre a questão social que envolve nossa escola, pois a escola é um reflexo da sociedade que a envolve, e por isso temos de compreender esta para que o direcionamento educacional consiga obter êxito, como já existe em algumas escolas, onde estas procuram junto à comunidade saber dos anseios da mesma e propor junto uma educação que responda as suas expectativas.

Durante o encontro do caderno IV, os educadores tiveram a possibilidade de debater e refletir sobre alguns pontos relevantes presentes no texto base e nos vídeos de apoio. Com isso retomamos os elementos que compõem as dimensões da formação humana integral, que contempla a ciência, a cultura, o trabalho e a tecnologia. A partir disso, percebeu-se que essas dimensões contemplam um todo, ou seja, a totalidade do ensino.

Percebemos que antes do capitalismo o indivíduo era detentor de um saber globalizado, ou seja, o sujeito dominava o conhecimento sobre determinado assunto em sua totalidade, exemplo disso, eram os artesões, que dominavam suas técnicas e faziam seus trabalhos do começo ao fim, pois conheciam todo o processo realizado até o fim de um trabalho.

Após o início do capitalismo e o processo da alienação do trabalho para atender o mercado consumista, notou-se a importância da fragmentaridade de conhecimento para que a produção pudesse ser acelerada, desse modo, aquele que antes detinha o conhecimento do todo, agora, somente compreendia parte do processo, e isso vem se propagando até os dias atuais, tanto no mercado de trabalho quanto no próprio ambiente escolar. Por isso, é necessário compreendermos que a mudança no currículo é de suma importância, porém com um novo direcionamento, visto que a fragmentaridade dos conteúdos já se mostrou ineficiente.

De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médio é orientado que a organização do currículo seja por Áreas do Conhecimento, sendo elas: Linguagem, Matemática, Ciências da Natureza e Ciências Humanas.

A interdisciplinaridade é algo que contribui para a efetivação da totalidade do ensino, assim ela já não é apenas um método, e sim uma necessidade. Se quisermos uma educação diferente temos de ter métodos diferentes, e estarmos dispostos às mudanças.

No Caderno V, analisaram-se algumas questões que fazem parte de uma gestão democrática no âmbito escolar como, por exemplo, o Grêmio Estudantil e o Conselho Escolar.

Em nossa escola existe o Grêmio Estudantil que tem como um de seus principais objetivos  contribuir para aumentar a participação dos alunos nas atividades de sua instituição de ensino, organizando campeonatos, palestras, projetos e discussões, fazendo com que eles tenham voz ativa e participem – junto com pais, funcionários, professores, coordenadores e diretores – da programação e da construção das regras e normas, dentro da instituição de ensino, o Grêmio também tem a função de expor as ideias e opiniões dos alunos dentro da administração da instituição de ensino. Portanto muitas vezes deixa a desejar, pois os alunos que compõe o Grêmio não realizam as atividades esperadas. Acreditamos que a culpa de uma gestão pouco produtiva não está apenas nas mãos dos alunos e sim do colegiado todo, onde muitas vezes falta incentivo da coordenação, professores e funcionários em geral. Acreditamos que todos juntos possamos ter uma organização para que representassem o interesse dos estudantes  cívicos, culturais, educacionais, desportivos e sociais. Onde o Grêmio possa ser um órgão máximo de representação dos estudantes da nossa escola. Atuando nele, os alunos defenderão seus direitos e interesses e aprenderão a ter ética e cidadania na prática. Sendo assim permitimos que os alunos discutam, criem e fortaleçam inúmeras possibilidades de ação tanto no próprio ambiente escolar como na comunidade. Assim o Grêmio será também um importante espaço de aprendizagem, cidadania, convivência, responsabilidade e de luta por direitos.

Por seguinte analisamos o processo democrático por meio da história do Brasil, e vemos que as grandes decisões tomadas partem de uma pessoa (monarquia) ou um pequeno grupo de pessoas (aristocracia). Mas com a proclamação da república e o novo regime democrático iniciou-se uma nova forma de organização social, onde "todos" poderiam participar das decisões de forma direta ou indireta, por meio de seus representantes.

Em 1964 houve o golpe militar no Brasil. Nesse período o que havia de democracia foi suprimido, e o que se tinha eram ideias autoritárias, sem a participação popular nas decisões que regiam o ordenamento social como um todo.

Em 1983 houve no Brasil um grande movimento popular chamado de “diretas já!”. Esse movimento veio para contrapor o regime militar, onde muitas pessoas foram às ruas exigindo uma mudança radical no sistema implantado desde o momento do gole de 1964. Nesse momento o regime democrático renasce.

Em junho de 2013, os movimentos sociais, lideranças sindicais, representantes de partidos políticos e a sociedade como um todo saem às ruas clamando por honestidade de seus representantes no congresso. Isso só foi possível por causa da conquista democrática presente na Constituição de 1988.

Com base na exposição acima, é relevante ressaltar que há algum tempo podemos perceber que a democracia está presente, também, no âmbito educacional.

Com base no contexto histórico, nos vídeos sugeridos e nos textos base faremos uma explanação sobre o processo democrático na escola, mais especificadamente do Conselho Escolar.

No ano de 2014 houve algumas reuniões do Conselho Escolar para tratar de assuntos pertinentes a escola, como principalmente, a captação de recursos financeiros, elencando as prioridades do ambiente escolar, como manutenção do espaço físico da escola, consertos dos beirais dos telhados, pintura externa, entre outros.

O Conselho também atua em decisões relevantes ao bom andamento do cotidiano escolar, como a promoção de eventos na própria escola e também a participação de atividades extracurriculares.

Após as reuniões do Conselho Escolar as decisões são postas em prática. Como se pode constatar no dia a dia escolar.

Também, é relevante ressaltar que, após a reunião do Conselho Escolar as decisões são repassadas a comunidade escolar, a qual tem o direito de se manifestar, sendo que, as opiniões/sugestões são colocadas em pauta na próxima reunião do conselho.

Concluímos que, a gestão democrática está sendo efetivada no espaço escolar, porém se faz necessário o comprometimento de todos para que esse processo seja cada vez mais popular e eficaz.

Por fim, no caderno VI, percebemos que um assunto complementa o outro, e que juntos impulsionam a formar uma base forte para o ensino/aprendizado dos educandos. Desse modo, se faz necessário entender que em tudo resulta uma avaliação, e esta deve ser de forma ampla e que contemple a uma formação integral humana.

Assim, no início do ano, geralmente, todos os educadores fazem uma sondagem em suas turmas, com atividades lúdicas e outras, para analisar o quanto seus alunos apreenderam do conteúdo do ano anterior, e só a partir disso os educadores retomam seus planejamentos e modificam suas aulas para a melhor aprendizagem de seus alunos.

Os instrumentos e procedimentos presentes no Projeto Político Pedagógico (PPP) do colégio ainda se baseiam em métodos tradicionais, sendo 60% das notas por meio de provas objetivas e subjetivas e 40% de trabalhos e atividades. Porém os professores buscam preparar os alunos para as provas supracitadas de formas diversificadas, utilizando aparelho multimídia, jogos, gincana, peças de teatro, entre outros.

Os critérios para a obtenção das notas se fundamentam na exposição do parágrafo anterior, e também na subjetividade de cada educador, visto que cada disciplina tem carga horária diferente, e dinâmica de ensino diferente.

Para o bom desenvolvimento e acompanhamento do rendimento do aluno é feito no fim de cada bimestre um conselho de classe, onde são expostos todos os alunos e cada educador relata o desenvolvimento daquele em sua disciplina, ressaltando suas habilidades e suas limitações.

O conselho de final de ano é mais criterioso, visto que é decisivo na questão da aprovação ou reprovação do educando. Por ser um conselho tão relevante para vida do aluno os educadores discutem de forma minuciosa tudo o que o aluno fez durante o ano. No caso do aluno reprovar em três disciplinas é discutido sobre a possibilidade de esse passar por conselho. Se o aluno reprovar em mais de quatro disciplinas, em suma, não é discutido, ele é automaticamente reprovado.

Vale ressaltar que a escola busca ao máximo a não reprovação, tentando, de todas as formas, resgatar os alunos durante o ano letivo, por meio de conversas individuais, conversas com os pais e com a turma.

Acreditamos que estes estudos proporcionaram a cada um de nós, enquanto educadores, a refletir sobre as nossas práticas cotidianas escolares. Ressaltando as singularidades que compõem o ambiente escolar, e isso faz com que surjam novas perspectivas de ensino e aprendizagem, assim, formando, sujeitos que não se contentam com o senso comum e que busquem a sua emancipação humana por meio da educação.