Temática VI - Avaliações Externas
COLÉGIO ESTADUAL DO CAMPO CARLOS GOMES – NRE: CASCAVEL
Orientadora de Estudos: Soeli Berton Pantano
Cursistas: Cleiton Fernandes Santos, Elenilce Sartori, Ivete E. C. Carrasco Rodrigues, José Roberto Ferreira, Luana Dams, Maria das Graças Ferreira Godoy, Martinho Lucas de Godoy, Rosemare Aparecido Alves, Santina Elza Inácio, Sonia Regina Carrasco de Oliveira e Valdenir Lisboa da Silva.
AVALIAÇÕES EXTERNAS
A primeira iniciativa brasileira de avaliação em larga escala foi o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb) que se desenvolveu a partir de 1990 e foi aplicado inicialmente em 1995.
A justificativa para este tipo de avaliação foi a necessidade de informar o desempenho e os resultados dos sistemas educativos para gestores educacionais, para a sociedade e para as famílias com a finalidade de levantar e coletar dados que auxiliem as ações no campo da gestão da política educacional.
Atualmente os Estados têm procurado desenvolver seus próprios sistemas de avaliação estabelecendo metas e diretrizes específicas às suas realidades.
O conjunto de referências que faz da avaliação um procedimento necessário para definir prioridades e garantir a qualidade do ensino, é o que levou a União a elaborar um sistema de avaliação capaz de diagnosticar e indicar necessidades de controle e correções de rumos na política educacional coordenada pelo MEC, em colaboração com os Estados e Municípios.
Avaliações externas como a Prova Brasil, SAEP, permitem planejar o aperfeiçoamento de escolas e redes. Já o Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem, foi concebido para que cada jovem, ao fim da Educação Básica, possa mostrar as competências adquiridas para se expressar, compreender, intervir, argumentar e propor, mas também pode servir para apontar a uma escola como está o desempenho médio dos estudantes. Cabe às escolas orientar estudantes quanto à importância de tais avaliações. O Governo precisa distinguir que existem escolas que trabalham com público carente, com uma desigualdade social grande, onde estes, deveriam ter um olhar diferenciado no momento de analisar esses resultados, onde, ao comparar o desempenho de escolas de clientela comparada com o daquelas em regiões mais pobres sem levar em conta os dois contextos, corre-se o risco de esquecer que estas, para suprirem suas carências, precisariam estar ainda mais bem equipadas que as primeiras.
Embora sempre questionadas essas avaliações em grande escala tem proporcionados iniciativas interessante dentro da escola, frequentemente percebemos professores dialogando entre os pares seja da área ou no grande grupo sobre a metodologia utilizada por determinado processo avaliativo. Essa experiência proporciona enriquecimento de ambos, tanto do educador quanto do aluno. O que não é coerente a cobrança por aulas e avaliações diversificadas que atendam as múltiplas necessidades e a inclusão de todos e ao mesmo tempo quando são realizadas avaliações únicas tornando-se exclusivas para os alunos com algum tipo de dificuldade. Sem esquecer que o processo avaliativo depende do professor e aluno. Muitas vezes nessa sociedade tecnológica, com suas informações imediatistas e descartadas a seguir, traz problemas aos alunos em sala, que não tem paciência para uma aprendizagem prolongada, não sendo somente a dificuldade em si.
Muitas vezes nós professores nos vemos sem direcionamento dentro das disciplinas específicas, visto que, diante de inúmeros conteúdos, as matrizes de referência da SAEB e Prova Brasil não propõe conteúdos diretamente, mas se referem a aspec¬tos importantes do conjunto das atividades escolares, como é o caso da leitura e da resolução de problemas. O currículo escolar é muito amplo e complexo e não apenas priorização de algumas habilidades e competências consideradas relevantes neste contexto avaliativo.
Em nossa escola é realizada uma análise bem aprofundada dos resultados dessas avaliações, constando no planejamento do professor de Língua Portuguesa e Matemática os conteúdos que mostraram as dificuldades de nossos alunos. Aliás, não difere muito do que já vem sendo trabalhado. O que deveria ocorrer seria uma avaliação de todas as disciplinas e não só de Português e Matemática, pois, mesmo refletindo todas elas, muitos professores não se percebem como parte dessas avaliações, recaindo, assim, a responsabilidade para essas duas disciplinas.
As avaliações externas servem de parâmetro às instituições para medir o grau de aprendizagem e apropriação de conteúdos dos alunos, aperfeiçoar e rever suas metodologias. Através de análise criteriosa dos resultados, tanto a escola como os educadores podem rever seus métodos e planejar novas ações visando suprir as defasagens do educando.
A avaliação externa deve ser vista com reserva porque não leva em conta as flexibilidades trabalhada nas escolas, pois avaliam todos os alunos da mesma maneira . Nas escolas são feitas as flexibilizações e as avaliações externas avaliam os alunos de mesma maneira. Sendo assim o IDEB das escolas não condiz com a realidade das mesmas.
Quando falamos em avaliação temos que entender a sua complexidade. Ou seja ao fazermos um diagnóstico prévio dos nossos alunos não pode ser somente no intuito de aprovar ou reprovar, mas sim o de respeitar as suas idéias assimilações relacionadas aos conteúdos a eles apresentados.
As avaliações externas devem ser vistas com muito cuidado. Pois, apesar de representarem um instrumento importante para o planejamento de ações, refletem uma prática extremamente tradicional, que vai na contramão de tudo o que a escola tem se esforçado para superar. Como por exemplo, avaliações pontuais e padronizadas, que não levam em conta as especificidades de cada aluno, nem realizam as tão cobradas flexibilizações. A escola se esforça para garantir o aprendizado de todos, fazendo flexibilizações curriculares para atender necessidades específicas de alunos com algum tipo de dificuldade de aprendizagem, realiza avaliações processuais, considerando o crescimento que aquele aluno apresentou ao longo de um ano inteiro de trabalho. Mas no momento da avaliação externa, nenhum desses critérios será considerado, todos os alunos serão considerados iguais.
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