Temática III

COLÉGIO ESTADUAL DO CAMPO CASTELO BRANCO - SÃO MIGUEL DO IGUAÇU

NÚCLEO REGIONAL DE FOZ DO IGUAÇU

ORIENTADORA DE ESTUDOS: MARISTELA ALBONICO

PROFESSORES: ADEMAR; ANA CANDIDA; ANELISE; DANIELA; ELISEU; ERVAL; FERNANDA; FLAVIA; JAIR; JANE; JANICE; LILIANE; LUCIMAR; MARGARETE; MARIA ARGENTINA; NEIVA; NILCEIA; SHEILA.

No momento atual da história da evolução tecnológica alcançada pela sociedade mundial, percebo que o sistema de ensino brasileiro, principalmente no tocante as escolas públicas não tem conseguido acompanhar de forma homogênea a evolução das relações do mundo do trabalho, onde o ambiente escolar encontra-se distante da realidade vivida no dia a dia dos nossos jovens, onde o currículo escolar ainda está ancorado em preceitos conteudista e pouco prático, dando-se ênfase ainda a fragmentação dos saberes por blocos ou disciplinas, ficando esse saber fragmentário incapaz de atender as demandas da sociedade, onde as pesquisas científicas ficam muito prejudicadas pela falta de instrumentação no ambiente escolar, como laboratórios, salas especializadas para a realização de experimentos científicos nas diferentes áreas do saber, isso na maioria das vezes. Também devemos pensar no aparato tecnológico oferecido ao sistema educacional está aquém das necessidades reais do sistema educacional nos dias atuais, essa defasagem reflete diretamente no processo de ensino aprendizagem, e no modelo de currículo apresentado para o ensino médio brasileiro, em que na maioria das vezes não atende aos avanços do mundo do trabalho, científico, tecnológico e cultural da sociedade, pois ainda atende modelos de sociedade dominadora, ou centralizadora de opiniões nas mãos das famílias mais abastardas economicamente, deixando sem voz de ação milhares de jovens filhos de famílias menos abastadas economicamente, com isso vem repetindo o ciclo de patrões e empregados ou de comandantes e comandados na sociedade brasileira, onde pouco avançou quando comparados os diferentes momentos históricos da evolução da sociedade brasileira, desde o seu processo de povoamento ou ocupação, período escravagista, monárquico, ditatorial, etc. Neste momento devemos pensar um currículo que possibilite a autonomia pessoal técnica e ética e moral dos seres participantes, ou seja, os jovens e adultos que compõem o grupo de estudantes do ensino médio, seja ele diurno ou noturno, oferecer a possibilidade de uma formação reflexiva e de curiosidade em realizar descobertas, através da busca orientada, pelos professores que são responsáveis por organizar os conhecimentos das diferentes áreas do saber. Como já mencionado no texto, o grande desafio é conseguir quebrar o processo fragmentário em que o ensino vem ocorrendo no diferentes níveis de ensino, portanto devemos pensar em um currículo que seja capaz de dialogar com as diferentes áreas do saber, onde consigamos mostrar aos alunos a inter-relação existente entre os conteúdos e temas ensinados no ambiente escolar e criar significado para a vida pessoal e profissional dos jovens, onde deve-se criar propostas de trabalho para aproximar os estudos com as realidades sociais e econômicas vividas por esses jovens, nunca pode-se esquecer que o currículo é o coração de uma escola e no dia a dia percebe-se que as discussões sobre a proposta de trabalho apresentada no currículo das escolas, fica um pouco distante em decorrência da carga horária exigida para atuação em sala de aula, de todos os profissionais envolvidos com o processo de ensino aprendizagem, vejo que o modelo educacional brasileiro ainda está muito preocupado com quantidade de horas, dias letivos, mas esquece da qualidade desse fazer pedagógico. Hoje a educação enfrenta problemas sérios com salas de aula super-lotadas, pensar em ensino de qualidade passa em repensar o número de alunos atendidos por cada professor. Já é comprovado que turmas menores derrubam os índices de desistência e repetência, então porque teimar com turmas de 40 ou 50 alunos, só para fazer cálculos ao final do ano letivo de quantos desistiram, quantos reprovaram e quantos de fato conseguiram atingir graus mínimos de conhecimento.
A questão das sugestões para promover melhorias mais efetivas no nosso âmbito escolar, infelizmente já é uma questão que foge às intenções e até mesmo ao poder do professor.
Uma das maiores dificuldades para atrair e motivar os alunos é a falta de atividades diferenciadas, aulas mais práticas que instiguem a vontade a aprender, pesquisar e conhecer. No entanto, por mais que nós, professores, elaboremos e criemos
projetos ou mesmo uma aula diferenciada em um laboratório, se torna um grande desafio concretizar e por em prática essas ações. Se de um lado, nos deparamos com a situação de não haver os equipamentos necessários ou estes não funcionarem, por outro, nos vemos impotentes diante de obstáculos financeiros e burocráticos que ainda estão centralizados em interesses políticos.
Outro fator que nos impede de promover aulas mais diferenciadas é a superlotação das turmas, que muitas vezes acaba até ultrapassando o limite físico das salas de aula. Isso além de dificultar o processo de aprendizagem, resulta ainda na desmotivação dos alunos e na sua permanência na escola.
Outra angústia que percebemos é a falta de incentivo na oferta de cursos técnicos, pois muitos de nossos alunos têm anseios de terminar o ensino médio com o objetivo emergente de atuar em alguma função profissional. Isto, não significa que estamos propondo um ensino médio voltado para o tecnicismo, mas sim, que a escola pública oferecesse também está possibilidade de pré-formação profissional.
Diante dessas situações, chegamos à conclusão de que, o que nos resta para o presente momento, é seguir aprimorando o que já fazemos: que é promover o desenvolvimento e a autonomia intelectual dos jovens com as possibilidades e recursos que temos.