Analisando historicamente a educação brasileira percebe-se que esta sempre se mostrou dual, e nessa ótica Marise Ramos destaca as características economicista, pelo viés da dinâmica do mercado de trabalho e da dualidade, devido à formação cultural da escola para “elite” e para a “classe trabalhadora”. Atualmente a educação fortalece essa dualidade porque, na maioria das vezes, é contraditória entre a formação humana para a vida e para o trabalho, uma vez que, conforme Neves complementa, se limitam ao ingresso no mercado de trabalho, por meio do domínio de técnicas e conhecimentos desconectados de sua vida e, portanto, apolíticos e alienantes. Se analisarmos por esse viés, percebe-se o quanto é desafiador essa formação omnilateral do homem, pois esta visa a formação do homem como sujeito histórico que produz através de seu trabalho suas condições objetivas de vida individual e em sociedade. Além disso, diante dessa temática da formação humana, não pode ser esquecido do principal sujeito dessas ações, que é o aluno. Este seria o maior desafio diante da imensa heterogeneidade que temos em sala de aula, uma vez que o sujeito do Ensino Médio perpassa pelo histórico, social, filosófico, ou seja, não pode ser esquecido do caráter antropológico que circunda a formação desse individuo.