TEMÁTICA 7- COLÉGIO ESTADUAL LEONCIO CORREIA - CURITIBA- PR - SÍNTESE

Tendo como base as discussões que ocorreram no grupo, percebemos a
necessidade de um melhor investimento na educação pública e em políticas
públicas que visem mudanças na atual estrutura social geradora de
desigualdade, que sejam democráticas e atendam à diversidade das demandas
sociais; que protejam crianças e jovens a ponto destas não terem a
necessidade de trabalhar até que atinjam a idade regular de conclusão do
ensino médio. Entendemos que é o jovem o sujeito de maior importância no
Ensino Médio. A juventude não é uma fase cronológica e sim uma fase de
exercício de inserção social na busca da formação da identidade deste sujeito.
O conhecimento do perfil sócio-cultural de nossos alunos permite que
possamos, com maior facilidade, estabelecer uma relação de afeto (adj.
dedicado, incumbido ,entregue) entre professores e estes alunos. Este
conhecimento pode evitar o “jogo de culpados” que muitas vezes existe dentro
dos muros da escola. Quando existe este relacionamento, percebemos que os
alunos conseguem uma melhor formação para que tenham acesso a
universidade e ao mundo do trabalho. Sendo assim, necessitam de orientação
para que consigam emancipação em busca de sua liberdade financeira,
emocional e social. As Diretrizes Curriculares propõem desenvolver o trabalho
metodológico tratando o conhecimento através das dimensões da formação
humana, tais como a ciência, a cultura, o trabalho e a tecnologia. Hoje, a
escola não tem conseguido, de maneira geral, associar o desenvolvimento dos
conceitos científicos ao mundo do trabalho, da ciência e da tecnologia. Tornase
fundamental, segundo Azevedo (2013, p.17), formar um sujeito capaz de
estabelecer conexões entre o conteúdo escolar e os fundamentos científicos e
tecnológicos que presidem a produção moderna, por meio de uma organização
escolar que possibilite o encontro de professores – um espaço para o
planejamento coletivo, que levanta problematizações e organiza o saber
escolar para responder questões presentes nos projetos de vida dos jovens
que frequentam o Ensino Médio. Para que a necessidade de mudança do
modelo curricular seja atingida, no sentido de que este responda às
necessidades do jovem hoje, é necessário propor uma desconstrução do
processo metodológico, atualmente baseado em modelos adquiridos ao longo
na formação dos professores, cujo foco consiste em treinar para competir e
classificar (segregar). Repensar o currículo sugere, portanto, que todos os
docentes a comprometam-se com uma metodologia que sustente a prática,
voltada para a formação integral do estudante, conforme indicam as DCNEM.

O desafio é mesclar o conhecimento formal e informal num currículo para o
ensino médio voltado a realidade do aluno, fazendo da aprendizagem um
processo voltado para as situações vivenciadas no dia a dia do educando. O
currículo integrado no ensino médio, alia a teoria ao real. Espera-se que o
professor possa adequar o seu conteúdo voltado a situações do cotidiano, pois
tornará o processo de ensino-aprendizagem em algo atual e dinâmico. A ação
de melhores investimentos para a escola pública para atingir o proposto pelas
DCNEM em todas as dimensões, fica reforçado pelo texto do Caderno Cinco,
página 46: “Mas a possibilidade de implementação de ações mais dinâmicas e
criativas depende também das condições concretas para a sua realização.
Assim, a efetivação de práticas pedagógicas integradoras entre a teoria e
prática, entre o pensar e o fazer, podem ser facilitadas ou dificultadas se
houver na escola espaços adequados como laboratórios e salas de artes,
material esportivo, por exemplo, que permitam o desenvolvimento da
autonomia e das amplas capacidades humanas.” Uma escola com condições
de agir nesse contexto, é capaz de agir no enfrentamento a questões de
exclusão e reprovação e da não permanência do aluno em sala de aula.
Avaliar, no contexto das Diretrizes Nacionais para o Ensino Médio, precisa
traduzir a formadores e formandos sobre os objetivos atingidos e aqueles onde
se levantaram dificuldades. A avaliação deve distinguir-se da classificação
uma vez que têm funções diferentes no processo de formação. Com a
finalidade de mapear e escalonar os resultados, qualquer que seja a avaliação:
interna, institucional ou externa, esta somente terá alguma validade se servir
para um replanejamento de ações com vistas a melhor atender ao sujeito do
ensino médio.

Texto produzido pela cursista AMABILE a partir das discussões no coletivo.

Materiais consultados
Formação de professores do ensino médio, etapa I - caderno V : organização e gestão
democrática na escola / Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica;[autores :
Carlos Artexes Simões, Monica Ribeiro da Silva]. – Curitiba :
Reestruturação do ensino médio : pressupostos teóricos e desafios da prática /
organização Jose Clovis de Azevedo, Jonas Tarcísio Reis. — 1. ed. — São Paulo : Fundação
Santillana, 2013.