CASCAVEL 07 DE DEZEMBRO DE 2014.
COLÉGIO ESTADUAL OLIVO FRACARO - NEIRE MARIA MARCANTE
Conversando com professores de outras áreas de conhecimento, alguns com um longo tempo de escola e outros que começaram a lecionar há pouco tempo, constatamos que o tempo em que atuamos em sala bem como a disciplina ministrada não oferece uma diferença significativa quanto às dificuldades encontradas em sala de aula, tanto no que se refere ao ensino-aprendizagens dos alunos quanto no ato de avaliar. Algumas hipóteses foram levantadas para buscarmos compreender o baixo nível dos resultados nas avaliações. Uma delas é que nossos alunos, principalmente dos últimos anos do Ensino Fundamental e do Ensino Médio não apresentam o hábito de estudar os conteúdos trabalhados quando saem da sala de aula, e, portanto, o processo de fixação necessário para o aprendizado acaba se perdendo.
Outro problema diz respeito à carência da leitura mesmo, já que nossos jovens recusam-se terminantemente a ler qualquer coisa que ultrapasse meia página, tornando extremamente penoso o processo de compreensão e interpretação do que está sendo avaliado ou mesmo a produção de textos com bom desenvolvimento de ideias coerentes.
Ao longo de minha trajetória como professora na área de língua portuguesa e inglesa, houve já muitas mudanças nos processos avaliativos, pois até pouco tempo atrás não se falava em adaptações curriculares, em observar o tempo e o limite dos alunos e avaliá-lo de acordo com sua própria evolução, então, acredito que já demos um grande salto no sentido de observar as especificidades individuais de nossos alunos, apesar de que ainda estamos distantes de uma avaliação ideal, em que possamos realmente medir o grau do avanço individual do aluno dentro de determinado prazo, observando como ele se encontrava quando o recebemos e qual o seu aproveitamento pessoal até o momento da avaliação, ou seja, toda avaliação, para ser real, deveria ser individual no sentido de única para cada aluno, observando suas habilidades e seu progresso, pois a forma massacrante como as avaliações são realizadas até hoje apenas cumpre o papel de preencher tabelas e formulários.
Nas escolas em que leciono procuramos sim aplicar atividades de avaliação como simulados e trabalhar com questões do Enem ou provas de concursos para dar aos alunos um respaldo de como ele irá enfrentar o mundo pós-escola e geralmente os comentários são de que as questões estão muito além de suas realidades, e aí nos deparamos com uma difícil tarefa: se trabalharmos dentro das expectativas de avaliações como Enem ou simulados de vestibulares nossos alunos acabam abandonando a escola por não ver sentido no estudo ou não conseguirem acompanhar o grau de dificuldade dos conteúdos, e se, por outro lado, buscarmos adaptar os conteúdos à realidade vivenciada por eles, acabamos tirando-lhes a chance de competirem nos vestibulares de universidades públicas, então, tentamos mesclar realidade e conhecimento científico, o que nem sempre é o suficiente ou ideal. Como vemos, temos muitos desafios a serem superados ainda.