Temática 6

REFLEXÃO E AÇÃO - TEMÁTICA VI

COLÉGIO ESTADUAL JOÃO MANOEL MONDRONE
ENSINO FUNDAMENTAL, MÉDIO, PROFISSIONAL E NORMAL

MUNICÍPIO: MEDIANEIRA – PARANÁ
NÚCLEO REGIONAL: FOZ DO IGUAÇU

CURSISTAS: ANITA ELIZETE STEINBACH, CARMEN ADRIANA MENEGHEL, CRISTIANE COSTA DA SILVA E JUCERLEI JOSÉ MANTOVANI

a) A partir de sua formação — inicial e continuada— e de sua experiência docente, discuta e reflita com colegas de outra área distinta as questões abaixo (sugerimos pequenos grupos de 3 professores de áreas bastante distintas, por exemplo, Educação Física, Matemática e Sociologia):
– quais têm sido os maiores desafios no campo da avaliação educacional?
Os maiores desafios enfrentados no campo da avaliação educacional são:
- a questão da quantidade (números) sobrepondo a qualidade.
- a falta de tempo para maior acompanhamento e análise de produções dos educandos.
- os conflitos extra-escolares que interferem diretamente no processo ensino-aprendizagem.
- fazer com que o aluno valorize o conhecimento e não a nota;
- profissionais de apoio para atender o aluno em contraturno escolar.

– qual sua concepção de avaliação e como ela se constituiu na sua trajetória docente?
A avaliação deve ser processual e contínua e realizando levando em consideração as diferentes etapas de aprendizagem de cada um dos educandos. Dentro desta perspectiva a avaliação tem a função de sensibilizar, analisar a realidade, conhecendo e obtendo dados significativos, dando clareza nas ações e possibilitando retomar finalidades e objetivos, realizando assim um julgamento tomando decisões sobre o que fazer, dando continuidade à prática ou elaborando um novo plano de ação. A avaliação estabelece critérios para que alcancemos os objetivos desejados de acordo com a realidade de nossos educandos e de nossos objetivos.

b) Em consulta ao projeto político-pedagógico e aos planos de ensino (aos quais você possa ter acesso) de sua escola, procure identificar os seguintes elementos:
– Definição(ões) de avaliação da aprendizagem encontrada(s).
As definições encontradas de avaliação no PPP do Colégio Mondrone (2012) estão baseadas em NAGEL e “não pode estar desvinculada da compreensão das relações sociais, da prática escolar e interações efetivadas dentro da escola, pois entender a avaliação dentro da escola significa entender as contradições próprias do modelo econômico social vigente e por isso a avaliação necessita adquirir um novo sentido através de ações coletivas dos professores, com a intencionalidade de rever suas práticas pedagógicas, estabelecer critérios e objetivos bem definidos e assim fazer uma análise da sociedade, da escola e do processo ensino-aprendizagem”. (Pág 47 do PPP do Colégio Mondrone).

– Quais os instrumentos e procedimento mais utilizados.
Provas, trabalhos, seminários, exercícios, pesquisas, relatórios, murais, produção e interpretação de textos, entre tantos outros.

– Critérios para atribuição de notas ou conceitos e de aprovação.
         A avaliação trimestral será composta pela somatória da nota 3,0 (três vírgula zero) referente a atividades e trabalhos; mais a nota 7,0 (sete vírgula zero) resultante de no mínimo 02 avaliações, totalizando nota final de 10,0 (dez vírgula zero).
Avaliação trimestral:  MA = 1º trimestre + 2º trimestre + 3º trimestre = 6,0 
                                                                           3                                                           
A recuperação de estudos será concomitante aos conteúdos desenvolvidos no trimestre e se dará da seguinte forma:
I. Será proporcionado a todos os de forma concomitante a revisão dos conteúdos não assimilados no processo ensino aprendizagem;
II. Após a revisão dos conteúdos, os alunos com média inferior a 6,0 (seis vírgula zero) deverão ser submetidos a uma nova avaliação com peso 10,0 (dez vírgula zero), aos alunos com média igual ou superior a 6,0 (seis vírgula zero) a realização da prova de recuperação é optativa.
Será considerado aprovado, automaticamente, o aluno que, com frequência igual ou superior a 75% do total da carga horária, obtiver média anual igual ou superior a 6,0 (seis vírgula zero).

– Instâncias e participantes para definição da situação de cada aluno ao final do ano letivo.
               Ao final do ano letivo, há que se compreender que, mesmo o aluno não tendo atingido a média 6,0 (seis vírgula zero), há a necessidade de o Conselho de Classe, na perspectiva de crescimento intelectual do aluno, apropriação de conhecimentos obtida por ele e aprendizagem significativa, analisar, criteriosamente, a possibilidade real de o mesmo ser promovido para a série seguinte. Isto deve ser feito amparando-se nos objetivos propostos antecipadamente e nos conteúdos essenciais previstos no Currículo. A produção humana transmitida na forma de saber escolar deve superar a imediaticidade do ser humano e compreender a realidade humana do trabalho e do conhecimento numa perspectiva mais ampla. Conclui-se que o acompanhamento sistemático do aluno e dos professores ao longo da escolarização é que dá o direito da escola reprovar ou não.

– Outras observações que considere relevante para a discussão de avaliação da aprendizagem
A avaliação é, portanto, parte fundamental do processo ensino-aprendizagem. É por ela que se verifica o nível de apropriação dos conteúdos pelo aluno, se o plano de aula está adequado e a metodologia utilizada garante a aprendizagem do conteúdo, sendo necessário considerar se todos os aspectos estruturais (físicos, humanos e pedagógicos) envolvidos no processo estão adequados para atingir os objetivos.

Fonte: PPP do Colégio Estadual João Manoel Mondrone, 2012, pág 46-51.

c) Após ter visto alguns dados nacionais sobre as taxas de rendimento, procure levantar os dados de sua escola e, sobre eles, observe os seguintes questionamentos:
– Quais são os dados e taxas de rendimento de sua escola?
– O que esses dados lhes revelam?
– Como esses dados são discutidos entre os professores?
Existe, na escola, algum debate sobre eventuais relações entre as taxas de rendimento e a avaliação da aprendizagem nas disciplinas ou em algumas das disciplinas?

Através da análise e discussão coletiva dos dados levantados sobre avaliação –  2010, 2011, 2012 e 2013, da Prova Brasil 2005, 2007, 2009, 2011, 2013 e do IDEB – 2005/2007 e 2009/2011, observamos que no período diurno há muita reprovação em Português e Matemática, visto que estes alunos têm dificuldades nos conteúdos básicos das Séries Iniciais do Ensino Fundamental. Constata-se que as dificuldades são conseqüência de situações de indisciplina, falta de responsabilidade dos alunos com os estudos, pois não há rotina de estudos nos lares. Para melhorar a aprendizagem é necessário que se reduza o número de alunos por turma, em especial no 6º ano, fazendo também um trabalho diferenciado em virtude do impacto que a mudança de escola ocasiona.
Percebe-se ainda, um alto índice de evasão escolar no Ensino Médio, principalmente no período noturno, onde ocorre também um nível elevado de faltas. Sendo necessária uma intervenção por parte do Estado, que favoreça a permanência destes alunos na escola, pois a escola já faz a sua parte dentro das suas limitações. As taxas de evasão são mais elevadas nos 1º anos do noturno, levando a escola a intensificar seu trabalho neste turno buscando desenvolver ações no sentido de recuperá-los, entre elas destaca-se o Programa FICA, porém poucos são os resultados satisfatórios, em relação a esta situação. Há necessidade de um comprometimento maior por parte dos pais, no sentido de acompanhar a vida escolar de seu filho (presença e permanência). A escola tem procurado realizar atividades diferenciadas neste período, como o Fórum de Educação para o noturno, trabalhos interdisciplinares, atividades que envolvam os alunos e abordem os conteúdos de forma diferenciada.
Em 2011, nosso IDEB sofreu sensível queda de 0,8 pontos percentuais em relação a 2009, assim não atingimos a meta prevista para 2011 de 4,6%, ficando 7% abaixo desta meta. Em relação à PROVA BRASIL a escola atingiu maior pontuação em matemática.
Acreditamos que são necessárias intervenções pedagógicas maiores no 6º e 9º ano, apesar das salas de apoio que visam sanar as dificuldades nas disciplinas de Português e Matemática. Nos 1º anos do Ensino Médio as ações devem ser voltadas para sanar as dificuldades nas disciplinas de Biologia, Matemática, Física e Química. Além do envolvimento e comprometimento de todos os funcionários e setores, independente do seu vinculo empregatício (concursados, contratados e PSS), é necessário maior coerência em relação a participação nas semanas pedagógicas( PSS contratados posteriormente, que  entram em sala de aula sem o conhecimento do PPP, Regimento Escolar, Proposta de Avaliação do Colégio), entre outros. 
Além disso, a Equipe Pedagógica tem atendido os alunos que obtiveram resultado abaixo do mínimo exigido (6,0) no primeiro trimestre, para que estes não pensem em desistir dos estudos em virtude deste primeiro resultado.  Esta orientação individual, busca refletir junto com o aluno suas possibilidades e ações necessárias para melhorar este resultado, como forma de incentivo à continuação dos estudos, ressaltando ao aluno a necessidade de se ter disciplina, ser persistente e buscar o conhecimento e a ajuda dos docentes em sala de aula.
Solicitamos aos professores que informem a equipe em caso de duas ou três faltas seguidas sem justificativa de um aluno. Nestes casos, a equipe entra em contato com a família, ligando para os pais, a fim de saber os motivos das faltas, reforçando junto à família a importância de frequentar a escola.
No primeiro trimestre optamos em organizar a entrega de boletins aos pais no horário das 17:00 às 19:00h, a fim de oportunizar aos pais que trabalham um horário mais flexível,  além de realizar reuniões com alunos, pais e professores das turmas de acordo com as necessidades. A escola pretende promover durante o ano mais momentos de encontro com os pais para conversar sobre aprendizagem e mostrar como podem ajudar a valorizar os estudos: perguntar sobre tarefas de casa, projetos e participar de reuniões e eventos, ações simples que produzem resultado.
Através de gráficos que pretendemos confeccionar sobre o rendimento das turmas no primeiro trimestre será possível observar as disciplinas que os alunos estão apresentando maior dificuldade. Nos dias de capacitação, pretendemos realizar com os professores a análise dos mesmos, propondo um questionamento sobre a prática pedagógica no ensino destas disciplinas e metodologias diferenciadas, para a aplicação dos conteúdos, analisando quais as principais dificuldades dos alunos que são recorrentes nas disciplinas, como é o caso da matemática, que envolve a dificuldade no uso de fórmulas, da tabuada e dificuldade de entendimento e compreensão dos enunciados dos problemas.
Portanto, tanto a direção quanto a equipe pedagógica têm empreendido esforços para sanar estas dificuldades, entre elas: reuniões com pais, orientações individuais, encaminhamentos a atendimento especializado quando é o caso, pesquisa permanente para estudo de casos pontuais, acompanhamento da Equipe Pedagógica com medidas alternativas para auxilio dos professores em sala de aula, bem como projetos de leitura e produção de textos. Em relação aos docentes, constata-se que ocorrem muitas substituições, há muitos profissionais em início de carreira, com pouca ou nenhuma experiência e que necessitam de apoio pedagógico contínuo para melhorarem sua prática pedagógica. Muitos estudos e discussões também têm sido realizados a respeito da recuperação paralela para que a mesma seja compreendida de forma mais ampla e que contemple de fato o domínio dos conteúdos por parte dos alunos, bem como, oficinas culturais e esportivas a fim de estimular a aprendizagem e o desenvolvimento de talentos e habilidades, palestras, visando à motivação para a profissão e, por consequência, o incentivo a permanência na escola e a importância do estudo.

Fonte: PPP do Colégio Estadual João Manoel Mondrone.

d) Na avaliação institucional de sua escola, como têm sido abordadas as avaliações externas e como têm sido utilizados seus resultados?
– Existe algum tipo de atividade voltada para essas avaliações? Como, por exemplo organização de simulados, laboratórios ou espaços de diálogos?
– Os alunos fazem comentários sobre o Enem? Se afirmativo, em que perspectiva?
– A organização dos planos de ensino, de alguma forma, tem levando em conta as matrizes de referência do Enem?
Sim, existem simulados, análises de provas anteriores, análise dos descritores, etc..., mas sempre relacionados com os conteúdos trabalhados em nossas salas de aula.
Sim, o ENEM está muito presente nas discussões de nossos alunos, eles estão preocupados, interessados e tiram muitas dúvidas com os professores referentes aos conteúdos.
Quanto aos planos de ensino, os mesmos são elaborados, os conteúdos são contemplados e há uma grande ênfase referente a interdisciplinaridade dos conteúdos, no sentido de manter um constante diálogo e relação entre as disciplinas do núcleo comum de ensino.