temática 2 - Colégio Estadual Professor Elysio Vianna

Após as leituras e conversas, os estudos nos trazem as informações de que, desde a criação com base nas fundamentações dos colégios Jesuítas, como espaço acadêmico para à elite, passando por reformulações educacionais na década de 1930, com Francisco Campos que trouxe o ensino profissionalizante como forma de atender a industrialização e assim obter vagas para as massas, o processo em 1942 se estabelece, com a Lei Orgânica do Ensino Secundário (decreto-lei n. 4.244/42). Desde então o governo federal vem desenvolvendo estudos para criar esta identidade no Ensino Secundário, que depois recebe a nomenclatura de 2º Grau. E chegamos a Constituição de 1988 que traz alterações importantes em abrangência para o ensino em pauta. Ao longo dos anos o governo continua seus estudos e avanços e são organizadas as DCNEM em 1998, que serão a base (mesmo que o contexto não se refira assim) para que sejam implementadas as DCNEM-2011, termos da organização propriamente dita do ensino médio, basicamente referem-se aos principais marcos normativos já vigentes na área e os pro­gramas e ações que vinham sendo adotados como política educacional para esse nível de ensino, tanto no âmbito federal quanto em alguns estados e municípios.
Devemos considerar que atualmente, o Brasil é país federativo com um sistema de educação descentralizado em suas instancias (federal, estado e municípios), mesmo com estas formativas descritas acima, mas há uma fórmula de compartilhamento de responsabilidades. Que na ação efetiva acaba por se perder e assim não se constitui o direito de progressão entre os ensinos: fundamental, médio e superior.  O fato é que as mudanças em detrimento de conteúdos trouxeram junto as escolas a abertura de disciplinas como Filosofia, Sociologia que, com pouca carga horária, vem na linha de Humanas complementar os novos currículos e na disciplina de Arte a grande mudança ocorre nas novas diretrizes que traçam uma linear em relação aos conteúdos que até então (2011) ficava a critério da escola ou do professor para ensinar.
 Com base nos materiais observados e estudados da disciplina de biologia, o que  podemos observar é a base de todos os conteúdos, que não se alteram, ano após ano, da disciplina, mas a mudança principal que esta representada é a maneira de conduzir esses ensinamentos.
Antigamente, era lecionado de maneira tradicional, ou seja, sem mudanças, sem praticas, totalmente fiel ao livro didático que era adotado pelo professor ou pela escola. Nos dias atuais, essa licenciatura, ocorre de maneira bem moderna, onde o conteúdo não é simplesmente repassado, ou dado, ele deve ser discutido, constantemente, deve ser analisado, comparado, pesquisado. Os alunos que devem trazer soluções para alguns problemas, eles que devem fazer as pesquisas da maneira que lhe convém com a sua realidade, com a sua sociedade.
Adotando essa pratica o ensino de biologia, consegue ser comparado com outras disciplinas, ocorrendo assim à interdisciplinaridade, e aprimora- se a aplicação de conteúdos, que antes eram trabalhados de forma independente, e agora já se consegue discutir entre dois ou mais professores de áreas diferentes.
Para exemplificar a nossa explicação sobre interdisciplinaridade, usaremos como tema gerador a “Reprodução Humana”, sendo este um fator norteador para todas as disciplinas que compõem a grade curricular do ensino médio. Portanto, quando pensamos na disciplina de Biologia, referente ao tema abordado tem em mente os conteúdos que podemos trabalhar, tais como:
1º e 2º lei de Mendel (Genética), DST (Doenças Sexualmente Transmissíveis), Metabolização dos Aminoácidos, Proteínas, Vitaminas, etc. Além disso, podemos trabalhar o uso e a função dos anticoncepcionais, principalmente na adolescência. Na disciplina de História, podemos agregar o conceito de Genética e trabalhar a evolução da Espécie, começando dos homo erectus até os dias atuais, isto é, homo sapiens  sapiens. Outro assunto que podemos abordar neste contexto, seria a Tecnologia de Reprodução In Vitro versus os conceitos mais antigos de concepção intrauterina, deslumbrando desta maneira um prisma cultural evolutivo.  Dentro da disciplina de Geografia, podemos abordar a pirâmide da faixa etária Brasileira, além de outros conceitos: País de Idosos x consequências econômicas, Qualidade de vida, I.D.H. (Índice de Desenvolvimento Humano), entre outros. Na disciplina de Sociologia, podemos aproveitar o assunto das consequências econômicas provocadas por um país com a sua população envelhecida e contextualizar a gravidez na adolescência, fazendo um comparativo da geração neném com as necessidades de autonomia econômica. Sendo assim, conseguimos deflagrar assuntos polêmicos como Aborto (causa e consequências). Em filosofia, a temática se expande para fatores quantitativos e qualitativos, podendo citar vários expoentes desta disciplina, fazendo assim, um comparativo de ideias mensuráveis, como o filosofo e matemático René Descartes versus os ideais pragmáticos qualitativos do filosofo Auguste Comte. Na disciplina de matemática, podemos usar o processo quantitativo abordado em filosofia e trabalhar as progressões aritméticas e geométricas da reprodução humana, podendo colocar os resultados em gráficos estatísticos. Além disso, podemos fazer também projeções futuras populacionais através de funções logarítmicas e com o conteúdo da porcentagem podemos calcular a taxa de mortalidade infantil no município, estado ou no próprio Brasil. Na mesma linha de raciocínio, a disciplina de física poderá trabalhar com densidade do líquido meiótico, além dos cálculos de pressão volumétrica e de queima de calorias. Com isso, o professor da disciplina poderá contemplar as notações científicas e estudos relacionados ao comportamento físico do corpo. Dando continuidade ao estudo do corpo abordado na aula de física, podemos realizar análise de sangue, com o “Exame Beta- H.C.G.(Exame realizado para verificar uma possível gravidez)”, análise de urina(função ácida),entre outras. Fazendo um comparativo com o tema gerador, podemos recorrer a disciplina de língua portuguesa e estabelecer correlação da elevação de fecundidade na adolescência com a baixa escolaridade, dando subsídios para obtermos parâmetros conclusivos referente a dificuldade apresentada por uma determinada faixa percentual de alunos no quesito de interpretação textual, além da baixa qualidade da escrita e oralidade. Com isso, fica evidenciado a necessidade de trabalhar textos interpretativos que realcem a dimensão investigativa do conteúdo de reprodução humana, auxiliando desta maneira o ensino da língua portuguesa. Com poemas, músicas, peças teatrais e textos informativos podem enriquecer toda a conjectura metodológica aplicada em sala de aula. Por último, mas não menos importante, a disciplina de Arte, a qual podemos trabalhar com Fotografia e as suas variações mensais do corpo gestacional, além de cubismo e desenhos em 3D que possam representar todos os aspectos da reprodução humana, sem que transcorra uma vulgaridade na imagem confeccionada. É de suma importância mostrar a relação da naturalidade humana apresentada, a qual é representada pela continuação da espécie com a beleza proporcionada pela geração de um ser humana. Sem pudor de cair num trocadilho infame, podemos dizer literalmente que a Arte emita vida ou vice-versa.
Com todos estes aspectos didáticos e metodológicos apresentados em cada disciplina e as suas correlações, deixamos exposto o leque de opções que podemos deflagrar com as possibilidades geradas pelo conhecimento através da interdisciplinaridade. É através deste conceito metodológico que ressaltamos, que fica evidenciado uma clara e possível solução para diminuir drasticamente a evasão escolar, além de estimular e solidificar o conhecimento propriamente dito entre os alunos. O papel do professor neste contexto educacional fica no patamar de “maestro educacional”, o qual conduz ao aluno as possibilidades do conhecimento através da potencialidade de absorção e compreensão de cada um deles, fazendo assim uma ponte entre o conhecimento e o próprio aluno em questão.

Texto elaborado pelos seguintes professores do Colégio Estadual Professor Elysio Vianna: Adimar Garcia Machado, Alan Carter Kullack, Bassima Ali Youssef, Beane Wrublevski, Carmen Patrícia Basílio Araújo, Danielle Cristina Cruz Scheremeta Jacomel, Edna Aparecida de Souza Harnisch, Elaine Camacho dos Santos, Elma Cristina Grando, Enory Cofferi, Luciane de Oliveira Costa, Marcio Roberto Lopes, Mari Ellen Pirolo, Mario Celso Pasqualin, Raquel de Melo Ribeiro, Rita de Cassia Bianchi, Rosana do Rocio dos Reis Hack, Rosane Farrar, Roseli Terezinha Marconcin Cardoso, Sandra Mara Ayres e Figueiredo, Sany Maria Lapcouski, Sheila Cristhina da Rocha Ferreira, Vânia Ribeiro Cruz, Viviane Maria Dissenha e Aparecida Nunes Marques.