Temática 2 - Colégio Estadual Joaão Manoel Mondrone - Medianeira- PR

REFLEXÃO E AÇÃO
Temática do caderno 2-  Colégio Estadual  João Manoel Mondrone – Medianeira PR
Grupo:  Lenir de Moraes dos Santos, Neide de Oliveira,  Regina Remor Mazzurana, Stefânia Schier

Iniciamos nosso diálogo falando do “jogo de culpados” na escola. Como “virar este jogo” e construir novos relacionamentos entre professores e seus jovens estudantes? Em sua percepção, faz sentido  esta afirmação de que professores e jovens se culpam mutuamente e os dois lados parecem não saber muito bem para que serve a escola nos dias de hoje? Que tal promover uma conversa na escola sobre a questão dos sentidos do estar na escola para professores e estudantes? E por que não elaborar estratégias para promover o reconhecimento mútuo? Por exemplo, você pode elaborar mapas das identidades culturais juvenis do bairro; redigir cartas aos jovens estudantes para que eles se revelem além de suas identidades uniformizadas de alunos; promover jogos de apresentação na sala de aula, dentre outras atividades. E em quais outras iniciativas podemos pensar para ampliar o campo de conhecimento sobre quem são eles e elas que estudam e vivem a escola? Buscar perceber como os jovens estudantes constroem o seu modo próprio de ser jovem é um passo para compreender suas experiências, necessidades e expectativas.

Foi realizado uma pesquisa com alunos do ensino médio, o que chama a atenção, é a dificuldade que os alunos  têm de atribuir sentido às disciplinas e aos conteúdos estudados. No Ensino Médio, o aluno chega a estudar 13 disciplinas, por isso, percebemos que o relacionamento entre professores e alunos não devem se restringir a realização somente de aulas expositivas, mas promover diálogo, trabalhar em grupo, realizar aulas interdisciplinares, com transmissão do conhecimento de forma contextualizada, procurando metodologias, estratégias e recursos adequados para motivar, promovendo uma aproximação com os alunos, com mais diálogo, conhecimento da sua realidade, dos seus saberes e gostos, dos seus problemas...
Elencamos algumas iniciativas, já utilizadas neste estabelecimento de ensino, que nos auxiliam a conhecer melhor a história dos nossos jovens e suas necessidades.
-  discussões sobre quais são os interesses e que atividades os alunos gostariam de desenvolver na escola.( A escola que temos/ A escola que queremos)
-  participação dos alunos no grêmio estudantil.
- debates com os alunos sobre temas de seu interesse a fim de escutar o que estes têm a dizer.
- conhecer a realidade do aluno – pesquisas, conversas, que levam a saber como é o local onde vivem, que dificuldades enfrentam, o que fazem quando estão em casa, com amigos, que tipo de atividade eles sentem mais prazer em realizar, etc..
- Apresentações culturais / Show de talentos, onde alunos demonstram  suas capacidades em áreas  diversas, como representação, canto, dança.
- Exposição de trabalhos desenvolvendo o desenho, a pintura, a criatividade, os conhecimentos adquiridos...
- Estudos referentes a ENEM, vestibular, visita a universidades, palestras vocacionais, para conhecer diferentes cursos ofertados...
Dessa forma buscamos melhorar os métodos de ensino, fazendo com que o aluno aprenda algo novo, que gere crescimento intelectual, emocional, social; desenvolvendo projetos, eventos culturais e outras atividades. Oferecendo atividades de informação e orientação profissional, cursos oferecidos pela universidade também podem ser uma forma de aproximação. Compreendemos também que são necessárias aulas de leitura, interpretação e concentração para poder trabalhar os conteúdos propostos.

 

As pesquisas apontam que uma das coisas que os jovens mais fazem na internet é conversar. E que tal propor um diálogo com os estudantes
na escola sobre as conversas na internet? Será que o que se conversa pela internet tem “menos valor ou importância do que aquilo que se diz presencialmente? O que os jovens de sua escola diriam? Vamos tentar este papo como um exercício de aproximação com os estudantes? Professor, professora, sua escola está também aberta para o diálogo com as culturas juvenis que envolvem os jovens fora da escola? Que tal promover um diálogo sobre a questão, após assistir ao documentário O desafio do passinho: uma forma de expressão corporal e sociocultural? Ele está disponível no site: <http://www.emdialogo.uff. br/content/o-desafio-do-passinho-uma-formade- expressao-corporal-e-sociocultural

Em pesquisa com os estudantes, com respeito ao uso da internet, do celular e das novas tecnologias, obteve-se informações bastante interessantes que revelam que: Os estudantes valorizam seus professores e a escola, dão um  valor significativo ao processo de desenvolvimento educacional. Muitos estudantes revelaram que o uso da internet com maior frequência na escola facilitaria a aprendizagem, pois, a internet é tida como ferramenta indispensável na busca de informações atuais e antigas, comentaram ainda que há professores já utilizando essas ferramentas para passar conteúdos e indicar fontes e referências de estudos para aprofundar os conhecimentos em casa,  alguns utilizam também estes recursos para  postar lembretes sobre dias de provas e entrega de trabalhos, porém a aula  e a conversa presencial sempre tem um valor maior.
Fora do horário escolar os alunos a utilizam a internet para ter acesso a curiosidades, jogos, participar de redes sociais e dos papos virtuais, utilizam também para pesquisas de trabalhos escolares, baixar músicas, citaram também que esses recursos são meios para compartilhar e discutir informações, para aquisição de conhecimento sobre variadas culturas e de novos pensamentos, para divulgação das ideias.
O que chama atenção são os perigos de exposição e contatos com pessoas desconhecidas que quase não aparecem na fala dos alunos, assim como não relatam monitoramento do uso da internet em casa e no celular. Chegamos à conclusão que ainda não estamos preparados para lidar com esta situação, precisamos de preparo e discussão amparada na parte legal.

E nós, professores e professoras, como podemos ser parceiros e construtores de projetos para o futuro dos jovens e das jovens estudantes? Que tal buscarmos estratégias metodológicas para que os estudantes falem de si no presente e de seus projetos de vida futura? Uma troca de correspondência entre os estudantes com a mediação docente pode abrir a possibilidade para o diálogo sobre as expectativas juvenis frente a vida. Da mesma forma, e pensando no presente de muitos jovens trabalhadores, tente também saber: quantos estudantes trabalham em suas turmas; que trabalho realizam; quais trabalhos já fizeram; sob quais condições; se foram feitos com segurança e proteção ou em condições de exploração e desproteção. Seus estudantes têm consciência de seus direitos de trabalhadores e trabalhadoras? Não trabalham, mas pensam em trabalhar ainda durante o tempo de escola? Que tal abrir um diálogo com eles sobre essas e outras questões?

  A coleta de informações foi realizada no colégio João Manoel Mondrone, em Medianeira, junto aos alunos do ensino médio normal e dos cursos profissionalizantes. Embora o perfil dos alunos varie muito, o trabalho configura-se como uma necessidade para os jovens, aparecendo precocemente em suas vidas. Apesar de estarem trabalhando, os jovens permanecem estudando, a maioria morando com os pais e dependendo financeiramente deles.
Principalmente nos cursos profissionalizantes, nos anos finais, a maioria dos alunos exerce alguma atividade remunerada, geralmente como estagiários, a renda cobre gastos pessoais que  se resumem em alimentação, tecnologias, estudos, festas e roupas. Mostram interesse em melhorar financeiramente, porém, não sonham com riqueza e sim com conforto. Entendem que conforto e dinheiro caminham de mãos dadas, mas não sacrificariam o bem-estar em busca de acumulo de bens.
Demonstram também querer fazer diferença na sociedade através da sua profissão, dizem se sentir na obrigação de fazer algo pela sociedade.

E se todos os professores e professoras se perguntassem sobre o que os jovens e as jovens estudantes pensam e sentem sobre a escola de Ensino Médio? Seria possível surgirem desta abertura à escuta e ao diálogo alternativas para a superação dos crônicos problemas de relacionamentos e realização da vida escolar que afetam o cotidiano de muitas escolas? O gênero carta pode ser uma boa alternativa para a abertura do diálogo com os jovens estudantes. Que tal então produzir coletivamente uma carta dos professores e professoras endereçada ao jovem estudante de sua escola? Esta carta coletiva pode ser afixada num mural, entregue a cada um dos estudantes ou mesmo ser publicada na internet. Acesse no Portal EMdiálogo a carta ao jovem estudante elaborada coletivamente por professores do estado do Ceará:
<http://www.emdialogo.uff.br/content/cartaao- jovem-estudante>.