Sismédio do Colégio Jardim Gisele - Toledo/Pr
Reflexão 1
Diante da necessidade de se pensar em uma escola, em um ensino médio sustentado pela educação integral dos estudantes, é que devemos pautar nosso ensino baseado em nossa clientela uma juventude com particularidades diferentes como: cultura, educação, valores e conhecimento próprio. Com isso, direcionaremos nosso trabalho de acordo com o que diz a Diretriz Curricular Nacional para o Ensino Médio, ao destacar que não devemos organizar nossas atividades fragmentando nos eixos trabalho, ciência, tecnologia e cultura, que nossas atividades curriculares possam se integrar com estes eixos em comum, para a contribuição da formação de um estudante preparado para o enfrentamento da realidade na sociedade com diferentes saberes culturas e conhecimentos. Baseados neste contexto podem identificar que todas as atividades que realizamos com nossos alunos com um objetivo comum a ser alcançado são atividades que estão preparando nossos alunos para o enfrentamento do mundo capitalista e competitivo, pois as atividades são pautadas no Projeto Político Pedagógico da Escola que tem como objetivo principal atingir a clientela que atendemos com a finalidade de uma formação humana mais integral, pensativa, critica e dono de saberes próprio.
Reflexão 2
Reconhecemos que o exercício de pensar a formação humana a partir do diálogo com a prática cotidiana do professor é o nosso grande desafio, pois a diversidade de situações que vêm ocorrendo a cada dia na escola, muitas delas ligadas a conflitos de diferentes naturezas, são por vezes desafios que extrapolam as orientações provindas da formação profissional que temos. Então, nos damos conta que para estes casos, não temos uma concepção clara que nos oriente como lidar com situações como: Violência no ambiente familiar dos estudantes; Envolvimento de estudantes com atividades ilícitas fora e dentro das escolas; Distanciamento dos responsáveis na vida escolar do estudante.
Nestes casos percebemos que somos limitados para resolver tais problemáticas no contexto escolar e, por conseguinte, nossos objetivos ficam comprometidos, uma vez que nos sentimos sozinhos neste processo. São inúmeros casos de violência que ocorrem inclusive contra os próprios professores, e as instâncias maiores responsáveis pela área da educação tomam pouca ou nenhuma providência para auxiliar as escolas a alguma solução do problema. Este é, portanto, um dos aspectos que vêm gerando amplas discussões nas reuniões de professores.
Também concordamos que nossos jovens estudantes do ensino médio, em sua maioria, são jovens trabalhadores ou filhos de trabalhadores vivendo o imperativo da sobrevivência e que, entre tantas interfaces da vida, precisam inventar formas e estratégias econômicas para garantir seu modo de vida e, quando possível, articular essas estratégias com a sua escolarização, geralmente com defasagem de idade. Entendemos que estes jovens podem trilhar caminhos diferentes porque dispõem de uma margem de escolha e de autonomia para traçar seus próprios destinos. Porém, o fato de os jovens serem donos de uma lógica própria, e de serem sujeitos das suas próprias ações, não significa que, na maioria das vezes, tenham maturidade de assumir as responsabilidades destas ações. A relação da juventude com a educação escolar tornou-se, em vista disso, um grande campo de disputa, não apenas geracional, mas político e cultural, no qual a potencialidade de conquista de autonomia confronta-se com o tipo de instrução e educação que a escola pública propõe.
Diante desse quadro, concordamos com a urgência de uma proposta que apresente conhecimentos e saberes científicos, éticos e estéticos objetivando uma melhor orientação para o trabalho no ensino médio, a partir desta diversidade de sujeitos. Proposições curriculares de acordo com nossas intenções e práticas em relação ao nosso tempo e espaço, tendo como referencial permanente nossos jovens alunos que frequentam o ensino médio, suas expectativas, seus desejos, suas necessidades. Há, portanto, a urgência de decisões tomadas para o ensino médio em termos de currículo que venham a considerar essas razões que representam nossa realidade de trabalho nas escolas públicas.
Se o conhecimento é a compreensão do real como totalidade, exigindo que se conheçam as partes e as relações entre elas, o que nos leva a constituir seções tematizadas da realidade, é preciso que se refaça esta compreensão para se ter um novo conhecimento porque vivenciamos uma nova realidade em relação ao pensado no passado e que ainda se contempla nos currículos do ensino médio, ou seja, precisamos nos atualizar nas novas formas e padrões sociais que se apresentam atualmente, porque isso reflete diretamente em nosso trabalho docente.
REFLEXÃO E AÇÃO 3
FINALIDADES DA EDUCAÇÃO BÁSICA
Segundo a teoria construtivista de Jean Piaget, os valores morais são construídos a partir da interação do sujeito com os diversos ambientes sociais. Assim, a moralidade não se aprende por meio da transmissão verbal. Ela se desenvolve em estreita conexão com o meio social, num processo de construção contínua. Piaget (1973). Nesta perspectiva a atuação do professor deve estabelecer um vínculo emocional e moral com seus alunos, na medida em que a construção do conhecimento seja um elemento prático vivenciado pelo professor, levando o aluno a perceber a importância do que se aprende na escola para sua vida pessoal. Isso significa que a educação deve ser concebida de forma mais ampla, cuidando tanto dos instrumentos de aprendizagem essencial (leitura, escrita, expressão oral, cálculo, resolução de problemas) quanto de conteúdos educativos (conceitos, atitudes e valores). Essa forma de encarar as necessidades educativas prevê a observação das bases da educação ao longo da vida: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver, aprender a ser, visando à construção da cidadania numa prática educacional voltada para a compreensão da realidade social e dos direitos e responsabilidades em relação à vida pessoal, coletiva e ambiental, formando assim o sujeito crítico. O trabalho do professor deve estar focado em uma aprendizagem de certos procedimentos e atitudes como planejar a realização de uma tarefa, saber formular boas perguntas e boas respostas, levantar hipóteses e buscar meios de verificá-las, saber resolver conflitos, identificar formas de resolver um problema, validar raciocínios, cuidar da própria saúde e da de outros, colocarem-se no lugar do outro para melhor refletir sobre uma determinada situação, considerar as regras estabelecidas, tais atitudes fazem-se fundamentais na construção da autonomia intelectual e moral do aluno. Nessa perspectiva Todas as disciplinas trabalhadas do Ensino médio devem ser orientadas pela formação da autonomia intelectual e moral de seus alunos, com o intuito de contribui no processo de desenvolvimento do trabalho, oportunizando a formação de um estudante crítico, consciente da realidade na qual está inserido e capaz de propor soluções. Ou seja, o aprendizado em todas as áreas do conhecimento deve proporcionar a uma mudança de atitude frente aos desafios sociais e apontar prováveis transformações.
CADERNO 3; REFLEXÃO Nº4
Acreditamos que o currículo do Estado do Paraná necessita de profundas transformações a fim de que se possa educar com qualidade.
Em primeiro lugar, há que se adequar a quantidade de conteúdos à carga horária que se tem, priorizando não a quantidade, mas a qualidade e relevância do que se ensina, lembrando que a informação por si só não gera conhecimento. O currículo em vigência está ultrapassado e ainda contempla muitos conteúdos inúteis para os estudantes de hoje – que reclamam da teoria excessiva e desvinculada da prática. Em contrapartida, muitos conteúdos essenciais para um desenvolvimento acadêmico pleno são deixados de lado ou não são aprofundados por falta de tempo.
Outro ponto que precisa ser revisto é a falta de organização do conteúdo a ser trabalhado por cada professor. Toda essa “liberdade” de escolha do que ensinar que os professores têm está fazendo com que o conteúdo fique muito fragmentado, sem sequência, ou, por vezes, repetitivo. A fim de solucionar esse problema, o que se propõe é a formulação de um material único para todo o Estado. Tal material deveria ser fruto de profundas discussões envolvendo os professores mais experientes da rede e valorizando as contribuições preciosas que eles têm a oferecer.
Sendo assim, a SEED, em conjunto com os professores designados, elencaria os conteúdos obrigatórios por disciplina e por bimestre que deveriam preencher 80% da carga horária de cada disciplina. Os outros 20% do conteúdo seriam selecionados por cada professor que está atuando em sala de aula, de acordo com as necessidades e o perfil de sua turma.
Dessa forma, TODAS as escolas do Paraná estariam trabalhando o mesmo conteúdo ao mesmo tempo.
O livro didático seria formulado para se encaixar perfeitamente ao conteúdo proposto e já contemplaria a interdisciplinaridade, trazendo exercícios e discussões voltadas para a realidade dos estudantes, com questões de ENEM, Prova Brasil e vestibular, atividades de compreensão, interpretação e fixação dos conteúdos, jogos e outras atividades lúdicas, textos que contextualizem esses conteúdos e demonstrem sua relevância no mundo atual, imagens, tirinhas, gráficos e etc.
Acreditamos que, dessa forma, dados como o IDEB das escolas seriam mais justos, já que todos os estudantes teriam visto O MESMO CONTEÚDO, estando em paridade para a realização das avaliações; não teríamos escolas “mais fortes” e “mais fracas”, pois todas trabalhariam de forma semelhante. Os professores poderiam se preparar muito melhor para as aulas, estudando o material didático e preparando atividades extras, slides, textos complementares, pesquisas, visitas técnicas, etc.
Da forma como os conteúdos estão postos hoje, tudo fica muito “vago” para o professor; acabamos nos acomodando e dando prioridade para aqueles conteúdos com os quais temos mais afinidade ou que consideramos mais fáceis. Tendo um livro que devemos, necessariamente, cumprir, saímos de nossa zona de conforto e nos forçamos a buscar mais, ir além e superar nossos pré-conceitos em relação à capacidade de nossos estudantes.
Queremos ressaltar que não concordamos com a ideia de que cada escola deve ter “autonomia”. Esse discurso é muito bonito, mas na prática é um desastre. Para nós, quanto mais padronizado, mais eficiente é o funcionamento das escolas. O que estamos propondo é uniforme igual, regimento igual, planejamento igual, mesmo sistema de avaliações, livro didático igual para todas as escolas e sendo seguido de forma linear (com 20% de “liberdade”), enfim, um padrão.
Todo esse processo deve ser avaliado constantemente e adaptado conforme as necessidades que surgirem, levando-se em conta a percepção dos professores que estão em sala de aula e conhecem a realidade da educação.
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