Sismédio do Colégio Jardim Gisele - Toledo/Pr
CADERNO 2
REFLEXÃO E AÇÃO 01
São visíveis as transformações pelas quais o mundo passa no século XXI, trazendo fortes impactos e afetando a vida de muitas pessoas, especialmente dos jovens, sendo cada vez mais atingidos na sua forma de socialização, na relação que estabelecem com a educação e o trabalho, nos seus modos de vida, nos seus pensamentos. Perdem, assim, muitas vezes, a idéia de que são responsáveis pela sua própria história, faltam-lhes perspectivas para o futuro. Nesse contexto, há uma explosão de novos conceitos, e os jovens se deparam com grandes impasses ao buscarem seu direito de trabalhar, de estudar, de realizar seus sonhos e projetos de vida. Neste cenário de novas concepções, os jovens se sentem inseguros e despreparados para atuarem como atores protagonistas na sociedade em que vivem. Neste contexto o contato entre professor e aluno pode tomar várias direções. Pode haver casos em que haja uma rica experiência e crescimento de ambas as partes ou poderá também ocorrer justamente o oposto, em que a relação seja algo desgastante, cansativa, forçada e sem vida. Existem vários fatores que podem interferir neste relacionamento, ajudando ou também prejudicando. Fatores importantes como as condições precárias de trabalho, baixos salários e omissão do Estado, contribuem negativamente nesta relação.
Educar é muito mais que transmitir conhecimentos, é trabalhar com pessoas e cada um tem seus anseios, sonhos e personalidades diversas. A boa convivência se estabelece norteada pela compreensão e respeito as diferenças. Em outros termos, é preciso superar a relação tradicional entre professor e aluno que imperou por muitos anos na prática pedagógica, e ainda impera em alguns contextos de ensino em todos os níveis. A aplicação de uma prática educacional que leva em consideração todo o universo sociocultural e psicológico do aluno pode tornar uma prática eficaz, porém são necessária mudanças de ordem estrutural e funcional em todo o sistema de ensino do país. O ambiente escolar deve proporcionar a criação de vínculos afetivos entre professor e aluno para que sua formação não se torne algo mecânico. Pois a tecnologia atual já conduz o jovem à mecanização, tudo está posto, acabado, qualquer informação é instantânea. O problema é a aceitação de tudo pronto sem questionamento, sem argumentação, não permitindo o desenvolvimento de idéias que muitas vezes esses jovens têm, mas por conta desta mecanização se recusa em desafiar os limites impostos por ela. Acreditamos que a aproximação, criando vínculos mais afetivos com esses jovens possa desenvolver neles mais seguranças para ousar, produzir, ser dono de sua própria história. No entanto voltamos a afirmar a necessidade de mudanças estruturais no sistemas de ensino com o objetivo de garantir maior convivências professor e aluno, isso requer espaços físicos, mudança de grade disciplinar, e o tempo de conclusão do ensino médio deve ser ampliado.
Estamos realmente passando por uma fase de grandes dificuldades de relacionamentos entre nossos estudantes e a escola como um todo. Podemos notar e sentir este jogo de culpados, e não podemos negar, pois, temos a impressão de que a escola e aluno caminham para rumos diferentes. Não vemos como uma questão de não sabermos da importância da escola, notamos uma disparidade de entendimento dessa importância. A escola sabe muito bem o que quer para os alunos (prepará-los para atuar na sociedade com muito sucesso, de forma justa, digna e competência). Os alunos de forma geral têm consciência desse valor, porém se posicionam de uma forma diferente, pois esperam encontrar uma escola totalmente atualizada como o mundo que encontram fora dela, e o que temos é muitas escolas totalmente precárias, de recursos tanto físicos quanto humano e de apoio nas condições de trabalho, para que se possa desenvolver um trabalho que vem de encontro com as necessidades atuais tanto dos alunos, quanto dos professores e da escola, pois entendemos que os problemas escolares pertencem a todo o colegiado. A escola nos dias de hoje necessita muito do diálogo com os pais e até mesmo de apoio de profissionais que a educação não dispõe, a equipe pedagógica, precisa então, buscar parcerias com outras entidades, e isso demanda tempo e muita organização (registros, visitas...). Outra questão é que a escola tem passado por uma fase de formação continuada realizada com base em leituras e discussões entre seus pares, não que os temas não sejam relevantes, mas sentimos uma limitação nessas discussões e não conseguimos um avanço tão significativo como se tivéssemos a presença de profissionais especializados no assunto junto conosco dessas discussões para entendermos melhor os jovens de hoje já que a nossa formação como profissionais se deu numa realidade um pouco diferente da do que estamos vivenciando. Como já mencionamos os nossos projetos em conjunto ou individual dentro da escola, tem muito valor, mas precisamos buscar apoios, momentos em conjunto para a preparação, a avaliação do projeto e avaliação dos seus resultados. Pois além de conhecer os modos próprio dos jovens, é preciso se preparar para lidar com essas individualidades. Se preparar e preparar a escola para atender essa nova geração.
CARTA AOS ALUNOS DO ENSINO MÉDIO
Caro estudante,
Você que hoje cursa o Ensino Médio tem o privilégio de viver em um século que prima pelo acesso rápido e em larga escala à informação. Você que aí está, muito provavelmente, não teve que freqüentar biblioteca para fazer pesquisa escolar, nem usou a Enciclopédia Barsa (item de museu, não?!), tudo o que você precisa está lá, ao alcance de um clique. E não se esqueça de todas as outras maravilhas tecnológicas ao seu dispor: televisão, vídeo-game, celular, tablet... E tudo isso existe hoje porque pessoas das gerações anteriores a sua olharam para o mundo que existia e se perguntaram: Podemos melhorá-lo? Podemos tornar a vida mais fácil, mais confortável?
E além de ter boas ideias, essas pessoas se dedicaram, estudaram, testaram e aperfeiçoaram tudo o que existe hoje e que não nos é dado pela natureza, mas sim é fruto do intelecto humano.
Isso posto, é fundamental perguntar a você: O QUE VOCÊ TEM FEITO PARA CONTRIBUIR COM O MUNDO E TORNÁ-LO MELHOR?
A escola aí está para fornecer a matéria prima que alimenta sua inteligência e criatividade. A escola planta a semente e, se você for um bom jardineiro, os frutos virão para beneficiar a todos. Todo o conhecimento produzido pela humanidade está acessível como nunca antes em toda a História. E você tem a sorte de viver justamente nesse tempo. O QUE VOCÊ TEM FEITO DESSE CONHECIMENTO?
Os avanços só ocorrem porque ALGUÉM toma a iniciativa de pesquisar e aprimorar o que já existe. Para que você use seu celular, por exemplo, é preciso que alguém desenvolva novos aplicativos, crie aparelhos atrativos e resistentes, invente novos recursos, etc. Outra pessoa projeta as torres de transmissão, e há quem as construa e faça sua manutenção. Todo esse serviço especializado exige ESTUDO, pois as pessoas não nascem sabendo todas essas coisas. Você já pensou que se ninguém mais estiver disposto a estudar o mundo vai simplesmente parar de evoluir?
Esse é o momento de tomada de decisão: você precisa ser o protagonista da sua vida. Não fique sentado esperando as mudanças que você deseja acontecerem por milagre. Faça alguma coisa! Aproveite seu potencial para absorver ao máximo todo o conhecimento disponível na escola: pergunte, faça exercícios, resumos, esquemas, pense na importância daquilo que está aprendendo e como usar tudo isso na vida prática. Use sua inteligência e criatividade para revolucionar o mundo. Ao invés de reclamar, faça uma sugestão. Deixe a preguiça de lado e comece por mudar
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