Síntese do Caderno V - Organização e Gestão Democrática da Escola - Colégio Estadual Arcângelo Nandi

COLÉGIO ESTADUAL ARCÂNGELO NANDI – SANTA TEREZINHA DE ITAIPU – PR
CADERNO V – ORGANIZAÇÃO E GESTÃO DEMOCRÁTICA DA ESCOLA

PARTICIPANTES:
ADELINO ZANONE
ANNA BEATRIZ PONTES SILVEIRA
DIANNE VENSON
JULIANO FERRAZ
MARIA ANGÉLICA MORINI
MARIA LUZIA SOARES DA SILVA BUZANELLO
VALMIRO DA SILVA
VERÔNICA DE OLIVEIRA ALBUQUERQUE
SERGIO LUIZ ALBUQUERQUE JÚNIOR

ORIENTADOR DE ESTUDOS: ANNA BEATRIZ PONTES SILVEIRA
FORMADOR REGIONAL: MARINÊS LIGIESKI
NRE: FOZ DO IGUAÇU

  A participação democrática é dificultada, na maioria das vezes, pela excessiva burocracia e pela falta de autonomia das escolas, pois muitas ações vêm prontas e  preestabelecidas de cima, então não há muito o que questionar. Esta gestão democrática pode ocorrer na teoria, mas na prática sentimos a falta de espaço para reivindicar nossas necessidades e expor nossas angústias.
No diálogo com os colegas, ficou evidente que em alguns momentos da trajetória profissional, sentimo-nos excluídos de alguma forma, como nos seguintes exemplos: a opinião do professor não segue o pensamento da cúpula que muitas escolas formam, assim este profissional deixa de ser opinante para evitar transtornos e perseguições; o professor PSS (Processo Seletivo Simplificado) como é contratado posteriormente pela SEED, é excluído de diversas atividades no início do ano letivo, como semana pedagógica e elaboração do PTD. Há também momentos em que os profissionais da educação são incluídos nas tomadas de decisões, como na construção do PPP e do Regimento Escolar, em alguns eventos realizados na escola, sejam culturais, esportivos ou pedagógicos.
O debate sobre gestão democrática no ensino público, deve colocar a participação efetiva da população na gestão da escola, pois segundo CUNHA (1987 )”o ensino democrático é, também, aquele cuja gestão é exercida pelos interessados, seja indiretamente, pela intermediação do Estado, seja diretamente, pelo princípio da representação e da administração colegiada.”
Para que o processo de discussão e deliberação de decisões possa acontecer, na escola, é preciso debater sobre as maneiras de tornar uma gestão eficiente, de se trabalhar em equipe e promover momentos, no início do ano letivo, para decisão sobre tudo que será realizado na escola durante o ano, quem vai participar, do que vai participar, como e quando.
O Conselho Escolar é convocado quando necessário, em reuniões deliberativas para tomada de decisões pertinentes ao andamento escolar, sejam elas, boas ou ruins, sempre de forma democrática, o Conselho utiliza-se de documentos de convocação de reuniões, atas com o registro das mesmas e repasse verbal ou escrito dos assuntos pertinentes a todos os interessados.
Não há Grêmio no estabelecimento. Mas há interesse em criá-lo.
Tendo em vista que o exercício da autonomia da escola é ma expressão da democratização e conforme BARROSO (2003) “o que está em causa não é conceder maior ou menor autonomia às escolas, mas sim reconhecer a autonomia como um valor intimamente ligado a sua organização e utilizar essa autonomia em benefício das aprendizagens dos alunos.”, por isso se faz necessário uma atuação efetiva e eficaz do Conselho Escolar e da APMF, uma construção coletiva do PPP e a participação de todos na elaboração e execução de projetos relativos à realidade escolar.
No que diz respeito à participação dos pais na vida escolar, acreditamos que isso é dificultado, em grande parte, por eles não disporem de tempo devido às horas trabalhadas e por não saberem do espaço que têm direito na gestão democrática desenvolvida na escola. Vemos também o distanciamento dos pais devido ao receio de sentirem-se diminuídos em relação ao conhecimento que os profissionais da educação possuem e eles não. Percebemos ainda, que as instituições locais, como associações, entidades, igrejas não estimulam a participação dos pais na escola de seus filhos. Através destas afirmações são visíveis, então, os inúmeros obstáculos que existem na integração da comunidade com a escola.
Fazendo uma análise das práticas patrimonialistas existentes na escola, percebemos que suas marcas não desapareceram, apenas manifestam-se de forma mais sutil, por isso necessita-se de uma gestão escolar democrática de verdade, aquela que oferece a possibilidade para a implementação de ações dinâmicas, criativas, com a participação de todos: professores, funcionários, pais, alunos, instituições da comunidade, seja através de eleições para diretores, elaboração de projetos, criação das instâncias colegiadas e tudo o mais que envolve a comunidade escolar.
O PPP é muito mais do que uma exigência legal, ele é a definição de como tudo deve caminhar na escola, contém as “regras do jogo” no âmbito escolar. É através dele que se define como deve ser a escola, sua organização, seu relacionamento com a comunidade onde está inserida, quais disciplinas devem ser ofertadas de acordo com a legislação vigente, critérios de avaliação, aprovação e reprovação dos alunos. Mas como o PPP busca um rumo, uma direção pode, a qualquer tempo, ser estudado e melhorado coletivamente, adequando-o ao compromisso da escola com a melhora da aprendizagem.
Na escola na qual este grupo realiza os estudos do Pacto, concluímos que em alguns momentos, ainda prevalece a hierarquia, mas também ocorrem muitos momentos de diálogo e interação entre direção, equipe pedagógica e comunidade escolar. Sabemos que o objetivo da escola é formar cidadãos criativos, solidários e independentes, por isso cabe a nós professores tornarmos a sala de aula num espaço aberto, coletivo, de diálogo e interação.