SÍNTESE COLETIVA DO CADERNO 01 PACTO FORTALECIMENTO PELO ENSINO MÉDIO
Colégio Estadual do Campo de Flor da Serra, Rza - PR
Síntese coletiva do caderno 01 das seguintes participantes:
- Andressa Appio
- Alessandra Bortolotto Baptistta
- Adriana Bortolamedi
- Luciana Herbele
- Margarete Della Guistina
- Simone Alberti
DESAFIOS NO ENSINO MÉDIO
- Manter os alunos na escola;
- Evasão e repetência;
- Trabalho interfere;
- Formação Integral - Educação Geral e Educação Profissional.
O Ensino Médio tem se constituído ao longo da história como o nível de mais difícil enfrentamento, possui função de preparar o aluno para a continuidade dos estudos e ao mesmo tempo para o mundo de trabalho. Não se trata de uma questão padagógica, mas política e econômica, tendo suas raízes no capitalismo.
Brasil Império: Ocorreu uma separação entre o ensino popular, constituído pelas escolas primárias, pelo ensino normal e pelo profissional, e a educação das elites com as melhores escolas primárias, os ginásios e as escolas superiores. Ou seja, a educação era somente para a elite.
O Ensino secundário era voltado a formação/desenvolvimento de um Ensino que promovia a formação da força de trabalho para a produção.
Brasil- 1º República: Educação para o povo: primário, profissional e Normal/Magistério; Educação para a Elite: ginásio, secundário e superior (para homens), e ainda era seletivo.
Em 1930: Ocorreu uma reforma, porém não alterou a dualidade, ocorreu uma estruturação de Ensino Médio, com a criação dos cursos complemantares-propedêuticos direcionados para a escolha profissional do Ensino Superior.
O Estado Novo: Criação do SENAI (1942) e SENAC (1946) para atender a demanda de mão-de-obra qualificada. Ocorreu uma Reforma no Ensino Médio e no Ensino Fundamental; surgiu a LDB (1961) que articulava o Ensino Médio e o Profissional; também surge LDB (1971), com propostas de reformas para o EF e EM ''Institui profissionalização universal e compulsória para o Ensino Secundário", tudo ligado a praparação para o mercado de trabalho.
Redemocratização: Constituição de 1988 que prevê a possibilidade de integração do Ensino Profissional ao Ensino Médio (entre as 52 habilitações correspondentes a técnicos, 32 são referentes ao setor industrial); a Educação como direito de todos e dever do Estado e da família.
Surge a LDBEN 9394/96 - Art. 35º. O ensino médio, etapa final da educação básica, com duração de três anos, terá como finalidades:
- I - a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos;
- II - a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores;
- III - o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética, o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico;
- IV - a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos, relacionamento a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina;
O Ensino Profissional: Art. 39º. A educação profissional, integrada às diferentes formas de educação, ao trabalho, à ciência e à tecnologia, conduz ao permanente desenvolvimento de aptidões para a vida produtiva.
Decreto 2.208/1997 - separa obrigatóriamente EM e EP.
Art. 5º - ''A educação profissional de nível técnico terá organização curricular própria e independente do ensino médio, podendo ser oferecida de forma concomitante ou sequencial a esta" (BRASIL, 1997).
A preocupação centrava-se simplesmente em formação rápida para o mercado. Tudo isso contribui para a desarticulação da formação para o trabalho e a elevação dos níveis de escolaridade, proporcionando ''expressivo barateamento do ensino médio, agravando as condições de escolarização dos trabalhadores''.
Quadro geral do Ensino Médio, o que nos dizem os indicadores sociais.
Etapa não é igualitária e nem universal.
Universalização dessa etapa - Considerar a desigualdade da oferta.
De cada 4 alunos matriculados, 1 é reprovado (desafio).
O aumento de matrículas corresponde um aumento nas taxas de reprovação e a estabilidade nas taxas de abandono, no sentido do desenvolvimento de política para a fixação dessa parcela da juventude que se aproxima da escola.
Apesar de ter aumentado o número de matrículas no Ensino Médio na faixa etária de 15 a 17 anos, cerca de 34,3% da juventude ainda está no Ensino Fundamental, frutos de reprovação, ingresso tardio ou estando sem frequentar a escola.(PENAD)
A baixa frequência dos jovens ao Ensino Médio tem repercussões na faixa etária de 18 a 24 anos.
Possuem escolaridade média muito baixa considerando 11 anos de escolaridade (base), é de apenas 37,9%.
Os que apenas trabalham são apenas metade da população entre 18 a 24 anos, E apenas 15% só estudam. E os outros, 15,5% estudam e trabalham, o que leva ao abandono precoce ao ensino noturno.
O ingresso no mercado de trabalho é um dos mais importantes motivos da evasão escolar.
O trabalho é uma questão central dos jovens brasileiros.
Ensino Médio e Formação Humana Integral
Em curto prazo, é difícil sair da situação fragmentária em que se encontra a oferta do EM para uma formação em que os aspectos científicos, tecnológicos, humanísticos e culturais estejam incorporados e integrados.
A formação humana integral implica em competência técnica e compromisso ético, um esforço de superar a compreensão das ''expectativas de aprendizagem'' a partir da individualidade e centrado no resultado. Precisa-se criar valores fundamantais do humanismo, uma escola criadora, unitária, vivenciar e construir a própria formação, a ''universalização do EM" .
Algumas atitudes norteiam essas mudanças no âmbito escolar como a valorização dos conhecimentos e do jovem enquanto tranformador da sociedade; mudanças nas práticas pedagógicas considerando as potencialidades para sanar dificuldades encontradas para a aprendizagem. Para superar a evasão, nessa fase, deve ser contruída uma rede com a sociedade e os empregadores, incentivando os jovens da necessidade de estudar.
Outros desafios às Políticas Públicas de Ensino Médio
Embora a proposta de retirar do mercado de trabalho formal e informal, todas as crianças e jovens até a idade legal da conclusão do ensino médio, seja uma iniciativa positiva para a universalização do ensino, esbarramos na questão econômica de nossa sociedade, vista a necessidade de trabalho para o seu sustento e de seus familiares. Até que ponto isso teria resultado satisfatório? O acesso a esse programa de renda garantiria a permanência do aluno na escola e ao mesmo tempo uma boa qualidade de vida?
Em nosso ponto de vista, a proposta deve ser melhor estudada, feita inicialmente de forma gradativa, observando pontos positivos e possíveis pontos negativos durante o processo.
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