SÍNTESE CADERNO 4 - ETAPA 2 - LINGUAGENS - COLÉGIO ESTADUAL ARCÂNGELO NANDI
COLÉGIO ESTADUAL ARCÂNGELO NANDI
SANTA TEREZINHA DE ITAIPU – PR
CADERNO 4 - LINGUAGENS
PARTICIPANTES:
CARINE GOERK WLODKWISKI
DIANNE VENSON
JULIANO FERRAZ
MABELLY VENSON
MARIA ANGÉLICA MORINI
MARIA LUZIA SOARES DA SILVA BUZANELLO
VALMIRO DA SILVA
VERÔNICA DE OLIVEIRA ALBUQUERQUE
SERGIO LUIZ ALBUQUERQUE JÚNIOR
ORIENTADOR DE ESTUDOS: ANNA BEATRIZ PONTES SILVEIRA
FORMADOR REGIONAL: MARINÊS LIGESKI
NRE: FOZ DO IGUAÇU
REFLEXÃO E AÇÃO 1: filme O enigma de Kaspar Hauser, do diretor alemão Werner Herzog
Ao analisar o filme O enigma de Kaspar Hauser precebeu-se que o instrumento principal para o processo de integração de Kaspar Hauser será a linguagem, pela qual a sociedade tentará fazê-lo conceber aquilo que sua natureza não concebe: a representação.
O século XIX foi um período marcado pela perspectiva positivista, evolucionista e desenvolvimentista, época em que todos que não correspondiam ao protótipo do homem "civilizado" eram classificados como primitivos, atrasados e deveriam ser "ajudados" a alcançar graus mais avançados na escala de desenvolvimento e evolução.
O filme mostra que para Kaspar Hauser tudo é estranho: as dimensões, os movimentos, a perspectiva, o pensamento e a fala. Com o tempo aprende a falar, mas mesmo a linguagem não lhe permite entender esse estranho mundo em que vivem as pessoas, que apesar de explicado pela linguagem, pelas palavras, por signos linguísticos, permanece, para ele, indecifrável. Conhecer o mundo pela linguagem, por signos linguísticos, parece não ser suficiente para Kaspar Hauser, já que ele parece não entender as explicações que lhe dão e, por isso as pessoas impõem todos os tipos de signos a ele, na certeza de que compreenderá o insólito ambiente que o cerca. Como K. Hauser poderia compreender o significado das palavras e que elas representam coisas, se não passou quando criança por um processo de abstração, aprendizado e socialização necessários para que compreendesse a representatividade dos signos?
A forma diferente como ele percebia a realidade parecia suficiente para que fosse visto como "diferente," estranho, o "outro" pela sociedade da época. Ele próprio se via como um estranho, deslocado, frágil e impotente diante de uma realidade que não conseguia compreender, pelo menos não da forma como esperavam que ele compreendesse.
A realidade não era percebida por Kaspar Hauser da forma como a prática social definia, ou seja, com os estereótipos culturais que condicionam a percepção e o conhecimento, tais estereótipos, por sua vez, são garantidos e reforçados pela linguagem. Assim, o processo de conhecimento da realidade é regulado por uma contínua interação de práticas culturais, percepção e linguagem, isso é percebido na forma como Kaspar Hauser compreende o mundo e se relaciona com ele. Podemos concluir que, como Kaspar Hauser não passou por um processo de socialização, do nascimento à adolescência, quando exercitaria a compreensão através da prática social, não consegue atribuir significado às coisas, mesmo tendo adquirido a linguagem, então as práticas culturais "modelam" a percepção da realidade e o conhecimento por parte do sujeito.
Como Kaspar Hauser não passou por esta práxis, ou apenas começou a vivenciá-la quando adolescente, sua forma de comportamento abala os fundamentos da ilusão referencial, pois não "enxerga" a realidade da forma como os outros esperam, por isso não é reconhecido como parte da sociedade e ele próprio não se reconhece como parte dela. Embora ele tivesse muitos atributos e uma inteligência prodigiosa que lhe permitia aprender as coisas muito rapidamente não correspondia às expectativas de comportamento, ou seja, aos padrões de comportamento esperados de um jovem da sua idade naquela época. O filme mostra-nos que a “humanização” do homem, entendida como socialização, não é uma decorrência biológica da espécie, mas a consequência de um longo processo de aprendizado com o grupo social. Através desse processo, o indivíduo se integra no grupo em que nasceu, assimilando o conjunto de hábitos e costumes característicos desse grupo. Mesmo tendo aprendido a andar, falar e escrever, apesar de haver internalizado símbolos de comportamentos, Kaspar Hauser nunca seria considerado igual por sua comunidade, pois sua história de vida estava inevitavelmente marcada pela rejeição.
REFLEXÃO E AÇÃO 2: Os sujeitos estudantes do Ensino Médio e os direitos à aprendizagem e ao desenvolvimento humano na área de Linguagens
Após terem acesso aos assuntos tratados nas páginas 12 a 20, do caderno IV, da Etapa II, alunos do Ensino Médio discutiram e, após amplo debate, apontaram cinco das práticas de linguagem presentes em suas vidas. As mesmas estão destacadas a seguir, bem como algumas possibilidades de trabalho contemplando ensino e aprendizagem:
● Jogos interséries: O conhecimento sobre a organização e o uso crítico das diferentes linguagens. Estão inseridas nos projetos esportivos, práticas, estas, que trazem embutidos movi¬mentos altamente atrativos e motivacionais para os jovens.
● Formação de rodas de leitura, debates e compartilhamentos: O conhecimento sobre o mundo globalizado, transcultural e digital e as práticas de lin¬guagem.
● Visitas técnicas como feiras diversas – de livro, de profissões etc -, às Cataratas, Itaipu, Museus, Cinema, templos etc: O conhecimento sobre a cultura patrimonializada local, nacional e internacional.
● Desenvolvimento de projetos culturais como Teatro, Arte, Língua Estrangeira: O conhecimento sobre a diversidade das linguagens; e o conhecimento sobre autoria e posicionamento na realização da própria prática.
● O cuidado de si - Campanhas diversas como prevenção às DSTs, drogas, câncer de mama; conscientização sobre a segurança no trânsito, etc: O conhecimento sobre autoria e posicionamento na realização da própria prática. O conhecimento sobre o mundo globalizado, transcultural e digital e as práticas de lin¬guagem.
Considerando os levantamentos expostos pelos colegas, na nossa prática acontecem muitas ações interdisciplinares e, reportando Ingo Voese, p. 15, que ampliou o discurso de outras vozes, o homem torna-se tanto mais sujeito quanto maior seja a consciência da mediação discursiva e mais desenvolvido seja seu senso de coletividade. Afirma ainda que as relações sociais são constitutivamente permeadas pelo poder que, como elemento interno, constitui tanto a segregação quanto a junção de pessoas. Destaca também que, para ter poder, é preciso saber; é, portanto, necessário fundar um campo disciplinar que diga o que é algo e como esse algo deve se comportar. Para ele, uma das metas fundamentais da escola é possibilitar, aos estudantes, uma reflexão sobre a mediação discursiva, de modo que eles possam tanto ampliar seu mundo para além da esfera imediata quanto atuar pelo social, em meio ao conflito e à gestão solidária de vozes.
No que se refere ao trabalho interdisciplinar, tal prática é possível quando os profissionais envolvidos no processo estão abertos ao diálogo e acreditam no trabalho em equipe, onde toda a comunidade escolar é beneficiada. Por exemplo, uma visita ao Museu de Cera “DreamLand”, a interdisciplinaridade contempla todas as áreas do conhecimento, e os direitos contemplados são 1,3,11,14 etc e os conhecimentos a, b ,c e f. . Ainda mais que, atualmente, o parque conta com três atrativos que podem amplamente ser explorados, conforme se pode verificar:
VALE DOS DINOSSAUROS
A mais recente atração turística sobre dinossauros do Brasil se encontra aqui. Inaugurado em julho de 2014, o Vale dos Dinossauros faz parte do entretenimento do Foz do Iguaçu Park Show, próximo do Parque Nacional do Iguaçu, simula a era jurássica com vinte dinossauros que reproduzem sons, movimentos robóticos e tamanho reais.
MUSEU DE CERA
Inaugurado em 10 de junho de 2014 dia do centenário de Foz do Iguaçu, o Dreamland Museu de Cera com 1350 metros quadrados divididos em quinze cenários em que o visitante poderá realizar uma viagem pelo tempo. Graças à combinação de espaços, ambientes, luzes e sons, cada personagem adquire uma dimensão especial no tempo e permite ao visitante situar-se perante a personagem recriada no ambiente em que viveu ou representou.Em permanente atualização, é um Museu a que se acrescentam as representações das mais destacadas personagens da atualidade e da história que contribuem para que os nossos visitantes desfrutem de diversão e conhecimento. O Museu conta atualmente com mais de oitenta personagens todos baseadas nos padrões artísticos internacionais de hiper-realismo.
MARAVILHAS DO MUNDO
No dia 12 Dezembro o Grupo DreamLand Foz inaugurou o novo atrativo, Maravilhas do Mundo, um espaço dedicado aos principais monumentos e obras da humanidade tais como: Cristo Redentor, os Moais da Ilha da Páscoa, Pirâmide Maia, Casa Branca, Sydney Opera House, Muralha da China, Guerreiros Terracota, Castelos Medievais, Pirâmides do Egito, Esfinge, Basílica de São Pedro e muito mais, é uma verdadeira imersão na história da humanidade desde o princípio até os dias de hoje.
REFLEXÃO E AÇÃO 3: Trabalho, Cultura, Ciência e Tecnologia na área de Linguagens
A prática educativa da área de linguagens visa produzir um conhecimento reflexivo e crítico a seu respeito. As práticas corporais, as manifestações artísticas, os gêneros literários, as diversas línguas são materializações de sistemas culturais e como tal expressam diferentes possibilidades de perceber e expressar a realidade. Na perspectiva de uma formação humana integral pautada pelas Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médio, além de possibilitar o acesso a conhecimentos científicos e tecnológicos, também tem o compromisso de promover a reflexão crítica sobre os padrões culturais que constituem as normas de conduta dos grupos sociais.
Como uma forma de envolver os vários conceitos discutidos na unidade 3 deste caderno, desenvolvemos um trabalho pautado na análise e produção de uma revista. A abordagem foi realizada em três etapas:
Na primeira tomou-se como base os conhecimentos das diferentes disciplinas da área de Linguagens e de disciplinas de outras áreas, os estudantes foram desafiados a trazer para a sala de aula revistas que circulam no meio juvenil (Capricho, Todateen, Atrevida, Quatro Rodas, Carro, Full Games) e analisá-las em diversas perspectivas, passando tanto pelo conteúdo, como pela identificação dos gêneros textuais predominantes, os efeitos de sentidos procurados, o uso das imagens, o desenho, organização etc. Primeiramente, foi necessário folhear a revista e junto com eles descobrir os conhecimentos das diferentes disciplinas da área de Linguagens e de outras áreas, para que eles analisassem a revista em diversas perspectivas, passando tanto pelo conteúdo, como pela identificação dos gêneros textuais predominantes, os efeitos de sentidos procurados, o uso das imagens, o desenho, organização etc.
Os conteúdos mais utilizados para análise foram a fotografia, o desenho e as cenas do cotidiano na disciplina de arte. A leitura e a escrita relacionadas à finalidade e intencionalidade da informação vinculada na revista na disciplina de Língua Portuguesa. Percebe-se que a relação desses conhecimentos com o trabalho, a ciência, a cultura e a tecnologia é generalizada, visto que eles estão inseridos no contexto do mercado, da cultura padrão imposta na sociedade e evidenciam a evolução da ciência e da tecnologia.
Na segunda etapa deu-se início à produção da revista, os alunos foram organizados em duplas e escolheram seus assuntos de interesse para a produção das reportagens. Os conhecimentos necessários foram os relacionados à produção textual, desenvolvimento da escrita e uso de diferentes linguagens vinculadas à sua realidade.
A terceira etapa é a criação de um blog ou revista on-line utilizando as produções dos alunos. Ao realizar estes processos de criação, nós professores percebemos que os conhecimentos das outras áreas são importantes para efetividade do projeto, possibilitando assim, a interdisciplinaridade. Desta forma, para desenvolvermos uma metodologia que valorize o trabalho, cultura, ciência e tecnologia, faz-se necessário ter uma visão mais abrangente para que possamos colocar em prática nosso papel de agente político do saber em prol do desenvolvimento humano. O resultado do processo pode ser visualizado em: WWW.ensinomedionandi.blogspot.com
REFLEXÃO E AÇÃO 4: Possibilidades de abordagens pedagógico-curriculares na área de Linguagens
Como fazer para que todo o conhecimento novo que surge em decorrência das mudanças chegue até nossos alunos? Neste caso entram em cena as tecnologias digitais, que nossos alunos dominam tão bem e que nós não exploramos totalmente em nosso fazer pedagógico. A linguagem desde sua origem se manifesta no sentido de evoluir, porém é perceptível que na era digital o fator comunicação e linguagem deu um salto nunca antes imaginado.
Quanto às técnicas utilizadas no dia-a-dia da sala de aula, já é possível perceber uma modernização, pois utilizamos debates, seminários, pesquisas, entrevistas, relatórios, no intuito de fazer com que o aluno torne-se agente de sua aprendizagem, tornando-se um ser autônomo, crítico e participativo nas decisões importantes do grupo do qual faz parte.
Neste sentido, percebemos que nosso componente curricular: a linguagem, sobretudo a da internet vem ganhando cada vez mais significado na nossa relação com o ensino-aprendizagem. A linguagem da internet, nem sempre é a culta, esta sofre modificações a cada dia, tanto em Língua Portuguesa, quando em Espanhol ou Inglês, percebe-se que os alunos utilizam as três línguas quando publicam em seus blogs, páginas do Facebook e Twitter, as língua estrangeiras aparecem principalmente em frases prontas ou expressões mais conhecidas. Portanto é importante que se faça a relação linguagem formal e informal, em sala de aula, utilizando ferramentas tecnológicas, para que o aluno perceba esta diferença e saiba quando utilizá-las.
Ao analisarmos nosso trabalho sobre a metáfora da árvore podemos imaginar que as partes dela nos remetem ao nosso trabalho pedagógico no qual temos uma abordagem filosófica para nos ancorar, é dela que sairá o que queremos explorar. Ela nos sustenta, assim como as raízes de uma árvore a embasar o ensino- aprendizagem. Por outro lado, o tronco da árvore assemelhasse ao método, pois é ele que liga a raiz ao objetivo final que é a experiência pedagógica. Por fim, as folhas são o nosso resultado final, a nossa prática cotidiana, e que mostra de forma explicita o fazer pedagógico.
No caso da linguagem, coloca-se como esta interação, reflexão e ação com o mundo e seus significados. Levando em consideração as modificações e o uso destas por parte dos alunos, percebemos que em seu ensino é possível utilizar a tecnologia através de seus celulares, meio este, mais fácil de ser utilizado devido a disponibilidade e facilidade no acesso seja por dados ou por wifi.
Em línguas estrangeiras, pode-se promover o uso de aplicativos como dicionários, mapas (cujo trabalho pode ser feito com o professor de Geografia), buscador de informações, jogos e vocabulário específico, gravador de entrevistas e reprodutor de áudios, para atividades de entrevista ou diálogo.
Já na Língua Portuguesa, é possível também utilizar o dicionário, a fim de buscar a ortografia correta das palavras e seus significados e buscar palavras sinônimas para evitar repetições no texto. Leitura de blogs e revistas eletrônicas para atividades de análise dos mesmos, a exploração do blog desde sua criação até sua associação com o rádio e a literatura, culminando com a comparação entre o diário virtual e o diário tradicional. Também é possível a utilização de buscadores, pelos quais os alunos podem pesquisar informações para tornar suas ideias, sejam em um texto ou em um debate, mais coerentes.
No caso das Artes, é possível ao aluno fazer pesquisa sobre como utilizar determinadas técnicas de pintura, obras de arte, biografia dos autores e aprofundar-se no conteúdo que o professor está trabalhando. Este trabalho pode ser feito em conjunto com o professor de História.
Em Educação Física, o professor pode pedir ao aluno que utilizem aplicativos ligados a disciplina, que lembram o indivíduo a hora de beber água, comer, fazer atividades físicas, buscando com esse aplicativo, identificar como está de relacionando com seu corpo, a fim de melhorar essa interação. O professor pode incluir também esse trabalho na área de Biologia.
Atividades como estas auxiliam na formação humana integral dos estudantes, pois as aulas assim parecem mais interessantes, e mais significativas as seus olhos, tornando-as mais atrativas ao se trabalhar com meios em que os mesmos têm facilidade, que fazem parte de sua rotina, inserindo o que está trabalhando ao contexto do aluno, fugindo da rotina do livro e caderno e assim promovendo uma maior motivação para a aprendizagem dos mesmos.
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