SALA DE AULA - ESPAÇO PARA A FORMAÇÃO DO EDUCANDO: AUTONOMIA E DEMOCRACIA

INSTITUTO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO "DR.CAETANO MUNHOZ DA ROCHA"
RUA JOÃO EUGÊNIO, nº894, Bairro Costeira, Paranaguá - Paraná
Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio – 2014

Orientadora: Professora Andréia Maria Digiovanni Frumento
Professores:
Célia Regina Andrioli Silva Barbosa
Claury Patricio Cabral dos Santos
Eroni de Jesus Avila
Glauce Verônica Cabral dos Santos
Julio Cesar Amorim de Moura
Patricia Renata Lopes
Rosemary Liberatto

Caderno V – REFLEXÃO E AÇÃO
         
       SALA DE AULA  - ESPAÇO PARA A   FORMAÇÃO DO  EDUCANDO:  AUTONOMIA  E DEMOCRACIA
                                                                                                                                      
A construção do Projeto Político Pedagógico nas escolas do Paraná foi um marco para a educação pública, entendido como uma linha de orientação  de cada estabelecimento de ensino.
As instituições de ensino fizeram história nessa organização, em  que,  necessariamente, procurou-se  conhecer as origens  de cada estabelecimento de ensino e delineou-se  o perfil  da comunidade escolar.
Conforme orienta a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em seu art. 14, que  prevê a gestão democrática da escola com as seguintes orientações:
“Os Sistemas de Ensino definirão as formas de Gestão Democrática do Ensino Público na Educação Básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios: I – participação dos profissionais da educação na elaboração do Projeto Político Pedagógico da escola; II - participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes (BRASIL, 1996).”

O Projeto Político Pedagógico foi construído com todos os envolvidos no processo educacional, tendo como principio que a  escola como instituição criada pela sociedade para a formação do sujeito, que se modifica através do conhecimento e modifica a sociedade na qual está inserido, deve ser um espaço  de diversas dimensões para colaborar com o trabalho desenvolvido pelo professor nas dimensões: pedagógica, administrativa, social, cultural e humana. Cada dimensão atende a determinados campos de ação, mas todas interagem entre si. É necessário  que todas as outras dimensões funcionem interligadas, visando a sua finalidade maior, que é a garantia do direito ao saber científico, cultural e ético na formação do educando.
Quando a escola objetiva preparar o aluno para a vida, através de um trabalho democrático, deverá vincular a realidade do aluno ao processo ensino-aprendizagem, desenvolvendo, portanto, sua inteligência, esperando assim, propiciar seu sucesso futuro, visando à transformação da sociedade, através da formação de um aluno crítico, criativo e independente.   
Atualmente, o Projeto Político Pedagógico do Instituto Estadual de Educação “Dr.Caetano Munhoz da Rocha”,  é alimentado com as novas ações que são propostas  não só  pela Escola, mas  também com projetos  propostos  pelas políticas públicas da esfera Federal e Estadual.
Em se tratando do Projeto Político Pedagógico, cabe um estudo quando a formação do aluno que ali se encontra e que necessariamente é o produto da educação,conforme afirma PARO:
‘ ...visando a transformação social e, portando, a autonomia do educando, não existe essa independência da produção em relação ao “consumidor”, já que, na elaboração do “produto” da educação ,ou seja do “aluno educado”, o educando participa não apenas como “objeto de trabalho”, mas também como sujeito e, portanto, como co-produtor de sua educação”. Paro, 2000.
A partir dessa afirmação, percebemos que, a escola como espaço democrático e formador de uma sociedade supostamente democrática precisa trabalhar em sala de aula  com esse objetivo: entender que democracia não esta apenas relacionada a liberdade de trabalhar os conteúdos, organizá-los da forma que queremos, mas sim trabalhá-los de forma que  contribua para a criticidade de nossos educandos.
A organização da sala de aula pressupõe um trabalho democrático que priorize a participação efetiva dos alunos, fazendo com que estes sintam-se parte integrante do processo educativo.
Busca-se uma educação democrática, onde a formação do aluno  e a organização curricular propicie o desenvolvimento de uma sociedade capaz de
Em diálogo com os professores de nosso grupo, constatamos que há em nosso meio muitos professores que buscam a formação integral do aluno, entendo que a participação do educando é o que possibilitará o desenvolvimento deste como cidadão, que visa a construção de uma sociedade democrática.
Mas também, encontramos em nosso meio professor que não têm a visão de uma escola e uma sala de aula democráticas, que devido à sua formação e à dificuldade de mudar de prática, ainda impõem-se na sala com aulas extremamente tradicionais, onde o aluno não tem nenhuma participação efetiva no processo educacional. Não acreditamos que a maioria deles não queira a transformação do meio, tal postura muitas vezes vem do desconhecimento de como desenvolver a autonomia dos educandos e da necessidade em garantir a organização da sala de aula, tornando o ambiente hostil.
Paro(2000), diz que:
“ A democracia, enquanto valor universal e prática de colaboração recíproca  entre grupos e pessoas, é um processo globalizante que, tendencialmente, deve envolver cada individuo, na plenitude de sua personalidade. Não pode haver democracia plena sem pessoas democráticas para exercê-las”

Compreendemos que a democracia total em sala de aula é algo difícil de ser alcançado, pois  o sistema de ensino, a  sociedade organizada e a instituição escola, não possibilitam essa democracia e formação da autonomia do educando, que também não esta preparado para tal educação, e ainda necessita de um trabalho autoritário para compreender que esse espaço é reservado para a construção do conhecimento, não compreendendo ainda que mais do que conhecimento é a sua própria formação enquanto cidadão que esta delineando no espaço da sala de aula.
Luckesi define a sala de aula como:
“A sala de aulas é um lugar especial para trabalharmos com nossos estudantes na sua formação, como sujeitos, cuidadores de si mesmos, e como cidadãos, cuidadores de si, dos outros e do meio ambiente, ao mesmo tempo.“

Essa compreensão de sala de aula, na formação do educando e não no adestramento, ainda por vezes é um pouco difusa, e compreende-se que isto  ocorre na maioria dos casos pela própria situação em que a escola se encontra na sociedade, e também da formação de nossos educadores.
ARANHA (2005), enfatiza a necessidade do educador, sentir-se o próprio gestor da sala de aula, para que realmente, possamos desenvolver nosso trabalho em sala de aula de forma democrática e eficaz.
“... a questão do diálogo, do clima de troca e cumplicidade se fazem importante numa escola radicalmente democrática. Reconhecer os docentes como sujeitos do processo de ensino-aprendizagem, como educadores em toda a dimensão do termo, é essencial. Mas, reconhecê-los também como gestores ou co-gestores do seu trabalho é a linha divisória entre uma mudança real ou fictícia no interior das escolas.”

Concluímos assim, que estamos caminhando para a organização de uma democracia em sala de aula, e que o aluno compreende que a sua participação na sala de aula, possibilitará ao mesmo condições de integrar-se na sociedade e sentir-se parte desta, desenvolvendo a sua autonomia e o senso crítico na formação de uma nova sociedade.
              

Referências

ARANHA, Antônia Vitória Soares. Gestão e organização do trabalho escolar: novos tempos e espaços de aprendizagem. IN: OLIVEIRA, Maria Auxiliadora Monteiro. Gestão Educacional: Novos olhares, novas abordagens. Petrópolis, RJ: Vozes, 2005.

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei .9394/96. Disponível em: portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf. acesso em 26/11/2014.

http://www.luckesi.com.br/novembro/2014

PARO, V. H. Gestão democrática da escola pública. 3 ed. São Paulo: Ática, 2004.