Resumo da Etapa II do Pacto Nacional do Ensino Médio
O CEEBJA – Centro de Educação para Jovens e Adultos, do município de Santa Helena do NRE de Toledo, Estado do Paraná.
Orientadora de estudos: Daniela Inês Oberger
Cursistas: Cristiane Sbabo Tosta; Fernando Luis Spies; Ivone Maria Varnier; Janete Martinelli Varnier; João Rosa Correia; Jhulie Facciochi; Márcia Ivone Franz Klein ; Nilse Lucia Girotto e Nilva Lenz Zimmermann.
Pacto Nacional do Ensino Médio – Etapa II – Ano de 2015
O ingresso no mercado de trabalho é o principal motivo da evasão escolar hoje. O foco principal deve estar na emancipação do indivíduo por meio de uma formação científica, tecnológica e humanística, apolítica e estética que é a formação humana integral, diferente daquela que só prepara o aluno para o vestibular e ENEM e para o mundo do trabalho com ênfase nas competências da empregabilidade.
Sendo esta instituição escolar um CEEBJA - Centro Estadual de Educação de Jovens e Adultos, o perfil de nossos estudantes é quase exclusivamente da classe trabalhadora, tendo entre nossos alunos pessoas pertencentes:
* Aposentados;
* Agricultores assalariados ou familiares;
* Assentados ou acampados;
* Caiçaras e trabalhadores da pesca;
* Catadores de materiais recicláveis;
* Do lar;
* Idosos;
* Jovens de 15 anos ou mais;
* Jovens em cumprimento de medidas socioeducacionais;
* Populações indígenas,
* Populações bilíngues, fronteiriças ou não;
* Profissionais do sexo;
* Trabalhadores da indústria;
* Trabalhadores rurais temporários.
A escola deve promover a formação integral e interdisciplinaridade do educando, considerando em aspectos globais como homem, trabalho, cultura e sociedade. Mas ainda um dos maiores desafios é conseguir fazer com que os alunos que terminam o ensino fundamental deem continuidade aos seus estudos, cursando o ensino médio.
A educação precisa estar voltada para uma formação humana integral e interdisciplinar que possibilite ao educando tornar-se um sujeito crítico e participativo na sociedade em que está inserido, que tenha a capacidade de atuar como um cidadão que se percebe como sujeito histórico.
Explicar as transformações sociais é explicitar a maneira como a escola vem se estruturando ao longo do tempo, e como, as desigualdades sociais e econômicas que acabaram excluindo vários educandos do processo de ensino; a preocupação com um ensino técnico (voltado para o mercado de trabalho), em detrimento de uma formação humana integral e interdisciplinar.
Os cadernos estudados durante esta segunda etapa, Ciências Humanas, Ciências da Natureza, e os das áreas das Linguagens e da Matemática podem contribuir muito para se findar reflexões a respeito do entendimento sobre mundo que nos cerca, elas desmistificam grande parte do conhecimento e das relações que os indivíduos fazem com seu cotidiano.
Porém cabe salientar as políticas públicas que estão colocadas deverão passar por reformas estruturais no sentido de superar as desigualdades sociais colocadas. Combater as causas que fazem o adolescente estar fora da escola é o primeiro passo. Depois disso, é garantir uma escola unitária, com currículo integrado, pensado igualmente para todos e que possibilite ao aluno uma formação ampla dentro da cultura, do trabalho, da ciência e tecnologia. A escola deve estar atenta às inovações e mudanças que ocorrem tanto nos meios culturais, tecnológicos e sociais, uma vez que deve levar em conta que seu público é formado pelas diferentes classes sociais e que nosso aluno está em busca de novos conhecimentos.
E nós professores, como formadores de sujeitos, precisamos entender que aprender não é um mero domínio de técnicas, o professor tem que ter ciência da sua responsabilidade na execução de seu trabalho, planejando coletivamente ações que venham superar a formação fragmentada da atual estrutura educacional brasileira. Assim, há a necessidade de maiores investimentos na formação dos professores, pois não basta que um dos protagonistas desta mudança domine minimamente o conteúdo ele precisa ter capacidade para transmiti-lo, ou esse currículo será mais uma peça decorativa ao invés de dar clareza sobre as metas de ensino.
Por isso, procuro, além de transmitir o que a disciplina exige, trazer à compreensão dos educandos de que a sociedade é construída e acionada a partir das motivações e intenções dos homens, desmistificando a “naturalidade” de muitos fatos. Ou seja, que fatos considerados naturais na sociedade, como a miséria de muitos e o enriquecimento de poucos, os crimes, as guerras, enfim, a dinâmica e a organização social podem não ser tão naturais assim. Portanto, proponho à eles, que todos podemos ir além do que já sabemos, ou “achamos” saber, sobre nossa sociedade, a qual deve ser pensada, refletida e entendida de maneira muito mais crítica e com base científica visando o desenvolvimento da ciência e da tecnologia e a criação e difusão da cultura.
Como o mundo do trabalho que é uma atividade que cria e criou tudo o que a humanidade possui e que este vai se transformando devido a capacidade criativa do homem intervir no mundo através do seu conhecimento cultural.
Considerando que a sociedade está em constante transformação, e que existe uma dinâmica muito complexa em sua organização, procuro vincular meu trabalho à realidade do educando para que este a perceba e a compreenda de maneira significativa e da qual faz parte.
Caderno 01
É difícil alcançar a integração dentro das escolas, pois envolve negociações, conflitos, superação dos mesmos, acordos e combinados que devem ser intercedidos pelo grupo, firmados e cumpridos por todos. É necessário também, solucionar outros problemas gravíssimos em nossa estrutura educacional. Diante do exposto, percebe-se que a diversidade e a pluralidade constituem um grande desafio na organização do trabalho pedagógico escolar, no que tange à formação do conhecimento, ao planejamento, a divulgação, à implantação teórica e à prática da diversidade e pluralidade em nosso meio. Sabe-se que
Um agravante é o fato de muitos professores precisarem trabalhar em mais de uma escola, por seguinte, eles não conseguem participar efetivamente das atividades escolares e criar vínculos para de acordo com os parâmetros e metas particulares do estabelecimento de ensino.
A escola deve considerar as diversidades: cultural, econômica, religiosa, familiar, entre outras. Conseguindo romper esta barreira, a integração curricular ficará enriquecida, ampliando em muito as possibilidades de uma nova reorganização de conhecimento escolar, fomentando um novo desenho para a reescrita de um novo Projeto Político-Pedagógico (PPP). A pluralidade e a diversidade constituem um desafio na organização do trabalho pedagógico escolar. Visto que é necessário ter um olhar diferente, para os sujeitos do nosso trabalho.
O professor atuante no espaço da escola estabelece relações de pluralidade com outros sujeitos, interagindo não apenas com os alunos, mas influenciando em todo o espaço educativo, mediando seus conhecimentos científicos, culturais, tecnológicos, filosóficos, artísticos e políticos. E para realizar um planejamento que atenda a todos, precisa de conhecimento prévio dos nossos alunos como: quais são os seus anseios, suas limitações, angústias e insatisfações. Surge deste, um novo olhar para o fortalecimento das relações sociais, no comprometimento coletivo entre os sujeitos que resultará em mudança de comportamento e na definição de quais seriam as prioridades de políticas públicas que a escola, em ordem crescente, pode trabalhar, tais como: justiça social, inclusão e direitos humanos; influenciando diretamente o processo educacional.
Caderno 02
As Ciências Humanas podem contribuir muito para se findar reflexões a respeito do entendimento sobre mundo que nos cerca, elas desmistificam grande parte do conhecimento e das relações que os indivíduos fazem com seu cotidiano. No entanto, é necessário que haja interação entre as disciplinas do componente curricular, além de um diálogo mais amplo por parte da comunidade escolar e das próprias políticas públicas, para que de fato elas e as outras áreas sejam úteis e benéficas, não só nas ciências, mas também na vida pessoal proporcionando um entendimento pessoal de todos os envolvidos no processo de aprendizagem e que isto tenha um impacto e uma contribuição para a vida em sociedade.
Neste caderno, coloca-se a interdisciplinaridade como sendo um meio para melhoramento do ensino-aprendizagem. Considerando a busca pela interdisciplinaridade o Plano de Trabalho Docente não deverá ser elaborado de maneira individual, mas sim de forma coletiva, e este deve abranger temas e conteúdos que permitam dessa forma que recursos ampliados e dinâmicos, e as aprendizagens são entendidos.
Eleger o processo de ensino-aprendizagem como propriedade do sujeito implica valorizar o papel determinante da interação com o meio social e, parcialmente, com a escola. Situações escolares de ensino e aprendizagem são situações comunicativas, nas quais os alunos e professores coparticipam ambos com influência decisiva para o êxito do processo.
Sendo assim, a interdisciplinaridade, não precisa necessariamente de um projeto científico. Pode ser incorporada, nos Planos de Trabalho Docentes de modo contínuo; pode ser realizada por um professor que atua em uma só disciplina ou por aquele que dá mais uma, dentro da mesma área ou não; pode, finalmente, ser objeto de um projeto coletivo da escola como um todo, envolvendo toda a comunidade, com tempos e espaços próprios.
Caderno 03
As contribuições da área de Ciências da Natureza para a formação do estudante do ensino médio são inúmeras e trazem importantes contribuições para a formação integral do aluno.
Pensa-se ser necessário colocar o estudante como sujeito central no processo de aprendizagem. Para tal é preciso quebrar paradigmas na maneira de ensinar que não pode ser desinteressante, com interdisciplinaridade possa-se “reinventar” a escola, promovendo mudanças para garantir a formação integral dos jovens.
Para tanto, torna-se necessário integrar os conhecimentos de Biologia, Física e Química com as demais áreas para que o aluno possa atribuir significado aos conhecimentos científicos escolares.
Um caminho é fazer com que as temáticas possam ser propostas para integrar conhecimentos de cada componente curricular, abordando temas e resignificando conceitos.
Cabe salientar, a necessidade de se favorecer práticas que envolvam a participação ativa dos estudantes, tendo a pesquisa, a investigação e a experimentação como fundamento que orientam a busca por respostas através de atividades diversas, possibilitando uma aprendizagem mais efetiva e não fundamentada no acúmulo de informações e memorizações.
Neste sentido, precisa-se buscar práticas que levem o aluno a entender que a ciência não é um conhecimento pronto e acabado, mas sim um conhecimento dinâmico em constante transformação, levando-o a entender o caráter provisório do conhecimento científico.
Deve-se oportunizar aos alunos a compreensão das relações que se estabelecem entre a ciência, a tecnologia e a cultura, e assim refletir, questionar e opinar sobre as implicações desses avanços para a sociedade. Isto é, oportunizar que o ensino de Ciências da Natureza contribua para o desenvolvimento crítico dos alunos através de questões que envolvam o dia-a-dia do educando.
Caderno 04
No Caderno IV da área das Linguagens estudamos os tipos de linguagem e sua relação com a prática social ao nosso mundo. A partir deste, percebemos a linguagem como a principal responsável pela formação e interação social.
Uma vez que, através das linguagens nos expressamos e interpretamos o mundo ao nosso redor. Assim, quanto maior o nosso domínio das linguagens e da língua culta, mais possibilidades ter-se-á de compreender o mundo e aceitar as diversas culturas.
No entanto, não podemos desconsiderar que a ciência e a tecnologia que auxiliam na transformação dos nossos educandos e a partir do momento que nós elaboramos projetos para que a aprendizagem aconteça através da problematização e relação com o meio, interagindo teoria com a necessidade diária, a fim de que o jovem tenha um desenvolvimento integral, pois assim ele formará sua identidade, compreenderá o mundo em que vive e reescreverá sua própria história através das suas práticas sociais.
Neste sentido, compreendemos que da ação humana provêm princípios ideológicos que reúnem pessoas e intenções, capazes de influenciar na realidade em seus diferentes aspectos.
Ainda neste caderno, há clareza que interdisciplinaridade não é uma simples junção, é aprofundamento de conteúdo, é uma soma de conhecimentos e exige tempo para elaboração, articulação entre professores, comprometimento e conhecimento, deve-se primar pelo não esvaziamento de conteúdo. O foco deve ser a leitura, o debate, a pesquisa, a problematização de forma crítica.
Caderno 05
Qual o papel que a matemática pode desempenhar na formação humana e integral dos estudantes do Ensino Médio? Uma matemática que possa aproximar-se da realidade dos educandos, pois esta ciência exata está presente no dia-a-dia de todas as pessoas, desde as atividades mais simples que alguém faz cotidianamente até as mais complexas tarefas que são executadas. Podemos citar como exemplos: o pedreiro recorre aos conceitos da matemática quando calcula quantos tijolos necessita para levantar a casa que está construindo; as crianças quando brincam somam, dividem, multiplicam e/ou subtraem; nosso jovem estudante do Ensino Médio precisa ter incorporado a sua vida escolar, o uso do cartão de credito. Seguindo esta lógica, é de responsabilidade do professor da disciplina, planejar seu PTD – Plano de Trabalho Docente de tal forma que ao selecionar os conteúdos para trabalhar com os educandos, que os mesmos sejam adequados à realidade vivenciada pelos estudantes.
Assim a disciplina de Matemática que tanto amedrontava e ainda amedronta parcela significativa de alunos, deixará de sê-la e estará contribuindo nas resoluções dos problemas práticos que surgem na vida diária dos estudantes.
No entanto, tanto a escola quanto o professor precisa se conectar com as mudanças que vem acontecendo em razão das TICs: tecnologias de informações e comunicação. Por isso, dá importância do professor de Matemática recorrer também do auxílio de diversas TICs como ferramentas de ensino/aprendizagem que poderá dinamizar de forma sincronizada com as necessidades atuais de interação e conexão entre estudantes, escola e a sociedade em que os mesmos estejam inseridos.
Por outro lado, os profissionais de educação que ministra aulas da disciplina de Matemática precisam estar conscientes que “sua” disciplina esteja focada também nos aspectos da cidadania ao trabalhar com os educandos. Sendo assim, é imprescindível que o professor (a) de Matemática relacione o ensino dos números e os conceitos desta disciplina com o que propõe e assegura a LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional no seguinte: Art. 2º - A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Portanto, o professor de matemática ao aliar conhecimentos desta disciplina enfocando paralelamente o que possa ser cidadania na essência da palavra, estará estabelecendo condições necessárias para um verdadeiro papel de cidadãos na sociedade.
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