A resistência dos índios Awá do Maranhão

 

A situação atual dos índios no Brasil é um dos temas mais importantes para se entender o lugar em que estamos, a nossa geografia, e para refletirmos um pouco sobre nossa sociedade e os tipos de tratamento que dedicamos aos povos originários do nosso país, e refletir também sobre o direito à terra que eles sempre tiveram garantidos até a chegada dos portugueses. O povo indígena porta uma memória e um conhecimento muito valioso e antigo da nossa terra, fauna e flora. Passou da hora de valorizá-lo e ouvi-lo verdadeiramente e aprender mais com todas as diversas culturas que resistem no Brasil. Concordam?

No domingo saiu uma grande reportagem sobre a condição dos Awá, que revela muito dessa situação atual no Brasil. A reportagem foi publicada n'O Globo com registros em texto, foto e áudio feitos por Míriam Leitão e Sebastião Salgado. Estas são algumas imagens que Salgado fez. Reportagem completa aqui.

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Considerados um dos últimos povos caçadores e coletores (raízes, folhas, frutas etc.) do planeta, os poucos mais de 400 Awá que povoam o que restou da Floresta Amazônica no Maranhão vivem o momento mais decisivo de sua sobrevivência: impedir que grileiros, posseiros e madeireiros destruam o seu mais valioso bem. É das árvores e da mata densa situadas na Reserva Biológica do Gurupi, de onde tiram o seu alimento, a sua certeza de amanhã poderem garantir a continuação de seu povo, de sua gente. Eles não querem nada mais do que a garantia do governo federal de que não terão o seu terrítório devastado pela ganância do homem branco, que avança a passos largos em busca de madeira nobre.

 

 

Apesar de sua terra já estar demarcada, homologada e registrada com 116.582 hectares pela União, eles enfrentam uma ameaça real de assistir à destruição da floresta da qual são tão dependentes e de onde tiram o sustento de seus filhos. Ainda que a Justiça já tenha determinada a retirada desses 'intrusos' ou não índios, como define a Funai, os Awá temem pela própria sorte, se afirmam em sua coragem e não vacilam quando veem sua resistência em xeque. "Não temos medo. Vamos resistir", dizem em discursos emocionados.

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