Repensando as atividades de ação e reflexão proposta nos cadernos da formação continuada do Pacto Nacional pelo fortalecimento do Ensino Médio.
Discussões complementares – Cadernos da primeira etapa do Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio.
Núcleo de Foz do Iguaçu
Colégio Nestor Victor dos Santos do Município de São Miguel do Iguaçu
Wiki 7
Repensando as atividades de ação e reflexão proposta nos cadernos da formação continuada do Pacto Nacional pelo fortalecimento do Ensino Médio.
As rediscussões das produções realizadas através da leitura e debate dos textos e atividades propostas, sobre as formas de enfrentamento das dificuldades para a reestruturação do ensino médio, estão aqui apresentadas como produto geral dos debates e atividades desenvolvidas nos diversos cadernos apresentados nesta primeira etapa do curso.
Sujeitos
Estamos desafiados a repensar a nossa prática com os jovens do Ensino Médio, porém precisamos de apoio da sociedade para contemplar o educando como cidadão de direitos e necessidades. Sabemos que nossos jovens não estão mais interessados no contexto educacional, pois, muitos começam a trabalhar para seu autossustento e veem o emprego como melhor atrativo no momento de sua vida, pela necessidade da geração atual em ter e possuir certos dispositivos que os tornem mais populares no seu grupo social, e com isso já pensando na sua vida adulta. Vale lembrar que a sobrevivência da espécie neste momento e a questão financeira. Muito se culpa o jovem e os professores pelo fracasso educacional, mas será que realmente e isto que ocorre ou a sociedade capitalista também contribui para isso, vale lembrar que o nosso jovem é fruto do processo histórico no qual está inserido, sabendo que este tem sido alvo da lógica mercantilista que a enquadra no padrão de consumo.
Reconhecemos que a globalização com todos os seus enfoques afetou o modo de estruturação escolar e de desenvolvimento do trabalho docente, pois ambos precisam se adequar a realidade atual das ofertas de trabalho para o nosso educando. Nosso sistema educacional esta ultrapassado para os padrões dos dias atuais. Os jovens estão em meio de uma guerra entre a casa e a escola, pois, a família exige que comece a trabalhar para contribuir com as necessidades da casa, em contra partida, a escola necessita de sua presença para o sistema educacional ser completo, mas devido a trabalho ser mais lucrativo neste momento para a família, a mesma não o obriga e não conscientiza a vinda para a escola.
Por esse motivo, é necessário instituir categorias e criar espaços nas escolas e comunidades que garanta a participação efetiva dos adolescentes e jovens, e por consequência à vontade de fazer parte, de discussões, reflexões e decisões, partilhadas com os demais.
Gestão Democrática
A construção do processo de gestão escolar democrática participativa implica repensar a lógica da organização e participação nas relações e dinâmica escolar, tendo como fundamento a discussão dos mecanismos de participação, as finalidades da escola, bem como, a definição de metas e a tomada de decisão consciente e coletiva. Para tanto é preciso uma reorganização da escola como um todo. Um ambiente colaborativo deve ser o primeiro desafio para um gestor que almeja que a sua escola atinja suas metas coletivamente.
Uma fala popular deve condizer com atitudes democráticas, onde muitas vezes professor é atuante mas a escola no geral não tem este perfil ou vice-versa. As instâncias colegiadas como parte importante deveriam se entrelaçar com os objetivos da comunidade, da famílias e dos educandos.
O projeto político pedagógico de uma escola é visto como a identidade da mesma, como ela é na sua totalidade e em detalhes. O PPP é o articulador das outras instâncias.
Nesta acepção a educação é vista como recinto fundamental da esfera pública, abarcada como um espaço comum, que procura a concretização plena da liberdade. Contudo é do conhecimento do conjunto educacional, que a efetiva realização da gestão democrática dos colégios estaduais não depende tão somente da legislação. Ao contrario, a mesma é dependente de um comum acordo entre diretores, pais, professores, alunos, funcionários e entidades representativas da comunidade local.
Currículo
Segundo estudos direcionados ao ensino médio, dão conta que, no que diz respeito ao contexto educativo do ensino médio nunca houve uma certeza do que seria “melhor” para tal público, pois no decorrer da história, oscilou-se entre um intuito voltado, ora para desenvolvimento acadêmico focado ao ingresso de faculdades, ora para a formação técnica direcionada a preparação para o trabalho.
Assim a necessidade de mudança precisa acontecer desde o que se pratica no ambiente escolar, organização curricular até a preparação e formação de novos ou experientes profissionais da educação. A partir desta preparação é que acontecerá a consciência de que o que se ensina encontra-se associada a realidade vivida pelo educando. Para que processo de aprendizagem seja efetivo e necessário maior abertura para contextualização e a ressignificação do conhecimento escolar.
Em síntese a singularidade, hierarquização e o formalismo entre as disciplinas advindas de um contexto histórico que formalizou tais ciências, faz com que seja repensada a organização curricular, para que a mesma venha beneficiar o aluno contemporâneo, no que tange a pertinência de um significado integral aos conhecimentos vividos no ambiente escolar, tendo acesso aos conteúdos básicos, essenciais ao exercício da cidadania.
Áreas
A atribuição de funções específicas e previamente determinadas acaba por colocar limitações no processo de desenvolvimento dos sujeitos, uma vez que, as constantes transformações presentes na sociedade, fazem com que as funções que antes eram delimitadas se confrontem com essa realidade complexa, exigindo maiores competências de todos os sujeitos nas suas formas de pensar, sentir e agir no mundo.
Transformação é a palavra de ordem na atualidade, pois o mundo modifica-se velozmente. Faz-se necessário então, aproximar-se desta alteração o mais rápido possível, já que a mesma abarca a todos os setores.
A demanda curricular da escola implica necessariamente abordar, além de conhecimentos sobre os valores cientifico e pedagógicos, que se encontram sistematizados nas diversas áreas, aspectos advindos de análises históricas e socioculturais, dentre outros.
Todavia refletir sobre a educação onde os alunos aprendem várias disciplinas que se interligam no final do processo, mas e necessário desenvolver o lado funcional das disciplinas curriculares. Com todas essas mudanças citadas a escola continua arcaica, sem estrutura, sem cuidados com os novos profissionais de educação que estão saindo da universidade. A transformação será lenta e dependerá dos esforços de muitos.
Avaliação
A avaliação externa do Estado do Paraná para os alunos das séries iniciais e finais (SAEP) é muito bem elaborada, necessita ser conhecida amplamente, divulgada e esclarecida para todos os professores das diversas áreas. Estendendo as avaliações também as outras disciplinas. Para que todos os professores sintam-se comprometidos com as avaliações externas.
Nas escolas, gestores e professores necessitam de qualificação e formação para aplicação dos exames externos, de modo que sejam aplicados da forma correta, verificando o real conhecimento que o aluno adquiriu e não apenas números desencontrados ou irreais.
Em síntese, a expectativa de uma avaliação de qualidade engaja-se com a proposta de uma escola democrática, inclusiva, que pondere as perenes probabilidades de efetivação de aprendizagens por parte dos estudantes. A visão de avaliação parte de princípio de que qualquer indivíduo é capaz de aprender, e de que, as ações educativas, estratégias de ensino, e os conteúdos das disciplinas necessitam serem projetadas, partindo dessas infinitas possibilidades de aprendizagem dos estudantes.
Desta forma o processo avaliativo servirá para a tomada de decisões, acerca do que é preciso fazer para atender às necessidades identificadas. Isto é, para construir caminhos que permitam a remoção de barreiras para a aprendizagem e a participação de todos os que compõem a comunidade escolar.
São Miguel do Iguaçu, 13 de Dezembro de 2014.
Amarilde Janete Marcon
Claudete Cassol Schons
Lidiane Moreira Lutz
Regiani Natalli Azevedo
Roberto Sparenberg
Vanuza de Freitas
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