As relações existentes entre o que eu ensino e o mundo do trabalho, ciência , da tecnologia e cultura

QUE RELAÇÕES EXISTEM ENTRE O QUE EU ENSINO E O MUNDO DO TRABALHO, DA CIÊNCIA, DA TECNOLOGIA E CULTURA.
A  escola de massa com jovens sentados em filas em cadeiras desconfortáveis sala sem ventilação, sem acústica, superlotada, o professor passa as informações dos manuais didáticos os alunos anotam numa postura inerte. Numa uma ilustração feita em 1899 pelos franceses Jean Marc e Vilemard, na qual imaginaram que a escola do ano 2000 os alunos tinham cabos elétricos em capacetes de metal ligados a uma máquina, onde o professor extraía informações dos livros e os colocava na máquina para transmitir diretamente ao cérebro  dos alunos. Essa escola do futuro, que temos hoje, é a mesma de 115 anos atrás, um  local onde os jovens recebem informação de forma passiva, verdades dos manuais didáticos sem contestação que lhes é transmitida pelo professor com auxilio de algumas tecnologias, na maioria das vezes do próprio professor, as quais facilitam a recepção por parte do aluno do conhecimento cristalizado num currículo de interesse do mundo do trabalho mercantilista e muitas vezes preso a única ferramenta que é o livro didático.
A sociedade mudou, as tecnologias mudaram rapidamente, o mercado de trabalho muda os estudantes mudam, mas a escola continua a mesma, no mesmo estilo de construções, de professores, pedagogias e como se tornou popular não acompanhou o crescimento do seu público, falta investimentos e comprometimentos de todos os envolvidos, há um currículo e investimentos, mas entre o que é feito e o que é dito nos documentos oficiais há uma realidade muito distante.
Para quem a escola ensina? A escola ensina o grupo e não o individuo o que muitas vezes, leva a que alguns jovens percam o interesse, pois não compreendem o que está sendo ensinado apenas repetem para o professor o que lhes é passado. A escola faz o que faziam as igrejas com as pessoas que repetiam as orações em latim sem saber o que diziam, hoje acontece o mesmo com os alunos, a escola prioriza o ensino da matemática, a leitura e a escrita. E o sujeito crítico de que tanto falamos e repetimos nos PPP- projeto político pedagógico – PTD- plano de trabalho docente- se perde nas repetições internalizadas dos currículos e as obrigatoriedades dos documentos oficiais. Precisamos urgentemente mudar o sistema de ensino que comtemple o que os jovens precisam aprender para triunfarem no mundo do trabalho e da cultura para isso devemos partir de duas perguntas: O que deve ser uma escola para os alunos? E o que é que os alunos devem ser para a sociedade? Tony Wagner, pesquisador de Inovação na Educação no Centro de Tecnologias e Empreendedorismo da Universidade de Harvard, defende que a escola atual deve desenvolver sete “competências de sobrevivência ” necessárias para que os jovens possam enfrentar os desafios do futuro: pensamento crítico e capacidade de resolução de problemas; colaboração, agilidade e adaptabilidade; iniciativa e empreendedorismo; boa comunicação oral e escrita; capacidade de aceder à informação e analisá-la e, por fim, curiosidade e imaginação.
Estamos diante de uma oportunidade histórica e necessária que é a de readequar a escola para que ela possa entrar na era digital, mas não é somente tecnologia é também a alteração das práticas pedagógicas, com a alteração do currículo, do trabalho dos professores, investimentos reais e pontuais na formação e salários dos trabalhadores em educação, nos espaços físicos e nas tecnologias educacionais. As mudanças que estão por vir terão que envolver obrigatoriamente, cinco dimensões: a política, a tecnológica, a pedagógica, a curricular e a da formação de professores.