Relações entre ensino, mundo do trabalho, da ciência, da tecnologia e da cultura

A sociedade contemporânea, da forma como está organizada estruturalmente, tem exigido de seus educadores mais que uma visão de mundo fundamentada mera e exclusivamente em valores éticos e morais. Com o advento das novas tecnologias todas as reflexões acerca do mundo do trabalho tramitam necessariamente por um viés de discussão em que a formação humana tornou-se parte de um produto e esse produto perpassa as relações interpessoais para associar-se a uma espécie de rede em que todas as relações passam a estar intrinsicamente interligadas. Até há pouco os cientistas acreditavam piamente que o átomo se constituía na menor partícula existente, sendo portanto indivisível, porém em 1887 um cientista inglês chamado Joseph John Thomson anunciou a existência do elétron, mil vezes menor. Hoje a própria ciência admite que as menores partículas conhecidas são os quarks, os bósons e o lépton. Ou seja, essa breve explanação comprova que nem mesmo o que se pode provar cientificamente constitui uma verdade absoluta, mas que ela é relativa e, portanto, mutável.
Com vistas a isso, o trabalho pedagógico de todo educador deve estar voltado a atender às demandas educacionais existentes, porém sem deixar que o seu foco se perca no infinito, mas que contemple um planejamento claro e factível, considerando o contexto social em que o seu objeto de estudo esteja inserido, para que o mesmo seja alcançado.
Nesse aspecto, o currículo da escola foi elaborado levando em consideração as particularidades da comunidade escolar considerando os saberes e práticas relevantes e historicamente acumulados. A partir disso, a prática docente tem procurado estabelecer uma relação mútua entre o mundo do trabalho, da ciência, da tecnologia e da cultura, compreendendo que ambos são reflexões e produtos da ação humana.
É certo que o mundo do trabalho de hoje não será o mesmo futuramente, pois a sociedade está em constante transformação - tanto cientificamente quanto tecnológica e culturalmente, e essa ebulição social faz parte do progresso e evolução da humanidade. Assim, torna-se inconcebível a qualquer instituição educacional a não inclusão desses temas em seus currículos, pois caso não o façam, seus educandos estarão fadados a preencherem suas cargas horárias de estudos com aprendizagens irrelevantes às suas formações plenas.