RELAÇÃO DOS JOVENS COM O MUNDO DO TRABALHO. Colégio Estadual Jardim Consolata.
Os nossos jovens da periferia que estudam nas escolas públicas tem uma relação próxima do mundo do trabalho, sobretudo aqueles que estudam no noturno, a grande maioria é também trabalhador, ou seja, conciliam o estudo com o trabalho, enfrentando assim uma dupla jornada de atividades; e sabe-se que esta conciliação exige muito do aluno, bem como do professor que necessariamente deverá levar em consideração este fenômeno cada dia mais presente em nossas realidades escolares. O jovem estudante precisa garantir a sua sobrevivência ou de sua família ou está em busca de autonomia ou mesmo investindo na vida profissional; e também como fonte de socialização, construção de valores e de identidades; assim são múltiplos os sentidos que o trabalho poder significar para os jovens.
Conforme a análise de Marx, se por um lado o trabalho é fundante na vida humana, essencial para a humanização, por outro a sociedade capitalista o transforma em trabalho assalariado, alienado, torna-se mercadoria. O educador Miguel Arroyo resgata as dimensões formativas do trabalho, que produz cultura, saberes e identidades que muitas vezes se opõem à desumanização do trabalho já apresentado por Marx. Sendo assim, é um grande desafio da escola refletir sobre a importância da dimensão educativa do trabalho, sem desconsiderar as dificuldades e contradições que o jovem trabalhador enfrenta, daí a necessidade de uma discussão profunda sobre as condições de trabalho, a questão da exploração e precarização e como enfrentar estas contradições através da organização sindical, da consciência política e das leis que amparam e garantem a seguridade trabalhista e social. A escola não poderá se furtar deste debate.