Reflexões sobre o conteúdo abordado no Caderno III – Formação de Professores do Ensino Médio

ESCOLA ESTADUAL ERNANI VIDAL – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO
CURITIBA - PR
Reflexões sobre o conteúdo abordado no Caderno III – Formação de Professores do Ensino Médio

Orientadora de Estudos: Deise Pereira Santos Carvalho

Professores Participantes:

Ana Lúcia Mathias
Denise Pereira Carvalho Santos
Edir Vieira
Iran Frank da Silva
Jeana Escolástica Maffini dos Santos
Márcia Cristina Marquezini Pinheiro de Freitas
Nelson Mário Rizzardi
Patrícia Cristina Lemos Gomes
Reny Aparecida Estácio de Paula
Viviane dos Santos Bezerra

Historicamente, entendemos que o discurso e a construção curricular não se constroem sob uma única ideologia, mas com influência de tendências, de objetivos e de interesses diferentes, ou seja, podemos dizer que surgem de uma necessidade social, política e econômica.
Diante desse contexto, e acrescentando ainda os avanços tecnológicos e a inclusão da internet na sociedade contemporânea, encontramo-nos diante do desafio de implementar um currículo que seja inclusivo e intercultural, pois nossos alunos não são mais simples receptores do conhecimento, são também, agentes ativos de busca e de mudanças das relações de conhecimento e de saberes.
Assim, entendemos que, para que essa implementação aconteça, são necessárias reflexões para superar o ultrapassado conceito entre formação geral e formação profissional, buscando novos desafios que proporcionem um caminho formativo e motivador, tanto pela integração entre trabalho, cultura, ciência e tecnologia, como pela prospecção de um futuro melhor para nossos educandos, reduzindo, dessa forma, os imprevistos, e aumentando as chances deles concretizarem as suas metas.
Além de avançar nas reflexões, é preciso buscar possibilidades de ruptura com o isolamento disciplinar e com as dicotomias “teoria x prática” e educação “geral x profissional”, para podermos propor atividades que sejam integradoras, nas quais os conhecimentos de diferentes disciplinas, gerais ou técnicas, possam ser mobilizados de modo articulado e em situações desafiadoras e instigantes, objetivando a autonomia e o protagonismo crescente dos nossos educandos.
Vale ressaltar que o papel do professor num currículo inclusivo e intercultural ou plural também muda. O professor passa a ser um estimulador, um orientador, um problematizador e um mediador do conhecimento e das atividades desenvolvidas, sejam estas desenvolvidas em sala de aula ou em outros ambientes (on-line, por exemplo). O professor deve propiciar novas estratégias de ensino que possibilitem ao aluno pesquisar, conhecer, ler, debater, associar informações, bem como ter uma perspectiva crítica diante das informações para transformá-las em conhecimento. 
Com base nesses pressupostos e diante dos desafios sinalizados nos cadernos de Formação de Professores do Ensino Médio e DCNEM, destacamos alguns pontos e articulações que vão favorecer a formação de um currículo plural e inclusivo:
- Fazer pedagógico - exige planejamento num processo eminentemente coletivo.
- Planejamento – com ações politicamente definidas pelos sujeitos da escola e os caminhos possíveis a serem traçados.
- Pontos de partidas e chegada - conhecer a visão de mundo/ região/comunidades escolares, para orientar as reflexões, ações e decisões sobre o fazer pedagógico.
- Estudo e atualização do Projeto Político Pedagógico da escola- deve envolver o diálogo, o coletivo da escola para tomada de decisões.
- Ruptura com o isolamento disciplinar – valorização da interdisciplinaridade.

Faz-se necessário ressaltar que o currículo plural necessita ser percebido como um território a ser contestado diariamente, pois é através dele que podemos pensar e legitimar o conhecimento que pretendemos: “para quem?”, “para quê?”, “como?”. Tendo como parâmetro a visão de mundo, de sociedade e de educação que acreditamos, além de contemplar as diferentes culturas, etnias, gêneros, faixas etárias e necessidades de aprendizagem.
Quando refletimos sobre as finalidades da Educação Básica, entendemos que o currículo tem potencial para atender a tais finalidades, proporcionando aos alunos o incentivo, o estímulo, bem como o exercício da socialização envolvendo a interdisciplinaridade.
Sendo assim, consideramos que uma abordagem curricular que se embasa nessa perspectiva integrada contribui decisivamente com o desenvolvimento intelectual, moral, social e emocional dos educandos.