Reflexões sobre o Caderno 01 do PACTO

COLÉGIO ESTADUAL DO CAMPO PAULO FREIRE E.F.M. – FRANCISCO BELTRÃO – PR

Cursistas: Claudiney de Oliveira, Ieda Ines Reinehr, Mari Ane Trentin de Carli, Raquel Lazarotto, Regiane Maria Kielba, Tais Naiana Reolon, Patrícia Blange, Maria de Lourdes Fernandes.

Reflexões sobre o Caderno 01 do PACTO

Com base nas reflexões realizadas sobre o caderno 01 do Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio, podemos observar que historicamente reina uma dualidade no Ensino Médio, entre formar para o mercado de trabalho e formar para o mundo do trabalho.
A educação se estrutura em dois tipos de oferta, um público e um privado. O primeiro se mostrou como formação de mão de obra básica, e o segundo mão de obra especializada. O que se caracteriza, então, é um ensino que privilegia uma classe em detrimento da outra, ou seja, uma formação dentro de uma perspectiva unilateral onde sempre se apresenta um dominante e um dominado.
Analisando o histórico da educação brasileira, verificamos que tudo isso vem pautado dentro de leis que efetivam e normatizam essas ações, contribuindo de maneira sútil e legal para a negação do acesso ao conhecimento científico à classe trabalhadora.
É importante aqui destacarmos o perfil dos nossos alunos de Ensino Médio, que na sua grande maioria são trabalhadores, e em alguns casos, aqueles que sustentam a família. Na nossa escola, especificamente, os educandos trabalham no campo ajudando a família e buscam na escola um elemento de melhora de sua condição social, porém como a necessidade do trabalho é maior, o abandono dos estudos é o caminho que ele segue.
A partir do estudo, observamos que há muitos desafios na realidade educacional brasileira, inclusive no Ensino Médio, sendo alguns: a evasão escolar, a falta de perspectiva, a ideologia imediatista, a falta de políticas públicas claras e definidas e a falta de concepções pedagógicas que atentem para a formação de um indivíduo que realmente compreenda sua realidade e, a partir disso, busque transformá-la.
Tudo isso provoca um desinteresse em alguns professores e alunos sobre o real problema da educação no Brasil. Queremos mudanças, mas nem sempre nos propiciam uma formação reflexiva que nos leve a compreensão da base dos problemas sociais, ao contrário, a classe trabalhadora é relegada uma formação aligeirada e fragmentada.
Devido ao sistema capitalista ao qual estamos inseridos, essa lógica vem se repetindo historicamente na realidade brasileira, tendo sua inserção direta na Educação que reproduz essa ideologia individualista de consumismo e alienação. Aqui se apresenta um desafio para as políticas educacionais e para o movimento do educadores, a fim de construir perspectivas para a superação do modelo de Educação vigente, pautada em uma concepção pedagógica que vise uma formação omnilateral.