Reflexões sobre o jovem como sujeito no Ensino Médio
Na busca do entendimento do que é ser jovem e o que este jovem busca na escola, realizamos uma pesquisa com as indagações sugeridas em reflexão e ação do caderno 2. Entendendo ser esta uma forma de nos aproximarmos da realidade de nossos alunos, apresentamos os resultados para discussões com outros professores, onde constatamos que estes apresentam uma mudança de comportamento com relação a escola. Esta conclusão está baseada nas respostas dadas pelos alunos e também em relatos feitos por alguns professores que os acompanham por vários anos.
Perguntado sobre a finalidade da escola, os alunos responderam em sua maioria “para ensinar”. O fator social fica em segundo, mas ainda encontramos imposição de regras; fazer o papel dos pais; “lugar de zoação”. Quando estamos em sala de aula por vezes temos a impressão que a segunda e a última resposta nos parece ser as mais óbvias.
Surpresos também ficamos ao depararmos com as respostas sobre a finalidade do ensino médio. O vestibular e o ENEM foram os mais citados, seguidos de amizades e trabalho(profissão). Na questão sobre o seu futuro, nos deparamos com profissões de cunho universitário e também técnico, mostrando coerência entre as respostas.
Com relação a nossa escola o foco era o relacionamento com os professores, pedagogos e funcionários e obtivemos de “normal” a bom. Não tendo sido citado um relacionamento ruim, isto nos mostra a boa aceitação da escola e que nos faz pensar sobre as facilidades em continuarmos a desenvolver nossas investigações sobre a realidade de nossos jovens.
Preocupados em tornar a escola um território para o jovem indagamos sobre como poderíamos torná-la mais atrativa. As respostas foram variadas, passando de questões de infraestrutura até capacitação de professores. Mas o que nos chamou a atenção foi a necessidade de informações sobre interesses inerentes aos jovens, através de “palestras e projetos extracurriculares”, segundo suas próprias citações.
Sobre a internet e a relação que esta ocupa na vida de nossos alunos as respostas não surpreenderam. A maioria utiliza para jogos, e sobre as redes sociais muitos relataram ser indiferente conversar pessoalmente ou pela rede. Mas um número significativo relatam preferir conversar pela internet, principalmente quando falam de assuntos constrangedores, nos remetendo à informação anterior de que existe a necessidade de esclarecimentos sobre questões específicas de nossos jovens.
Concluindo nossas reflexões podemos declarar que nossa escola vem passando por uma transformação mediada por um conjunto de pessoas interessadas em compreender o real papel da nossa escola perante essa comunidade. Nossas discussões sobre o jovem que idealizamos e o jovem que realmente temos nos leva a crer que estamos no caminho certo, mas com plena certeza de que ainda há muito por fazer.
