Reflexões referentes ao Caderno I - Colégio Estadual Cruzeiro do Sul

        Diante do exposto no Caderno I, percebemos que um dos maiores e principais problemas da educação é aquele que gira em torno da permanência dos alunos do ciclo médio. Atraídos pelo número de estímulos e pela velocidade da sociedde, a escola lhes parece enfadonha, no entanto, muito do que lhes parece fora do propósito nessa fase - experiênias, relações e conhecimentos - só irá adquirir sentido ao longo do tempo. Muitas vezes acaba por nao fazer, por diversos motivos, entre eles o abandono da escola.

       A primeira ação necessária para a superação, em parte, das dificuldades apresentadas, está no compromisso de todos que compactuaram para que ocorra a mudança no Ensino Médio. O enfrentamento, com a formação continuada dos profissionais que atuam neste nível de ensino, já é um caminho a ser perseguido na busca  da superação das fragilidades. somando-se a isso, a valorização, a reflexão e a difusão de experiências que estejam direcionadas a construir uma nova concepção e uma nova organização curriculra, mais atenta à mudança em nossa sociedade e as demandas do seu público diversificado.

       Um caminho proposto seria a de estimular a reorganização da escola, reforçando-se a flexibilização do currículo e desenvolvendo uma articulação interdisciplinar por áreas de conhecimento, com atividdes integradoras definidas com base nos quatro eixos constitutivos do ensino médio. Para que isso aconteça é necessário que a escola seja coerente com os princípios éticos da autonomia, da responsabilidade, da solidariedade e do respeito ao bem comum.

      É evidente que a formação integral, sem o questionamento das raízes da desigualdade social, não tem como atender as necessidades humanas. é preciso que haja uma práica direcionada para a realidade do educando, para que esse possa ter acesso e permanecer mais tempo na escola para que tenham um desenvolvimento adequado.

       O debate sobre universalização, suscitado nos textos propostos é complexo, até porque não se pode perder de vista a descentralização dos sistema educacional brasileiro e suas implicações para a implantação de políticas e ações que mudem radicalmente o quadro atual. O que precisa ser feito exigirá mais recursos, professores bem preparados, melhor remunedos e capazes de conduzir seus alunos na superação de toda fragilidade social em que estão inseridos.

      Percebemos, então, a necessidade de o ensino médio definir sua identidade como última etapa da educação básica, não pela abolição de qualquer perspectiva profissionalizante, mas pela construção de possibilidades formativas que contemplem as múltiplas necessidades sócioculturais e econômicas dos sujeitos que o constituem, reconhecendo-os não como cidadãos e trabalhadores de um futuro indefenido, mas como sujeitos de direitos no momento em que cursam o ensino médio.