Reflexoes refentes ao Pacto Ensino Médio

Colégio Estadual de Renascença Padre José Junior Vicente – Ensino Fundamental e Médio – Núcleo de Francisco Beltrão.

Norma Ravaneli Buzzacaro. 

            Após estudos realizados dos cadernos da etapa I do curso Formação de professores, repensando a escola – Ensino médio percebe-se que há muitos desafios ainda a serem enfrentados para obter um  Ensino Médio de qualidades e  ao longo das leituras realizadas no curso, observou-se que há muito a fazer para obter resultados com maior satisfação nesta modalidade, desta forma iniciarei minha reflexão sobre abandono escolar e repetência, pois temos um quadro preocupante em relação a isto, e por mais que se tente não se consegue reter muito o índice de abandono, o qual ocorre por razões diversas, como trabalho, mudança de cidade, a escola vista como desnecessária, etc. Quanto a repetência, identifica-se a falta de interesse pela aprendizagem, por parte de alguns alunos, assim não dispõem de nenhum esforço para a aprovação e ainda nos deparamos com profissionais sem formação adequada, mal remunerados e desestimulados e  desacreditados pela sociedade.
     Nossos estudantes são oriundos da zona rural e urbana. Em sua grande maioria dentro da faixa etária adequada, a este nível de escolaridade, residem com suas famílias e muitos trabalham para ajudar na renda familiar, onde alguns têm na escola um espaço de encontro com colegas e nela encontram um lugar receptivo e acolhedor.
     Em nossas reflexões centralizamos os debates sobre a formação do aluno. Esta se dará  de forma integrada e vai muito além do espaço escolar, envolvendo o aluno em momentos de lazer, arte, religião, vivência na comunidade, etc. Levantou-se a discussão sobre o tempo de permanência do aluno na escola, e assim conclui-se que há necessidade de ampliação do tempo na escola, para assim obter melhores resultados.
      Para isso busca-se a universalização do Ensino Médio através da reestruturação do PPP da escola, definindo e pautando os objetivos e estratégias, para buscar melhoria na qualidade do Ensino Médio, tornando o ambiente mais atraente e voltado para a aprendizagem, diminuindo a evasão e repetência, bem como buscar políticas públicas de melhorias de condições de trabalho, valorização do profissional da educação, dar continuidade nas ações de manutenção e promoção de equipamentos didáticos, mais incentivos para capacitações de professores, estas sendo de iniciativa professor.
      Perante este quadro questionamo-nos em como construir novos relacionamentos com nossos estudantes? Há culpados na educação atual?
      Houve-se muito, a culpa é da família, da sociedade, dos professores, etc. Porém esquece-se que o aluno do EM já pode tomar suas próprias decisões, pensa por si e muitas vezes sobrevivem sozinho. Precisamos repensar nossos conceitos em relação ao jovem e perceber que o mundo muda rapidamente e normalmente o jovem acompanha esta mudança e muitos de nós não. Também é nosso papel buscar meios para conhecer nossos alunos, sua realidade, modo de vida, e assim ter uma aproximação maior com eles,  e compreendendo-os  possamos criar uma empatia e um compromisso com a aprendizagem.
      Portanto a escola precisa estar aberta ao diálogo, bem como utilizar-se das mídias para obter resultados, pois hoje nossos estudantes estão ligados nos meios de comunicação mesmo, os que não têm acesso direto através de suas casas, assim estaremos mais próximos do nosso estudante. Para ter esta certeza realizou-se uma pesquisa onde se observou que a grande maioria participa de conversas por meios midiáticos e neles tratam de assuntos de trabalho onde quase tudo pode ser resolvido online, sendo mais ágil e ganhando tempo, podendo realizar mais coisas. Porém aos se tratar de assuntos pessoais preferem resolvê-los pessoalmente.
     Os professores precisam ser parceiros dos alunos porque é através de nosso trabalho que proporcionaremos diálogos francos e abertos com nossos estudantes, bem como trazer sempre que preciso profissionais de áreas específicas para esclarecer dúvidas de trabalho, escolhas profissionais e outras situações, assim estaremos ajudando  nosso aluno em suas escolhas.
      Segundo uma pesquisa realizada os alunos tem na escola um espaço de estudos, gostam deste local e se sentem bem no ambiente que frequentam. Porém ainda percebe-se um distanciamento entre escola, família e alunos, assim será proporcionado, para ter uma aproximação maior com nossos estudantes, uma roda de conversas para debater expectativas, profissões, segurança, e outras situações que gostariam de obter mais conhecimento e assim possam fazer escolhas com maior segurança.
         Entendemos que o Ensino Médio vai além da formação profissional, ele atinge a construção da cidadania, por isso precisamos que nossos estudantes busquem novas perspectivas culturais e com isso possam expandir seus horizontes, bem como obterem um conhecimento sólido. Entendemos que é papel da escola e do professor investir no aluno, para que o mesmo permaneça estudando, e buscar os meios para que a aprendizagem aconteça evitando assim a reprovação.
        O desenvolvimento da autonomia intelectual e moral dos estudantes,, ocorre a partir do momento que lhe é dado condições de falar abertamente sobre suas angustias, bem como permitir que tenham uma participação na busca de seus propósitos, isto é, reflitam sobre problemas sociais e busquem soluções. E ainda possam produzir e divulgar resultados de suas buscas. Permitir que opinem, participem e se envolvam em situações problemas os fará com que se sintam parte da sociedade e com isso responsáveis na busca e na solução do que os angustiam, não apenas na escola, mas também com sua vida.
             Após as leituras, debates com os colegas de curso e assistir o filme “Ponto de Mutação” percebeu-se a necessidade de uma integração de todos os elementos da natureza e suas dinâmicas. Entre estas está o problema nutricional o qual interfere diretamente na saúde. Assim ao assistir e debater sobre o filme, surgiram diversos argumentos de como envolver nossos estudantes no desenvolvimento  de um trabalho voltado a saúde e entender melhor o filme buscando assim conhecer resenhas da obra e assim ter uma melhor compreensão do tema abordado, bem como sugerir um amplo debate sobre a questão alimentar, partindo da produção, industrialização, transporte, comércio e a vivência humana, facilitando assim a assimilação dos fatores: ciência, tecnologia, trabalho e cultura que envolvem uma alimentação saudável.
      Ao analisar a carta 195 nos mostra que a cultura é refletida a partir das vivências e nelas está incluso o avanço do trabalho e isso faz com que ocorram inovações e assim pesquisem o uso de novas técnicas e com isso novas buscas, transformando em estudos o mesmo objeto. Assim a sala de aula tem um papel relevante possibilitando o uso do contexto cultural social, tecnológico e histórico, buscando novas descobertas de um mesmo objeto.
      Para entender melhor assistimos o vídeo “ Em busca de Joaquim Venâncio” e lemos o texto “Ligações clandestinas causam risco de incêndio”  pudemos perceber que são atividades possíveis  de realização considerando que as mesmas envolvem alunos na busca de soluções  de uma situação problema , e esta pode envolver todas as disciplinas  através de diferentes metodologias aproximando o aluno da problemática estudada e mantendo assim as especificidades.
       Na disciplina em que atuo Língua Portuguesa, pudemos sugerir um amplo debate sobre  a palavra “gato” e seus diversos significados, verificando o que simboliza roubo, bem como criaríamos uma ampla discussão sobre ligações  de luz, “clandestinas” em pleno século XXI, e ainda buscaríamos conhecer as leis do consumidor para que estes educandos saibam as interferências e os problemas a serem enfrentados nestas circunstâncias. Aqui apenas uma sugestão, porém sabemos que há diversas possibilidades de trabalhar este tema.
         A escola é uma das esferas públicas que ainda busca a realização da plenitude da liberdade e da dignidade humana com a questão democrática em um processo de construção social, que envolve o todo de seus participantes, sendo diretores, professores, funcionários, pais e alunos, num processo de trabalho e cooperação coletiva.
        Observa-se que em diversas situações se busca um processo de construção democrática, na esfera escolar, mas que nem sempre esse processo tem êxito, por contradições de ideias e falta de bom senso nas tomadas das decisões, para colaborar e garantir que a gestão será democrática, existe o conselho escolar, que tem papel fundamental na construção desse processo no âmbito escolar, juntamente com o Grêmio Estudantil, professores, pais e funcionários. Por isso é muito importante não se omitir  diante das insatisfações, participar sempre de discussões coletivas e colaborar com participações positivas em reuniões coletivas.
      Lembramos que é na escola que iniciamos o processo  de formação democrática começando pelo professor em ministrar suas aulas promovendo a auto-organização dos estudantes, ampliando a capacidade humana e construindo a democracia e o espírito colaborativo entre os discentes. A escola possui conselho escolar e as decisões tomadas  priorizam sempre o bem estar coletivo, tanto no que compete a estrutura: física, humana e material. Este Conselho Escolar em seu regulamento determina a necessidade de se cumprir com reuniões regulares para discussão do andamento da escola como um todo.
       Sabemos que o Grêmio Estudantil tem um papel fundamental no desenvolvimento da democracia por isso além de  instaurado  precisa ser atuante, assim cumprirá seu papel social ajudando os estudantes na construção da cidadania, porém quando não atuante por falta   de conhecimento de sua função, perdemos um espaço importante na construção da democracia.
      A educação como um dos mais importantes  pilares do desenvolvimento da sociedade, necessita das famílias empenhadas no que se refere ao conhecimento adquirido por seus filhos, saber o que está aprendendo, a cada ano.  Muitos dos pais desconhecem ou não querem ter uma participação intelectual dos filhos, por medo ou por negligência intelectual.
Para que esse processo democrático ocorra, o PPP  da escola é amplamente divulgado, acessível e favorável ao desenvolvimento do trabalho, bem como seguido.  Ele é reconstruído sempre que surgem novas necessidades, favorecendo o diálogo e o desenvolvimento do aluno como cidadão. Nesta reconstrução o coletivo da escola se faz  presente, ativo e participante, sempre buscando obter melhores resultados.
       Os maiores desafios no campo educacional tem sido: Diversidade de sujeitos presentes na escola e  a dificuldade do processo de Ensino Aprendizagem, bem como a rotatividade de alunos e professores  a qual quebra a sequência do trabalho e do ritmo de aprendizagem.
       A concepção que temos de avaliação é que a mesma deve ser diagnóstica formativa a qual tem a função básica de levar o aluno mediar e interagir de modo sistemático e individualizado.
       A avaliação é uma prática intrínseca no processo de ensino aprendizagem, sendo contínua, cumulativa e processual, devendo refletir o desenvolvimento global do aluno e considerar as características individuais deste  no conjunto dos componentes curriculares cursados, com preponderância dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos. A avaliação é realizada a partir dos conteúdos trabalhados, utilizando métodos e instrumentos diversificados (provas, pesquisas, trabalhos, sínteses, debates, teatros, seminários, etc.), coerentes com as concepções e finalidades educativas. Ao final do ano letivo reúne-se o conselho de classe para definir a situação individual de cada aluno no que tange a aprendizagem.
       Porém não ocorre apenas um encontro em final de ano, durante o ano letivo o colegiado é reunido para a análise e discussão da aprendizagem e neste inclui-se o resultado dos dados obtidos das avaliações externas quanto a taxa de rendimento escolar a qual, neste ano está dentro das metas estabelecidas pelo MEC. Estes encontros se dão com o objetivo de traçar novas metas a fim de superar as lacunas verificadas na avaliação, bem como melhorar o rendimento escolar, a fim de superar as metas estabelecidas.
       As avaliações externas são apresentadas, discutidas e analisadas no conjunto da escola, objetivando refletir e verificar o foco necessário no processo, desta forma foram também ofertadas aos alunos atividades como simulado, espaço de diálogo com os alunos para que estes tenham conhecimento e orientações sobre estas avaliações. Percebe-se que os alunos demonstram preocupações e interesse quanto ao Enem. Assim, o grupo de professores busca esclarecer as matrizes de referência do Enem, buscando ofertar ao aluno esclarecimentos, adequações e superação na defasagem apresentada.