REFLEXÕES CADERNO VI - PROFESSORES DO COLÉGIO ESTADUAL SÃO PEDRO APÓSTOLO - COORDENADORES: ADAIR MAIRA ROCHA E ADRIANO SCHEIK - CURITIBA-PR

A avaliação é uma tarefa didática que sugere uma reflexão sobre o nível de qualidade do trabalho escolar tanto do professor como dos alunos, pois se trata de uma tarefa complexa que não se restringe somente à realização de provas e atribuição de notas.
Lukesi salienta que a avaliação é uma apreciação qualitativa de dados relevantes do processo de ensino e aprendizagem (manifestações das situações didáticas nas quais o professor e os alunos estão empenhados a atingir os objetivos do ensino) e que pode auxiliar o professor a tomar decisões sobre seu trabalho, além de existir para garantir a qualidade da aprendizagem dos alunos.
A avaliação deve ser parte de uma proposta pedagógica ampla, que terá, como um dos objetivos, a possibilidade de desenvolver a autonomia do aluno, no sentido moral e intelectual, colaborando para o pleno desenvolvimento do adolescente, enquanto cidadão, e favorecendo o crescimento de sua capacidade de se organizar de forma participativa em um grupo social.
Os maiores desafios enfrentados no campo da avaliação educacional são:
1) O pouco interesse de uma boa parte dos alunos, com alguns muito faltantes;
2) Organizar e ministrar aulas interessantes de acordo com a realidade do aluno;
3) Preparar avaliações (provas e trabalhos, ou outros) que não condizem com as habilidades desenvolvidas; 
4) Avaliar o aluno em todas as suas competências, uma vez que fica difícil observar e medir a aprendizagem de mais de 35 alunos por sala, pois cada educando tem um potencial diferente de aprendizagem. Transformar esse resultado em números para estatísticas, levando em conta a quantidade e a qualidade do aprendizado, também é um desafio;
5) Conflitos familiares que interferem na concentração dos alunos;
6) O uso de drogas ilícitas (álcool, inclusive) que também fazem com que o aluno tenha um comportamento alheio, distraído ou agressivo;
7) As questões sociais e políticas;
8) O engessamento que a mantenedora propõe quando orienta e/ou cobra avaliações formais e resultados por meio de registro de notas, não permitindo, muitas vezes, a flexibilidade e a apreciação qualitativa de dados relevantes da aprendizagem.
A avaliação é uma sondagem da aprendizagem de forma produtiva e participativa, mas que não deve servir como meio de eliminação e, sim, como um processo de verificação e enriquecimento da mesma e, ao mesmo tempo, servir de parâmetro para docentes e alunos.
É importante que a avaliação envolva o coletivo da escola, para que todos (direção, equipe pedagógica, pais, educandos, professores e agentes educacionais) assumam seus papéis e seja concretizado um trabalho pedagógico relevante para a formação dos educandos.
Baseados no PPP do Colégio Estadual São Pedro Apóstolo, cita-se que a avaliação deve se fazer presente, tanto como meio de diagnóstico do processo ensino-aprendizagem quanto como instrumento de investigação da prática pedagógica, sempre com uma dimensão formadora, uma vez que, o final desse processo é a aprendizagem ou a verificação dela, o que também permitirá que haja uma reflexão sobre a ação da prática pedagógica.
A avaliação deve possibilitar o trabalho com o novo, numa dimensão criadora e criativa que envolva o ensino e a aprendizagem. Desta forma, será estabelecido o verdadeiro sentido da avaliação: acompanhar o desempenho no presente, orientar as possibilidades de desempenho futuro e mudar as práticas insuficientes, apontando novos caminhos para superar problemas e fazer emergir novas práticas educativas. (Lima, 2002/2003)
A avaliação será diagnóstica, contínua e processual visando contribuir para a compreensão das dificuldades de aprendizagem dos educandos, com vistas às mudanças necessárias para que essa aprendizagem e a escola se façam mais próximas da comunidade, da sociedade como um todo, no atual contexto histórico.
O professor deverá compreender a avaliação e a executar como um projeto intencional e planejado, que contemple a expressão de conhecimento do educando como referência para uma aprendizagem continuada, por isso:
- É importante a compreensão de que uma atividade situa-se entre a intenção e o resultado e que não se diferencia da atividade de ensino porque ambas têm a intenção de ensinar;
- No Plano de Trabalho Docente, ao definir os conteúdos específicos trabalhados naquele período de tempo, já se definem os critérios, estratégias e instrumentos de avaliação, para que o professor e os educandos conheçam os avanços e as dificuldades, tendo em vista a reorganização do trabalho docente;
- Os critérios de avaliação deverão ser definidos pela intenção que orienta o ensino e explicita os propósitos e a dimensão do que é avaliado. Assim, os critérios são elementos de grande importância no processo avaliativo, pois articulam todas as etapas da ação pedagógica;
- Os enunciados de atividades avaliadas deverão ser claros e objetivos. Uma resposta insatisfatória, em muitos casos, não revela, em princípio, que o estudante não aprendeu o conteúdo, mas que ele não entendeu o que lhe foi perguntado. Nessa circunstância, o difícil não é desempenhar a tarefa solicitada, mas compreender o que é solicitado;
- Os instrumentos de avaliação devem ser pensados e definidos de acordo com as possibilidades teórico-metodológicas que oferecem para avaliar os critérios estabelecidos;
- A utilização repetida e exclusiva de um tipo de instrumento de avaliação reduz a possibilidade de observação dos diversos processos cognitivos dos educandos, tais como: memorização, observação, percepção, descrição, argumentação, análise crítica, interpretação, criatividade, formulação de hipóteses, entre outros;
- Uma atividade avaliativa representa um determinado momento e não todo o processo de ensino-aprendizagem;
- A avaliação do processo ensino-aprendizagem, entendida como questão metodológica, de responsabilidade do professor, deverá ser determinada pela perspectiva de investigar para intervir. A seleção de conteúdos, os encaminhamentos metodológicos e a clareza dos critérios de avaliação, elucidam a intencionalidade do ensino, enquanto a diversidade de instrumentos e técnicas de avaliação possibilitam aos estudantes variadas oportunidades e maneiras de expressar seu conhecimento. Ao professor, cabe acompanhar a aprendizagem de seus educandos e o desenvolvimento dos processos cognitivos.
Sendo a avaliação contínua e processual e em todas as situações de aprendizagem do aluno, de acordo com os objetivos propostos e os procedimentos metodológicos vivenciados pelos mesmos, comenta-se novamente que é necessária uma avaliação diagnóstica, formativa, sistemática e somativa, através de aulas expositivas, exercícios lúdicos, exercícios escritos, estudo dirigido, pesquisas, relatórios, produções textuais, provas objetivas e subjetivas, portfólios, entre outros. Acontecem através de atividades individuais, coletivas e provas para o ensino médio e que contemplam as notas do semestre (duas notas) e suas respectivas recuperações, oportunidades importantes para mostrar o desempenho na aprendizagem. Salienta-se a importância de se fazer o diagnóstico do ensino-aprendizagem como uma pesquisa do resultado produzido, um indicativo do que o aluno aprendeu, tendo a função de garantir o sucesso do aluno.
Os Critérios de pontuação/notas dependem da quantidade de questões estabelecidas e da metodologia de trabalho do professor.  A avaliação qualitativa está intimamente relacionada à participação e interesse dos alunos nas aulas, assiduidade e pontualidade, apresentação de trabalhos, expressão oral e escrita, compromisso com as atividades propostas.
Quanto ao Conselho de Classe, define-se como sendo uma das etapas do processo de avaliação e não pode ser um ato isolado do contexto educativo, por ter um grande valor, fortalecer o encontro coletivo e verificar o desenvolvimento dos alunos.
Antes do Conselho de Classe bimestral, há um Pré-Conselho que é realizado na última semana de cada bimestre e que tem, como objetivo, possibilitar uma reflexão avaliativa dos conteúdos ministrados, a qualidade dos trabalhos realizados e desenvolvimento do aluno.
Para o ensino médio são realizados Conselhos de Classe bimestralmente (dois) e, ao final do semestre, para resolução dos problemas mais frequentes. Para o ensino fundamental, ao final de cada bimestre (quatro) e no final do ano letivo.
A avaliação se expressa em notas de 0 a 10 e o estudante será promovido quando obtiver Média Anual igual ou superior a 6 (seis) em cada componente curricular.
Por fim, considera-se que os educadores devem avaliar no sentido de valorizar as experiências, a vivência dos estudantes estimulando-os a buscar soluções e tendo confiança na capacidade de aprender, acompanhando-os nas dificuldades para que os mesmos não se desestimulem e aconteça a aprendizagem.
Quanto aos índices, o Colégio Estadual São Pedro Apóstolo obteve, no IDEB de 2013, referente ao 9º ano do Ensino Fundamental o índice de desempenho equivalente a 3,9 -  quando a média nacional desejada pelo MEC para o ensino fundamental foi de 4,5.
Os dados revelam que o estabelecimento obteve rendimento não satisfatório, ficando abaixo da média nacional calculada pelo MEC para o ensino fundamental no ano de 2013.
Os dados e taxas demonstram que será necessário buscar novas metas e interesses, o que exigirá muita atenção aos próximos anos, uma vez que, para 2015, o MEC apresenta, como índice a ser alcançado pelas escolas públicas, a taxa média de 5,2, e, para 2021, o índice de 5,8. 
Sobre o ensino médio, o Colégio Estadual São Pedro Apóstolo dispõe de índice de rendimento do SAEP – 1º Ano do Ensino Médio – Proficiência Média – 234,2 (Paraná) e 242,8 (Escola); 3º Ano do Ensino Médio – Proficiência Média – 264,5 (Estado) e 277,5 (escola).
A partir dos dados obtidos no SERE em 2012 e 2013, verificou-se que houve variações no índice de aprovação dos alunos do ensino médio, tais como: no regular vespertino houve queda, não havendo abandono. No regular noturno as médias de aprovação diminuíram, já as taxas de abandono foram maiores (de 0,5% para 70%). Neste caso, há que se considerar que muitos alunos trabalham ou são responsáveis pela família, o que, por vezes, causa a desistência ou a dificuldade de aprendizagem.                                                  
O Processo de Avaliação Institucional apresenta as seguintes diretrizes:
a) Consiste em uma atividade intrínseca ao processo de planejamento, sendo um processo contínuo, geral, específico, buscando integrar ações.
b) Elabora críticas às suas ações e aos resultados obtidos.
c) Busca conhecer e registrar as limitações e possibilidades do trabalho avaliado.
d) É um processo democrático, apresentando, em princípio, os aspectos a serem avaliados envolvendo a participação dos sujeitos.
e) É um processo transparente e ético em relação a seus fundamentos, enfoque e, principalmente, no que se refere à utilização e divulgação dos seus resultados.
Felizmente, o Colégio Estadual São Pedro Apóstolo possui uma equipe pedagógica que elabora, junto com os professores, propostas para que a escola passe a exercer esse tipo de avaliação.
Há organização dos planos de ensino considerando-se as matrizes de referência do Enem. Os alunos recebem orientação para participar do mesmo dentro das possibilidades, tomando, como referência, testes aplicados em anos anteriores. Além disso, os professores se colocam à disposição dos alunos para eventuais dúvidas ou desenvolvimento das questões após a aplicação do teste para que saibam sobre o desenvolvimento das mesmas.
Ainda em relação ao Enem, observa-se que houve aumento no número de participantes, mas que as notas ainda estão muito baixas e que os alunos se encaixam em um maior percentual, porém, em sua maioria, com nível insuficiente para o ingresso às universidades.
Os alunos do ensino médio (do 1º ao 3º Ano) fazem muitos comentários sobre o Enem, procuram sempre informações e demonstram ter boas perspectivas, principalmente no que se refere a obterem boas médias para a inserção no curso superior, o que se considera de extrema importância, pois demonstra que querem continuar os estudos.