Colégio Estadual Dídio Augusto de Camargo Viana- Ensino Fund. e Médio
Caderno III – atividade coletiva
Cursistas: Professora Alessandra Griguç
Professora Enedir Vesentin
Professora Lucidalva Pereira do Nascimento
Professor Luiz Carlos Dantas Marinho
Professora Maria Marta de Jesus de Souza
Professora Rosana Constantino Bekendorf
Professora Rosane Gouveia da Silva
Professora Rosemeri de Andrade da Silva
Orientadora: Professora Elaine Pires Teixeira Ifanger
As reflexões acerca do Currículo Escolar para o Ensino Médio iniciadas com a Semana Pedagógica vão, ao longo do ano letivo, sendo discutidas e repensadas com o objetivo de se alcançar uma educação de qualidade e, cada vez menos, excludente.
Os Currículos Escolares do Estado do Paraná estão pautados nas Diretrizes Curriculares Estaduais (DCEs), construídos com base nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) e foram elaborados com o intuito de se trabalhar prática e teoria de forma diferenciada, através da organização das disciplinas por área de conhecimento, visando o fortalecimento de uma Escola e uma Educação democrática, voltada para os sujeitos em formação e como contribuição para a emancipação, para a autonomia e valorização de todos os envolvidos no processo educativo. As propostas de ensino devem se voltar para a formação crítica do indivíduo. Sendo assim, os conteúdos devem também estar voltados, articulados com o contexto social do educando, deixando de apresentar apenas temas tradicionais e sim temas que tenham representatividade sociocultural.
Portanto, a construção/seleção do rol de conteúdos implica no reconhecimento de que a organização curricular deve, acima de tudo, priorizar a formação ética e a autonomia intelectual possibilitando assim um aprendizado de excelência, articulando as dimensões do conhecimento propostas pelas Diretrizes Curriculares: trabalho, ciência, tecnologia e cultura. Nesse processo de seleção de conteúdos surgem os desafios que tornam a Educação vulnerável. Dentre esses desafios, talvez um dos que mais tenham recebido atenção, gerando polêmica, é a indefinição sobre qual seria a melhor opção para a nossa realidade, se a formação acadêmica ou a formação profissionalizante. Uns
defendem uma formação humanista, científica e única para todos; outros, uma formação profissionalizante, outros ainda defendem a separação entre o Ensino Médio regular e o Ensino Técnico e Profissional. Compreende-se, porém, que este é um debate em construção no qual se explicitam posições diversas, seja no âmbito teórico ou nas posições relativas a implementações de políticas públicas, com muito ainda a ser discutido. Outro ponto gerador de discussões é quando se trata da questão da Pesquisa como princípio pedagógico, pois para tal é necessário que o professor esteja habilitado a trabalhar de forma a criar situações por meio das quais o aluno aprenda a gerenciar, selecionar e tratar as informações e os conhecimentos com significado, pois este trabalho requer sujeitos críticos, motivados e interessados. Por intermédio dos trabalhos de pesquisa, professores e alunos deixam de ser apenas consumidores de conhecimentos e, passam a ser construtores de saberes, atendendo às necessidades sociais ligadas ao mundo do trabalho, oportunizando novos espaços à construção de conhecimentos e criam condição para a autonomia intelectual. É também por meio da qual, docentes e discentes, na convergência de pensares, buscam respostas para problemas, situações que permeiam o controle social, cultural, econômico e político. Um fator relevante ao desenvolvimento do trabalho de pesquisa é a questão da organização espaço/ tempo, pouco disponibilizado devido ao número de aulas por disciplina, “enxugamento” de conteúdos, condições adequadas para desenvolvimento de projetos, políticas publicas entre outros.
Diante do exposto, é importante ressaltar que os pontos polêmicos e relevantes das Diretrizes, colocam questões referentes a uma mudança profunda nas Propostas Pedagógicas Curriculares (PPCs) para que sejam repensadas coletivamente, contemplando a realidade. Realidade essa que vem em confronto a um sistema que oferece, geralmente, um ensino voltado para a transmissão de conteúdos, alguns que sequer agregam conhecimentos significativos, os quais, os alunos recebem passivamente e que provavelmente pouco ou nada contribuirá, quer no prosseguimento de seus estudos, quer no ingresso no mercado de trabalho. Surge então, o grande desafio para Educação dos nossos jovens que é indicar alternativas de organização curricular que, com flexibilidade atenda à diversidade dos sujeitos para que tenham uma formação democrática, oportunizando e motivando estes a participar ativamente da vida escolar.
Além disso, é importante que gestores e demais membros da comunidade escolar atentem para a necessidade de estruturação curricular, de modo a favorecer a expressão dos saberes e necessidades dos estudantes, pois é para eles que a escola se destina.
Referencias Bibliográficas
Setor de Educação da UFPR. Formação de Professores do Ensino Médio, Etapa I – Caderno III – Curitiba, 2013.
Freire, Paulo. Educação e mudança. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 1997.
Pacto Nacional pelo fortalecimento do Ensino Médio