Guaraniaçu, 27 de novembro de 2014.
Reflexão sobre o Caderno 6 do MEC: Avaliação no Ensino Médio
Considerando a minha formação acadêmica, experiência profissional e discussão com professores de outras áreas, permite fazer uma reflexão mais ampla da avaliação e seus condicionantes, não apenas como um instrumento de verificação do desempenho escolar dos alunos, mas como meio de ler e interpretar a realidade, no intuito de manutenção ou transformação social.
Percebe- se que ao logo da história a avaliação sempre esteve a serviço de reproduzir e fortalecer o sistema de “sociedade ideal” em seu tempo. Neste sentido, o modelo social brasileiro, sempre esteve voltado a atender as necessidades do capital é, na sua essência, seletivo e excludente. A escola, inserida neste modelo, pouco avalia a aprendizagem, mas examina, pontua e classifica.
Mudar a forma de avaliação, pressupõe mudar também a relação ensino- aprendizagem e a relação educador-educando, tendo em vista que esta mudança, para muitos, pressupõe a perda de poder. Os educadores que ainda estão presos a essas concepções e se utilizam da coerção por meio da avaliação confundem o silêncio e a submissão do educando com aprendizagem e reforçam a permanência de uma sociedade excludente e seletiva.
A avaliação deve ser do todo (aluno, professor, programas, currículo, normas, escola e sociedade), é um recurso para perceber a dimensão de onde estamos e para onde queremos ir, para tomar decisões certas sobre o trabalho pedagógico. O sucesso ou fracasso no processo não é apenas do aluno, mas de todo um sistema que inclui o professor.
Sendo assim, torna-se necessário construir e colocar em prática uma nova cultura avaliativa, que questione o papel da escola; comprometa-se com a construção e socialização de um conhecimento emancipatório; seja contínua, diagnóstica, dialética; leve o aluno à reflexão e autoavaliação do conhecimento adquirido; oportunize aos alunos expor suas ideias a respeito dos assuntos estudados; considere erros e acertos como elementos sinalizadores para o replanejamento da prática pedagógica; toma o erro como ponto de partida para rever caminhos, para compreender e agir sobre o processo de construção do conhecimento.
Valmir Cordeiro dos Santos