Após assistirmos e discutirmos sobre o filme Pro dia nascer Feliz no encontro do sábado (16/08), senti a necessidade de ler mais sobre o perfil dos alunos do EM. Muitos pesquisadores tem se interessado em estudar o perfil dos mesmo e sobre as dificuldades enfrentadas pelos seus educadores. Gostaria de compartilhar alguns trecho de uma leitura que fiz:
Os estudos indicam que nos últimos 15 anos, no Brasil, o Ensino Médio vem sofrendo um processo de escolarização em massa, manifestado no crescimento da oferta de vagas e no aumento vertiginoso das matrículas (240%, entre 1991 / 2006). Esse processo revela uma significativa democratização do acesso da população brasileira à Educação Formal. Porém, essa auspiciosa expansão quantitativa está apresentando, nos últimos anos, sinais de esgotamento, com a estagnação da demanda de matrículas novas, a permanência dos alunos na faixa da idade/série ameaçada e os coeficientes de conclusão de curso indicando diminuição.
Uma outra série de fatores negativos, relacionados à qualidade desse nível de ensino, acusa a crise de um modelo de ensino médio que não apresenta o desempenho desejável em relação à aprendizagem dos alunos e à aquisição das competências necessárias para o exercício pleno da cidadania. Há indefinição na identidade do curso e em suas funções, currículos multidisciplinares enjaulados em grades, falta de gestão competente, escassez de recursos, qualificação docente precária, aviltamento da profissão de professor, políticas de achatamento salarial, desinteresse dos alunos e, consequentemente, resultados insatisfatórios nas avaliações institucionais e de desempenho discente, levantados e analisados por organismos nacionais e internacionais. São dados que aparecem nos relatórios do MEC/INEP/Deed, PNAD/IBGE, IPEA, Censo Escolar, SAEB, Enem, PISA etc. As pesquisas educacionais, efetuadas nos últimos anos, apontam firmemente para um esgotamento do modelo atual de ensino médio.
Infelizmente, a estes resultados das pesquisas educacionais soma-se a constatação de que, quando o ensino brasileiro não atinge suas metas no ensino básico, empobrece os demais níveis de ensino, vivenciando um círculo vicioso paradoxal, uma corrente de insucessos que se repete em todas as modalidades da educação nacional.
Cria-se um círculo vicioso, uma corrente de insucessos pedagógicos, presentes em todo o processo da educação nacional. Estamos diante de um estelionato pedagógico, pois cada nível de ensino não consegue realizar suas metas de aprendizagem, mas concede certificados e diplomas que atestam a aquisição de competências, habilidades e atitudes muitas vezes não adquiridas.
ENSINO MÉDIO: Diagnóstico - Perspectivas - Propostas: Escrito por Marcos Elias Moreira.
FONTE: http://fnce.org/index.php?option=com_content&view=article&id=51%3Aensino...
O estudante do Ensino Médio é um sujeito ainda em construção, mas já com um histórico social e cultural. As experiências e aprendizagens de sua origem, de sua identidade, de seu tempo material e tecnológico, bem como de sua escolarização anterior, marcaram-no e influenciam suas vivências atuais e futuras.
O espaço, o tempo e a atividade da educação escolar constituem grande parte das vivências atuais dos jovens. Portanto, a escola está tanto faz parte de sua construção historicamente.
Os estudantes de nossa escola são oriundos de diferentes escolas e até mesmo de diferentes cidades, além da diversidade comumente encontrada entre jovens dessa faixa etária. Essas diversidades algumas vezes resultam em conflitos entre alguns estudantes, mas cabe à escola trabalhar com as mesmas e levar os alunos a uma convivência de respeito e companheirismo, convivendo em harmonia com as diferenças.
O que dificulta o trabalho da escola, é que ela muitas vezes precisa assumir o papel que deveria ser da família, para ensinar valores e moral. Como a família deixa de cumprir efetivamente sua função, a escola precisa intervir, adotando métodos assistencialistas, deixando de trabalhar os conteúdos básicos que serão posteriormente cobrados dos alunos em provas e concursos.
É urgente a remodelação do modelo de escola que conhecemos hoje. O perfil de nosso aluno não é mais o mesmo daquele para o qual nossa escola foi criada, mas esta não. Nossa clientela evoluiu, modificou-se, nós, como escola, no entanto, ficamos estagnados em metodologias e moldes do passado.
CEEP - Cascavel
Tutora: Inês dos Santos
Fonte:
Caderno 2 - O JOVEM COMO SUJEITO DO ENSINO MÉDIO